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Martiniano Eliseu do Bonfim

Predefinição:Info/Sacerdote

Martiniano Eliseu do Bonfim Ajimúdà (1859-1943), também conhecido como Ojé L’adê, era filho de escravo mas nasceu livre e foi o grande precursor do retorno às raízes africanas e da busca de elementos capazes de fortificar as práticas religiosas dos negros ex-escravos.[1] É considerado o último babalaô do Brasil.[2]

Biografia

Tendo por volta dos 14 anos de idade (aproximadamente em 1875), Martiniano do Bonfim viajou com seu pai a Lagos, na Nigéria, onde aperfeiçoou seu iorubá e inglês numa escola de missionários ingleses. Quando volta ao Brasil, 11 anos depois, Martiniano já é um babalaô.Predefinição:Nota de rodapé

Em 1937, Martiniano palestrou como presidente de honra no 2º Congresso Afro-Brasileiro e, em conjunto com Mãe Aninha, instituiu o Corpo de Obás de Xangô (Ministros de Xangô).Predefinição:Nota de rodapé De acordo com o professor Júlio Braga, Martiniano está inserido entre os principais nomes do processo de reafricanização da religião afro-brasileira na Bahia que reforçou o conceito de "pureza nagô" e alimentou o prestígio do candomblé da Nação Queto: "O redescobrimento da África acontece inicialmente com Martiniano Eliseu do Bonfim que vai em direção aos iorubás da Nigéria, com quem conviveu durante 11 anos", destaca no livro Na gamela do feitiço - repressão e resistência nos candomblés da Bahia.[3]

Com a dispersão ocasionada pelo tráfico de escravos na África, diversos cultos praticamente desaparecem em seus locais de origem. Em 1886, a cidade de Queto foi completamente destruída pelas guerras contra Abomei e o culto ao Orixá Oxóssi, tão importante na Bahia, tornou-se lá praticamente esquecido.

Um comentário de Pierre Verger, citado por Mestre Didi, no livro Axé Opô Afonjá, dá conta da surpresa do rei de Oxobô ao presenciar um ritual para Oxum no Ilê Axé Opô Afonjá. Ele "se mostrou impressionado pelo profundo conhecimento que ainda se tem na Bahia dos detalhes do ritual do culto àquela divindade", conta. O próprio título de Iá Nassô de Mãe Senhora "é um posto destinado em Oió, à sacerdotisa encarregada do culto a Xangô, no interior do palácio do alafim de Oió", completa Mestre Didi, que é filho carnal de Mãe Senhora.

Predefinição:Notas

Referências

  1. Ayoh'Omidire, Félix; Amos, Alcione M. (2012). «O babalaô fala: a autobiografia de Martiniano Eliseu do Bomfim». Afro-Ásia (em português) (46): 229–261. ISSN 0002-0591. doi:10.1590/S0002-05912012000200007. Consultado em 2 de abril de 2021 
  2. Póvoas, Ruy do Carmo (2015). A viagem de Orixalá : estrada de Sagitário, caminhos de Orunmilá (PDF). Ilhéus, Bahia: Editus. p. 363. 416 páginas. ISBN 8574553859. OCLC 945695462. Martiniano Eliseu do Bonfim (1859-1943), também conhecido como Ojé L’adê, foi o grande precursor do retorno às raízes africanas e da busca de elementos capazes de fortificar as práticas religiosas dos negros ex-escravos. É considerado o último babalaô do Brasil dos que vieram inicialmente. 
  3. Braga, Júlio Santana (1995). Na gamela do feitiço: repressão e resistência nos candomblés da Bahia. Salvador: EDUFBA. 201 páginas. ISBN 9788585804060. OCLC 38080808 

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