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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | lavrense | |||
Localização | ||||
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Mapa de Lavra | ||||
Coordenadas | ||||
município (s) atual (is) | Matosinhos | |||
Freguesia (s) atual (is) | Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo | |||
História | ||||
Extinção | Janeiro de 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 10,60 km² | |||
População total (2011) | 10 033 hab. | |||
Densidade | 946,5 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | Divino Salvador[1] | |||
Sítio | http://www.perafita-lavra-santacruzbispo.pt/index.php |
Lavra é uma vila portuguesa do concelho de Matosinhos, com 12km² de área, 10 033 habitantes (2011)[2] e uma densidade de 946,5 hab/km².
Foi sede de uma freguesia homónima, agregada em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, às de Perafita e Santa Cruz do Bispo, formando a União das Freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo.[3]
Etimologia
Tratando-se apenas de uma hipótese proposta pelo Dr. Alberto Sampaio, registada na revista Portugália, a palavra Lavra pode ter surgido de La-abra (que significa: a abra, a angra, o pequeno porto) tendo se obtido labra e que posteriormente evoluir para Lavra.[4]
História
Os mais antigos vestígios de presença humana na freguesia são datáveis do segundo milénio a.C.. Tratam-se de fossas escavadas no solo da Idade do Bronze, confirmando a importância da região, tanto na Pré-História como na Antiguidade Clássica e Idade Média.[5] Estes vestígios juntam-se a outros já identificados numa sondagem de 2004 junto à Igreja Paroquial que poderão remontar ao terceiro milénio a.C..[6] Existem ainda vestígios de antas, em particular junto à Igreja Paroquial e no lugar de Antela, que lhes toma o topónimo.[7][8] Já nas inquirições feitas na compilação das Memórias Paroquiais de 1758, se destacava a presença dessas sepulturas na região:[9]
“ | [...] e tambem por se acharem ao fazer desta Igreja que ainda he moderna alguas sepulturas de pedra grandes, e agigantadas ao modo antigo, e outras de tejolo; e ao fazer da mesma Igreja se acharam nas sepulturas corpos inteiros em pô, que assoprando lhe se desfaziam, o que eu vi com os olhos, que me admirey de ver a grandeza dos ditos corpos por serem agigantados. | ” |
Uma das maiores e mais importantes obras sobre a freguesia de Lavra é da autoria do Pároco António Francisco Ramos e tem por título Lavra. Apontamentos para a sua monografia. É, efetivamente, uma obra fundamental e incontornável, não só pela sua envergadura mas também porque percorre toda a história da Vila, desde de que se conheciam os vestígios das povoações pré-romana e romana até ao início do século XX.
Com a conquista da Península por Augusto e a divisão que impôs à Hispânia, Lavra ficou integrada na província romana de Terraconense. Pela primeira vez, o domínio romano, nas suas mais variadas vertentes, se impôs neste território. É uma realidade nova que se começa a construir num território que, durante séculos, fora vivendo em povoados dispersos e onde o coletivismo era a forma de organização interna dominante nesses mesmos povoados. Os romanos criaram a indústria do garum, da salga do peixe, a qual é conhecida pela arqueologia. Também pela toponímia local (ainda hoje visível nos vários lugares da vila), pode concluir-se que Lavra foi uma importante vila rural romana, chamada vila labra.[10]
Uma prova da grande importância e antiguidade de Lavra neste território é a existência de um mosteiro beneditino, o Mosteiro de S. Salvador de Lavra.[11]
Lavra foi também importante no período de restauração do Liberalismo em Portugal, nomeadamente nas Guerras Liberais (1828 - 1834), sendo palco do desembarque do rei D. Pedro IV na Praia dos Ladrões, em Pampelido, que, depois desse acontecimento, a 8 de Julho de 1832, se passou a chamar Praia da Memória, conservando um obelisco em memória do desembarque.
