Otite média | |
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Tímpano saliente característico de casos de otite média aguda | |
Especialidade | Otorrinolaringologia |
Sintomas | Dor no ouvido, febre, perda auditiva[1][2] |
Tipos | Otite média aguda, otite média com efusão, otite média crónica supurativa[3][4] |
Causas | Vírus, bactérias[4] |
Fatores de risco | Exposição ao fumo, infantários[4] |
Prevenção | Vacinação, amamentação[1] |
Medicação | Paracetamol, ibuprofeno, gotas de benzocaína[1] |
Frequência | 471 milhões (2015)[5] |
Mortes | 3200 (2015)[6] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | H65-H67 |
CID-9 | 017.40, 055.2, 381.0, 381.1, 381.2, 381.3, 381.4, 382 |
DiseasesDB | 29620 com efusão, 9406 supurativa |
MedlinePlus | 000638 aguda, 007010 com efusão, 000619 crónica |
eMedicine | emerg/351 ent/426 complicações, ent/209 com efusão, ent/212 trat. clínico, ent/211 trat. cirúrgico ped/1689 |
MeSH | Predefinição:Mesh2 |
Leia o aviso médicoPredefinição:Pad |
Otite média é um grupo de doenças inflamatórias do ouvido médio.[2] Os dois principais tipos são a otite média aguda (OMA) e otite média com efusão (OME). A OMA é uma infeção súbita que geralmente se apresenta com dor no ouvido. No caso de crianças pequenas, isto pode levar a que puxem a orelha, ao aumento do choro e a perturbações no sono, podendo também levar à diminuição do apetite e à presença de febre. A OME é geralmente assintomática e define-se pela presença de líquido não infecioso no ouvido médio por um período superior a três meses.[1] A otite média crónica supurativa (OMCS) é a inflamação do ouvido médio por período superior a duas semanas e que provoca episódios de secreção pelo ouvido. Pode surgir como complicação da OMA e raramente está associada a dor.[4] Todos os três tipos podem estar associados a perda de audição.[2][3] A perda de audição na OME, devido à sua natureza crónica, pode afetar a capacidade de aprendizagem da criança.[4]
A causa da OMA está relacionada com a anatomia e sistema imunitário durante a infância. Pode ser causada tanto por bactérias como vírus. Entre os fatores de risco estão a exposição ao fumo, uso de chupetas e a frequência de infantários. Ocorre com maior frequência em pessoas com síndrome de Down.[4] A OME ocorre muitas vezes na sequência de uma OMA e pode estar relacionada com infeções do trato respiratório superior, irritantes como o fumo, ou alergias.[3][4] O diagnóstico envolve a observação do tímpano.[7] Um dos sinais da OMA é a ausência de movimento do tímpano quando é soprado ar.[1][8]
Existem várias medidas que diminuem o risco de otites médias, entre as quais vacinação contra pneumococos e gripe, amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida e evitar o contacto com fumo de tabaco.[1] Em pessoas com OME, os antibióticos geralmente não aceleram a recuperação.[8][9] Na OMA é importante o uso de analgésicos, entre os quais paracetamol, ibuprofeno, gotas de benzocaína ou opiáceos.[1] Na OMA, os antibióticos podem acelerar a recuperação, mas podem provocar efeitos adversos.[10] Os antibióticos são geralmente recomendados para pessoas com casos graves ou com menos de dois anos de idade. Em pessoas com casos menos graves, os antibióticos podem ser recomendados apenas em pessoas cujos sintomas não melhorem em dois ou três dias.[8] O antibiótico de escolha é geralmente amoxicilina. Em pessoas com infeções frequentes, os tubos de timpanostomia podem diminuir a recorrência.[1]
Em cada ano a OMA afeta cerca de 11% da população mundial, o que corresponde a entre 325 e 710 milhões de casos.[11][12] Metade dos casos ocorre em crianças com menos de cinco anos de idade e é mais comum entre o sexo masculino.[4][11] Entre as pessoas afetadas, cerca de 4,8%, ou 31 milhões, desenvolvem otite média crónica supurativa.[11] A doença afeta cerca de 80% das crianças com menos de dez anos em determinado momento da vida.[4] Em 2013, a otite média provocou a morte a 2400 pessoas, uma diminuição em relação às 4900 de 1990.[13]
Sinais e sintomas
Os principais sinais e sintomas são dor severa, diminuição da audição, febre, choro constante (nos bebês), irritabilidade, desconforto, perda de apetite e secreção no ouvido se houver ruptura timpânica (perfuração do ouvido). Vômitos e diarreia podem ocorrer nas crianças pequenas. Pode também haver presença de pus na região externa do ouvido. Alguns casos são relatados em jovens e adultos também, com as mesmas características.
Fisiopatologia
Tipicamente, a otite média aguda ocorre após uma gripe ou resfriado: depois de alguns dias de nariz obstruído o ouvido se envolve e isso pode causar uma dor severa.
A nível anatômico, a progressão típica da otite média aguda ocorre assim: as bactérias presentes na boca e garganta migram pela tuba auditiva até o ouvido médio, onde se multiplicam nas secreções acumuladas, causando uma inflamação ao nível auditivo na bigorna.
Diagnóstico
O médico faz o diagnóstico através da história da doença e do exame com o otoscópio. A região encontra-se avermelhada e abaulada, característica típica de uma inflamação.
Tratamento
O tratamento é realizado através da administração de medicamentos antibióticos e analgésicos. Com o término do tratamento, a audição volta ao normal e o líquido da infeção que se acumula atrás do tímpano é absorvido. A presença por mais de três meses do líquido no ouvido médio faz necessário um procedimento cirúrgico, no qual é feita uma pequena incisão (abertura) no tímpano, retirando o líquido acumulado. Se não for tratada a tempo pode levar à perfuração do tímpano e consequente surdez.
Galeria
Referências
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- ↑ 2,0 2,1 2,2 Qureishi, A; Lee, Y; Belfield, K; Birchall, JP; Daniel, M (10 de janeiro de 2014). «Update on otitis media - prevention and treatment.». Infection and drug resistance. 7: 15–24. PMID 24453496. doi:10.2147/IDR.S39637
- ↑ 3,0 3,1 3,2 «Ear Infections». cdc.gov. 30 de setembro de 2013. Consultado em 14 de fevereiro de 2015
- ↑ 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 4,7 4,8 Minovi, A; Dazert, S (2014). «Diseases of the middle ear in childhood.». GMS current topics in otorhinolaryngology, head and neck surgery. 13: Doc11. PMID 25587371. doi:10.3205/cto000114
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