Orfismo foi um movimento efêmero da pintura francesa que brotou do cubismo por volta de 1912. A palavra orfismo, que já fora usada com relação aos simbolistas, foi aplicada ao movimento por Guillaume Apollinaire; a referência a Orfeu, o poeta-cantor da mitologia grega, refletia o desejo dos artistas envolvidos de acrescentar um novo elemento de lirismo e cor ao austero cubismo intelectual de Picasso, Braque e Gris. Os pintores arrolados por Apollinaire, que formou o chamado grupo de Puteaux, como praticantes do orfismo eram Robert Delaunay, Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp e Frank Kupka. Os orfistas faziam da cor o principal meio de expressão artística, e Delaunay e Kupka incluíram-se entre os primeiros artistas a pintar obras totalmente não-figurativas, perseguindo uma suposta analogia entre a abstração pura e a música. Embora efêmero, o orfismo exerceu forte influência sobre a pintura alemã (especialmente sobre Macke, Marc e Paul Klee) e sobre o sincrômismo.
Delaunay
- O Slogan da Exposição Internacional das Artes e das Técnicas, de 1937, ilustra bem os frescos murais de Robert Delaunay expostos no Palácio de Aeronáutica e dos Caminhos de Ferro: «VELOCIDADE - ARTE ABSTRACTA»
Definição por Apollinaire
- Segundo Apollinaire, o Orfismo designa uma abstracção puramente imaginária derivada do Cubismo, mas que se tornara lírica através da utilização das cores puras aplicadas segundo o princípio do contraste simultâneo, ou através de analogias com a música, como as "anarquias filosóficas" de František Kupka.
Através da oposição das cores puras complementares, e de tons frios e quentes, as obras órficas surgerem um perpétuo movimento e as evoluções da luz em redes de linhas helicoidais ou circulares dispostas segundo um ritmo ímpar.
O estilo órfico terá uma enorme influência em Paul Klee e nos pintores Auguste Macke e Franz Marc do movimento Cavaleiro Azul.
Texto de Apollinaire
- «Vivemos um dos momentos mais importantes da história das civilizações. Tudo o que ainda arrastamos connosco da "cultura antiga" (religião, monarquia, nobreza, humanismo, etc…) é um presente que pertence já ao passado. […] Nós, pintores modernos, contribuimos largamente para criar uma arte "recém-nascida"… que dará nascimento a todas as novas leis e noções.» In Edina Bernard (102: 00)[1]
- ↑ Texto citado em Wikivisually, [1][ligação inativa]