Marcelo Damy | |
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Conhecido(a) por |
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Nascimento | 14 de junho de 1914[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Campinas, São Paulo, Brasil |
Morte | 29 de novembro de 2009 (95 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] São Paulo, São Paulo, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge | Lúcia Toledo de Souza Santos |
Alma mater | Universidade de São Paulo (graduação) |
Instituições | |
Campo(s) | Física |
Marcello Damy de Sousa Santos (Campinas, 14 de junho de 1914 — São Paulo, 29 de novembro de 2009) foi um físico, pesquisador e professor universitário brasileiro.
Foi a primeira pessoa a graduar-se em Física pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL), em 1936[1] e o responsável pela instalação do primeiro reator nuclear no país.[2]
Biografia
Marcello nasceu em Campinas, em 1914. Era filho de Haraldo Egydio de Souza Santos e Maria Francisca Damy de Souza Santos. Foi casado com Lúcia Toledo de Souza Santos.[3] Era descendente da Viscondessa de Campinas, Maria Luzia de Souza Aranha. Seu irmão era o engenheiro, professor e doutor Tharcisio Damy de Souza Santos (Campinas, 1902).[4]
Formou-se em 1936 na primeira turma do curso de física da Universidade de São Paulo (USP) e, desde então, tornou-se assistente de Gleb Wataghin, com quem trabalhava em raios cósmicos.[1]
Em 1938, com bolsa de estudo do Conselho Britânico, seguiu os cursos de pós-graduação na Universidade de Cambridge sob a supervisão de William Lawrence Bragg, que havia recebido o Prêmio Nobel de Física de 1915. Com o fechamento da Universidade devido à Segunda Guerra Mundial, retornou ao Brasil, onde continuou suas pesquisas sobre raios cósmicos com Gleb Wataghin e Paulus Aulus Pompeia, que culminaram com a descoberta da produção de chuveiros de mésons.[5]
Com a entrada do Brasil na guerra, Marcello dirigiu as pesquisas sobre sonar ultrassônico para detecção e localização de submarinos, tendo recebido a medalha do Mérito Naval no grau de Comendador pelos resultados obtidos.[6]
Em 1945, a convite da Fundação Rockefeller, permaneceu nove meses na Universidade de Illinois, onde trabalhou com Donald William Kerst, inventor do bétatron. Após retornar ao Brasil, construiu o bétatron da USP, que foi o primeiro acelerador a funcionar na América Latina (em 1950). Iniciou com esse acelerador as pesquisas sobre Física Nuclear no Brasil, tendo sido encarregado pela USP e pelo CNPq como responsável pela instalação do reator do Instituto de Energia Atômica (IEA), hoje Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), que começou a funcionar em 1957.[6]
Foi diretor-fundador do IEA, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear e membro da Junta de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) entre 1961 e 1964. De 1969 a 1972 foi membro do Comitê Internacional de Dados Nucleares da AIEA. Foi Professor Catedrático e Emérito da USP, da qual se aposentou em 1968, ocasião em que foi nomeado diretor do Instituto de Física da UNICAMP e encarregado de sua implantação.[6]
Desde 1973 foi Professor Titular de Física Nuclear da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, da qual se aposentou em 1994 como Professor Emérito. Foi consultor do IPEN desde 1988, a convite de Rex Nazaré Alves.[6]
Morte
Marcello faleceu em 29 de novembro de 2009, aos 95 anos.[6][7] Em setembro do ano seguinte, o IPEN inaugurou, em sua homenagem, o Espaço Cultural Marcello Damy.[8]
Mais de 80 trabalhos foram publicados por Damy no Brasil e no exterior. Ele foi membro de várias sociedades científicas do país e do exterior, dentre elas a Academia Brasileira de Ciências.[1]
Legado
Para César Lattes, Damy foi o maior físico brasileiro até então.[9]
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 «Marcello Damy de Sousa Santos». Acervo do Instituto de Física da USP. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Neldson Marcolin (ed.). «Talento e Energia». Revista Pesquisa FAPESP. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ Lucia Souza Santos (ed.). «O piano e os quadros de Lucia». Folha de São Paulo. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Tharcisio Damy de Souza Santos». POLI USP. Consultado em 8 de setembro de 2010
- ↑ Amelia Imperio Hamburquer (ed.). «Marcello Damy de Sousa Santos». Sociedade Brasileira de Física. Consultado em 18 de março de 2021
- ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 «Morre o físico Marcello Damy». Revista Pesquisa FAPESP. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Morre Marcello Damy professor emérito do IF». Jornal da USP. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ «Espaço Cultural Marcello Damy foi inaugurado durante Semana de Ciência e Tecnologia do Ipen». IPEN. Consultado em 8 de setembro de 2010
- ↑ Lima, Gabriel Augusto Câmara Paiva; Sapunaru, Raquel Anna (2020). «César Lattes: Uma vida a ser contada». Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. 05 (10): 181-196. ISSN 2448-0959. doi:10.32749nucleodoconhecimento.com.br/filosofia/cesar-lattes. Consultado em 3 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 13 de novembro de 2020.
Para Lattes (2001), o maior físico brasileiro até então havia sido Marcelo Damy[6], pois não só teria descoberto coisas importantes, como também fabricou a aparelhagem, mediu e publicou os seus resultados, juntamente com Gleb Wataghin e Paulus “Pompéia” Aulus[7].