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O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), mais conhecidos pela sigla PIS/PASEP,[1] são contribuições sociais de natureza tributária, devidas pelas pessoas jurídicas, com objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego, abono e participação na receita dos órgãos e entidades para os trabalhadores públicos e privados. Foram criados em 1970, durante o período da Ditadura Militar, mais precisamente no governo de Emílio Garrastazu Médici em 7 de setembro de 1970, através da Lei Complementar 7/70, nº 7.[2]
O PIS é destinado aos funcionários de empresas privadas regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sendo administrado pela Caixa Econômica Federal. Já o PASEP é destinado aos servidores públicos, regidos pelo Regime jurídico estatutário, e aos empregados públicos,[3] sendo administrado pelo Banco do Brasil.[4] O Fundo PIS/PASEP foi extinto em 07/04/2020, através da Medida Provisória 946/2020. No entanto, o abono salarial foi mantido.
Descrição
O PIS/PASEP é um número cadastrado (de onze dígitos decimais) através de Documento de Cadastro do NIS (DCN) e Cartão de CNPJ, sendo que este serve para dar segurança ao FGTS e gerir o Programa de Integração.
O Programa de Integração é um programa de complementação de renda governamental. Até a Constituição de 1988, a taxa PIS-COFINS era destinada para quotas deste programa, sendo que o rendimento destas quotas podem ser sacadas anualmente e somente em eventos específicos como aposentadoria, morte ou doenças graves (Neoplasia e AIDS). O matrimônio não é mais motivo para o saque. Outra possibilidade de ganho é o abono salarial que segue a seguinte métrica, tendo cinco anos de cadastro no banco de dados que é o PIS, trinta dias trabalhados formalmente e media salarial igual ou inferior a dois salários mínimos informados por Relação Anual de Informações Sociais. Existem outras possibilidades de ganho como o defeso para pescadores. Há também um banco de dados onde a CEF, o Sistema Único de Saúde, o Ministério de Trabalho e Emprego, entre outros, tem os dados de cidadãos, porém somente a CEF acata o DCT que serve para a contagem do tempo do cadastro do cidadão.
O PIS foi instituído com a justificativa de promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. Na prática consiste em um programa de transferência de renda, possibilitando melhor distribuição da renda nacional.
Atualmente o abono do PASEP (funcionários públicos) é pago no Banco do Brasil, enquanto que o abono do PIS (funcionários de empresas privadas) é feito na Caixa Econômica Federal.
Alguns trabalhadores não se enquadram nos requisitos para receber os pagamentos do abono salarial e, por isso, não possuem direito a receber o Abono Salarial como:
- Funcionários rurais e urbanos contratados por Pessoa Física;
- Empregados domésticos;
- Trabalhadores autônomos;
- Funcionários com salários mensais superiores a 2 salários mínimos;
- Trabalhadores do programa Menores aprendizes;
- Diretores que não tenham vínculo empregatício, mesmo que as empresas façam recolhimentos do FGTS.[5]
História
Além de servir como comprovante do número de inscrição no PIS, também serve para o recebimento dos pagamentos a ele associados. O PIS foi criado pela Lei Complementar 07/70 (para beneficiar os empregados da iniciativa privada), enquanto o PASEP foi criado pela Lei Complementar 08/70 (para beneficiar os servidores públicos). O fundo PIS PASEP é administrado pelo Ministério da Fazenda, embora muitos afirmem que a CAIXA foi o primeiro arrecadador. O fato é inverídico, a CAIXA era fiel depositária, o governo criou a LEI e cada empresa arrecadava o dinheiro dos trabalhadores e de si mesma e depositava em conta na CAIXA.
