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Neoconcretismo foi um movimento artístico surgido no Rio de Janeiro, Brasil, em fins da década de 1950, como reação ao concretismo ortodoxo[1] defendido pela vertente paulistana do movimento (denominada Grupo Ruptura)
Os neoconcretistas problematizaram a adoção formal de princípios da abstração geométrica a partir de um viés duplo: em relação à Gestalt, operaram uma inclusão da temporalidade nas formas, e um questionamento cada vez mais radical das estruturas que as mantém. Ao mesmo tempo, a leitura de autores da fenomenologia repensou a condição da arte como experiência, desmontando assim a relação sujeito-método-objeto, o que abriria crescentemente o problema da arte para a inclusão de instâncias sensíveis e sobretudo culturais. Nesse sentido, como afirma Ronaldo Brito, o Neoconcretismo é vértice e ruptura do projeto construtivo nacional – de um braço estético modernista do desenvolvimentismo para uma radicalidade cada vez mais contemporânea que abandona a geometria e nos anos 60 prenuncia questões da arte conceitual, do minimalismo e da Pop art.
Nesse sentido, o neoconcretismo, menos que designar um problema de estilo ou um agrupamento em torno de uma posição de vanguarda fixa, refere-nos ao problema da um questionamento radical do papel da arte e suas relações com a cultura nacional. A historiografia inicial, no entanto, apostaria na oposição regional (ainda que a suposta ortodoxia dos artistas paulistas seja um clichê que não explica as obras de Geraldo de Barros e Willys de Castro, por exemplo), e na idealização da natureza antiartística e politizada das produções conectadas com o Neoconcretismo nos anos 70.
As primeiras exposições de arte Neoconcreta
No dia 19 de março de 1959[2] ocorreu a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com a presença dos sete artistas assinantes do Manifesto. Duas outras exposições nacionais de arte Neoconcreta ocorreram nos anos seguintes: uma em 1960, no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, e outra em 1961, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
O Manifesto Neoconcreto
Publicado no catálogo da 1ª Exposição de Arte Neoconcreta e lançado no dia da abertura da exposição[3], o O Manifesto Neoconcreto também foi publicado no dia 22 de março de 1959 no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, dirigido por Reynaldo Jardim, participante do movimento. O Manifesto foi assinado por ele mesmo, além de Ferreira Gullar (colunista do jornal), Theon Spanudis, Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Lygia Clark e Lygia Pape. [4] [5]
Ver também
Referências
- ↑ Itau Cultural (16 de março de 2017). «Neoconcretismo». Enciclopedia Itau Cultural. Consultado em 28 de agosto de 2019
- ↑ Ferreira Gullar (10 de março de 1959). «1ª Exposição de arte Neoconcreta no MAM do Rio». Hemeroteca Digital. Consultado em 11 de fevereiro de 2021
- ↑ Ferreira Gullar (15 de março de 1959). «Museu de Arte Moderna - 1ª Exposição Neoconcreta». Hemeroteca Digital. Consultado em 11 de fevereiro de 2021
- ↑ Ferreira Gullar; Lygia Clark; Lygia Pape; Reynaldo Jardim; Theon Spanudis; Amílcar de Castro; Franz Weissmann (22 de março de 1959). «Manifesto Neoconcreto». Hemeroteca Digital. Consultado em 11 de fevereiro de 2021
- ↑ Infoescola. «Neoconcretismo». Consultado em 24 de agosto de 2019
Ligações externas
- «Página Oficial de Ferreira Gullar» O Manifesto Neoconcreto
- «Arte Online» O Movimento Neoconcreto
- «Lygia Pape Neoconcretismo EBA UFRJ»