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Lema:"Tudo pela Pátria" | |||||
Nome Oficial | Navio Escola "Guanabara" | ||||
Classe | Gorch Fock | ||||
Tipo | Navio-escola, veleiro de 3 mastros | ||||
Deslocamento | 1.727 t (padrão), 1.869 (máximo) | ||||
Dimensões | comprimento 89,5 m; boca 12 m; calado 5,5 m; altura do mastro 45,1 m | ||||
Propulsão à vela
a motor |
Velocidade 18 nós; armação em barca; 23 panos; superfície vélica, 1935 m²
Velocidade 9 nós; 1.000 Cv; motor diesel. . | ||||
Artilharia anti-aérea | 76mm/L63 no castelo da proa | ||||
Batimento de Quilha | 1936 | ||||
Lançamento | 1937 | ||||
Incorporação (Brasil) | 27 de Outubro de 1948 | ||||
Baixa | 10 de Outubro de 1961 | ||||
Figura de proa | a águia alemã original |
O NE Guanabara, ex-barca alemã Albert Leo Schlageter, foi um veleiro de três mastros, utilizado como navio escola pela Marinha do Brasil entre os anos de 1948 a 1961. Recebeu esse nome em homenagem à baía de Guanabara, tendo sido a quinta embarcação com essa denominação na Armada brasileira.
História
Integrante de uma série original de cinco veleiros, foi construído nos estaleiros da Blom & Voss, em Hamburgo. Teve o seu batimento de quilha em 1936 e foi lançado ao mar em 30 de Outubro de 1937, para desempenhar funções como navio escola da Marinha alemã — onde era chamado Albert Leo Schlageter — juntamente com os seus semelhantes da classe Gorch Fock: o primeiro, que deu o nome à classe; o segundo, ex-Horst Wessel (actual USCGC Eagle); o quarto, Mircea; o quinto, o Herbert Norkus, foi destruído antes de ter sido concluído.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o veleiro foi capturado pelas forças aliadas dos Estados Unidos da América, sendo vendido ao Brasil em 1948 por 5.000 dólares. No dia 6 de Agosto de 1948, chegou ao porto do Rio de Janeiro, procedente de Bremerhaven a reboque, numa viagem que durou cinco semanas. Eventualmente, foi incorporada à Marinha do Brasil em 27 de Outubro do mesmo ano, em cerimônia que contou com a presença do então presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, quando recebeu a denominação de "Navio Escola Guanabara". Na ocasião, foi empossado o seu primeiro comandante, o Capitão-de-Fragata, Pedro Paulo de Araújo Suzano.[1]
Em 1961, a Marinha do Brasil vendeu o NE Guanabara para a Marinha Portuguesa, que o rebatizou como NRP Sagres.
A serviço da Marinha do Brasil
Serviu como navio escola, com propulsão mista, à vela e a motor diesel (de 1.000 cv, acoplado a um eixo), artilhado com canhões de 76mm. A viagem de Aspirantes de final de ano da Escola Naval de 1948, iniciou-se em Janeiro de 1949, com a duração de um mês. Foram visitados os portos de Montevidéu, Rio Grande, São Francisco do Sul, Santos e Rio de Janeiro. Outros comandantes serviram, e alguns anos mais tarde, em 22 de Maio de 1954, o NE Guanabara deixava o Comando do 1º Distrito Naval, desta vez sob o comando do Capitão-de-Fagata, Maurício Dantas Torres.
- "O navio desatracou do cais da Ilha das Cobras às 10 h e rumou para o oceano, com destino ao porto de Natal. Foram efetuadas diversas manobras durante a navegação à vela (virou-se por d'avante, em roda e atravessou-se com o navio). Foram feitos diariamente exercícios de arriar e içar o escaler, em pleno oceano. Aterrou no dia 3 de Junho, pela manhã, a vinte (20') milhas ao norte do Cabo Bacopari e amarrou com boreste ao cais do porto da cidade de Natal às 1717 horas do dia 3 de Junho de 1954. No dia 4 de Junho de 1954, o navio largou do cais do porto da cidade de Natal às 1500 horas com destino a Salvador, tendo desembarcado quarenta e seis (46) praças que foram matriculadas no Centro de Instrução Almirante Tamandaré e recebido 81 praças recém-cursadas, a fim de transportá-los para o Rio de Janeiro. Continuaram nesta travessia os exercícios na mastreação e com os escaleres, tendo sido organizado um programa de adestramento para a guarnição. Aterrou no dia 9 de Junho pela manhã no farol de Garcia D'Avila e amarrou ao cais do porto da cidade de Salvador às 1957 horas do dia 9 de Junho de 1954, tendo entrado sob velas até próximo ao Banco da Panela. Neste termo foram navegadas mil novecentas e oitenta e duas vírgula oito (1982.'8) milhas, sendo mil (1000.'0) milhas à vela, setecentas e quarenta e nove vírgula cinco (749.'5) milhas à vela e à máquina e duzentas e trinta e três vírgula três (233.'3) milhas à máquina e feitos dezessete e meio dias de mar (17.5). Bordo do N.E. "Guanabara", no porto do Salvador, em 10 de Junho de 1954. (Assinou) Maurício Dantas Torres, Capitão-de-Fragata. Comandante."[2]
A serviço da Marinha do Brasil, o NE Guanabara efetuou viagens de instrução com guarda-marinhas, aspirantes da Escola Naval, praças e alunos do Colégio Naval, como também da Marinha Mercante, ao longo do litoral brasileiro. E, assim se sucedeu, aos longos dos anos que se passaram com inúmeras viagens sucessivas de adestramento, sob o comando dos seguintes capitães-de-fragata:
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NE e NVe
A Marinha do Brasil abrevia os Navios-Veleiro como "NVe Cisne Branco," por exemplo; mas, "Navio-Escola Brasil" é abreviado NE. Nos tempos que o navio pertencia ao Brasil, o antigo Guanabara era Navio Escola e não veleiro, apesar de ser um navio à vela.
Notas
- ↑ NE Guanabara Arquivado em 16 de janeiro de 2008, no Wayback Machine.: 1822 - Navios de Guerra Brasileiros - Hoje. Portal Online
- ↑ "3º CADERNETA SUBSIDIÁRIA DO LIVRO DE SOCORROS" (Caderneta de Registro Pessoal), excerto do "Histórico" do Imediato, Capitão-de-Corveta, Octavio Ferraz Brochado de Almeida (A caderneta foi rubrificada, em vista autorização dada do ESTADO MAIOR DA ARMADA) Termo de Viagem Nº45, No dia 11 de Junho de 1954. Microfilmada em 25/10/1956. Microfilme Lata 144 de 1 à 61. Diretoria do Pessoal (D. P. 4)