O Fundo de Participação, que na época era gerido pelo Conselho Monetário Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda que era é continua sendo responsável por gerir o fundo, fica muito claro no artigo 11 da LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7 DE SETEMBRO DE 1970.[6] Na época o fundo era formado por duas parcelas e não quatro como se costuma divulgar. Fato claríssimo no Art. 3º - O Fundo de Participação será constituído por duas parcelas: (transcrito tal qual aqui).[6]
Mais tarde o PIS passou a ser arrecadado pela Secretaria da Receita Federal e passou por várias reformas legais: em 1988, por intermédio de Decretos-lei (2.445, de 29-6-88 e 2.449 de 21-07-88) foi eliminado o PIS Repique, mas em compensação passou-se a incluir no faturamento outras receitas operacionais, procurando tributar as empresas que possuíam grandes ganhos financeiros em função da hiperinflação brasileira. Essa mudança acarretou reação dos contribuintes, pois na mesma época havia sido criado o Finsocial (atual COFINS), que também tinha como base as Receitas. Além disso, o Decreto-lei não era o instrumento adequado para se legislar sobre tributos. Houve uma série de ações na Justiça que culminaram com a declaração de inconstitucionalidade da citada reforma pelo STF - Supremo Tribunal Federal. Após esse fato, o Governo editou medida provisória (1.676) tentando continuar com a cobrança sobre as receitas operacionais, o que também gerou protestos, sob a tese de que medida provisória não poderia alterar a lei complementar de 1970. A medida provisória foi convertida na Lei n° 9.718 de 27 de novembro de 1998. Muitas empresas voltaram a recolher o PIS sem faturamento, serviços e o PIS Repique, com base na LC 07/70, via ação judicial, até que fosse aprovada uma lei complementar que resolvesse a questão, dentro da nova ordem constitucional instaurada em 1988.
O Fundo PIS/PASEP foi extinto em 07/04/2020, através da Medida Provisória 946/2020. No entanto, o abono salarial foi mantido.
Desvios
Segundo informações contidas na página "O Mega-Roubo do PASEP[7]", que é um dos assuntos indexados pelo site Dura Verum,[8] a confusão provocada pelo governo propiciou uma série de desvios envolvendo os bancos gestores do fundo.
Com base na informação de que até 1988 os depósitos eram realizados de forma individualizada no fundo PIS/PASEP, e com isso os servidores eram detentores de "cotas" definidas, é feita a denúncia de que o Banco do Brasil, ao utilizar esses recursos das contas individuais do PASEP em operações financeiras lucrativas, deveria ter depositado parte desses rendimentos aos Servidores e Militares nas contas individuais, e não o fez. Assim como corrigiu os valores utilizando índices (3% de juros ao ano) inferiores àqueles descritos na Lei e, em casos mais graves, efetuou saques nas contas individuais e não restituiu os valores.
Embora o site faça a denúncia dirigida ao PASEP, talvez por conta do seu público-alvo, é de se concluir que a denúncia seja aplicável também aos cotistas do PIS.
Para confirmar as denúncias o autor do site anexou diversas páginas de processos judiciais ainda em trâmite (2018) em que servidores públicos civis e militares obtêm sucesso no recálculo dos valores recebidos ou a receber, que sem o recurso da justiça se mantinham em uma pequena fração do valor real a que os servidores tinham direito.
Indica ainda que cada servidor deve ter perdido entre R$ 50 000,00 e R$ 300 000,00, em valores de 2018, cifras essas irrecuperáveis para a maioria dos servidores em virtude da perda do direito de recorrer à justiça após 5 anos da aposentadoria. Se esses valores estiverem corretos, os trabalhadores podem ter sido prejudicados em bilhões de Reais.
Ver também
Referências
- ↑ "Blog da Certificard". «Saiba o significado das Siglas CPF, CNPJ, CEI, FGTS, INSS, PIS entre outras». Consultado em 20 de maio de 2016. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2013
- ↑ LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7 DE SETEMBRO DE 1970
- ↑ «PASEP - Setor Público Federal - Banco do Brasil». www.bb.com.br. Consultado em 12 de abril de 2019
- ↑ InfoMoney - PIS/Pasep: saiba qual a diferença e para que servem - InfoMoney Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/noticia/17391/pis-pasep-saiba-qual-diferen-ccedil-para-que-servem
- ↑ «Calendário Abono Salarial do PIS/Pasep 2019/2020». Consultado em 15 de Julho de 2019
- ↑ 6,0 6,1 «Lcp07». www.planalto.gov.br
- ↑ Murowaniecki, Jacinto (20 de outubro de 2018). «O Mega-Roubo do PASEP». Dura Verum, Sed Verum. Consultado em 30 de outubro de 2018
- ↑ Murowaniecki, Jacinto (6 de março de 2017). «Dura Verum, Sed Verum». Consultado em 30 de outubro de 2018
Ligações externas
- PIS/PASEP e COFINS - Receita Federal do Brasil
- Decreto 4.524, de 17 de dezembro de 2002
- Sobre o PIS, em Caixa.gov.br
- Cadastro Unico
- O fim do Fundo PIS/PASEP acabou com o abono salarial? - Direito em Foco
- APP consulta PIS/PASEP
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