A reforma administrativa de 6 de novembro de 1836, retirou Lavra, na altura constituída por 300 fogos, da administração de Leça do Balio e anexou-a ao concelho de Bouças (atual Matosinhos).[12]
A 17 de junho de 1856, o surto de cólera morbus que atacava o país deu entrada no concelho de Bouças, sendo a freguesia de Lavra uma das mais afetadas. Um dos casos registados que acabou por recuperar foi o do médico Manuel Domingues dos Santos. Os depósitos de algas e sargaços usados para adubo foram apontados como causa da propagação da epidemia na vila de Matosinhos, enquanto que em Lavra a presença de terrenos pantanosos facilitaria a presença de febres intermitentes como a febre tifoide que já tinha atacado a freguesia.[13]
A 3 de junho de 1945, quase um mês depois da rendição incondicional da Alemanha Nazi durante a Segunda Guerra Mundial, o submarino alemão U-1277 foi afundado ao largo do Cabo do Mundo pela própria tripulação para evitar que este caísse em mãos inimigas. A tripulação abandonou a embarcação em barcos de borracha e chegou à costa com a ajuda de pescadores locais de Angeiras. Os tripulantes foram transferidos para o Forte de São João Baptista da Foz, no Porto, e posteriormente enviados para Inglaterra onde permaneceram prisioneiros durante três anos.[14][15][16]
Foi elevada a vila em 1 de Julho de 2003.
Geografia
É a freguesia mais a norte do concelho de Matosinhos. É banhada a oeste pelo oceano Atlântico e faz fronteira, a norte, com o concelho de Vila do Conde, delimitada pelo Rio Onda, com o da Maia a este e a sul com a freguesia de Perafita. É constituída pelos lugares de Angeiras,[17] Antela,[18] Avilhoso,[19] Cabanelas,[20] Lavra, Paiço, Praia de Angeiras e Pampelido.
O relevo é pouco acidentado elevando-se suavemente desde a linha do mar até ao interior. Existem alguns cursos de água que aqui desaguam sendo o mais importante o Rio Onda.[21]
População
População da freguesia de Lavra[22] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
1 481 | 1 685 | 1 939 | 2 164 | 2 452 | 2 643 | 2 950 | 3 733 | 4 450 | 5 064 | 5 944 | 7 682 | 8 894 | 9 408 | 10 033 |
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |
2001 | 1 520 | 1 383 | 5 379 | 1 126 | 16,2% | 14,7% | 57,2% | 12,0% | |
2011 | 1 515 | 944 | 6 051 | 1 523 | 15,1% | 9,4% | 60,3% | 15,2% |
Cultura
Educação
Atualmente, Lavra possuí três escolas de 1.º ciclo e uma de 2.º e 3.º ciclos,[23] sendo esta última a sede do agrupamento.
- Escola Básica de Agudela
- Escola Básica de Cabanelas
- Escola Básica da Praia de Angeiras
- Escola E.B. 2,3 Dr. José Domingues dos Santos, cujo topónimo provém de José Domingues dos Santos, primeiro-ministro da Primeira República Portuguesa nascido na freguesia.
Património
- Conjunto de tanques da Praia de Angeiras do período romano, soterrados no areal, com réplicas abertas na rocha para exposição.[24][25]
- Mosaico encontrado no Fontão.
- Obelisco da Memória entre as freguesias de Lavra e Perafita. Importante monumento sobre a história das guerras liberais.
- Submarino alemão da Segunda Guerra Mundial, U-1277, afundado a 30 metros de profundidade e a 2,5 milhas da costa, acessível a visita por mergulho.[14][15][16]
- A Escola E.B 2,3 Dr. José Domingues dos Santos possuí um museu etnográfico.
Bibliografia
- RAMOS, António Francisco. Lavra. Apontamentos para a sua Monografia. Porto: Imprensa Portuguesa, 1943.
- SAMPAIO, Alberto. Estudos Históricos e Económicos "As Vilas do Norte de Portugal". Lisboa: Editora Gráfica Portuguesa, Lda, 1903.
- CORAZZI, David. Diccionario de Geographia Universal, Tomo I. 1878. Google Books
Referências
- ↑ «Paróquia de Lavra». Anuário Católico. Consultado em 9 de março de 2019
- ↑ «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)» (em português). Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 17 de Março de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2013
- ↑ Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 17 de março de 2014.
- ↑ «LAVRA através dos tempos (Lavra Romana)» (em português)
- ↑ LUSA (15 de julho de 2021). «Achado arqueológico prova presença humana em Matosinhos há quatro mil anos». Público. Consultado em 24 de julho de 2021
- ↑ «Igreja Paroquial de Lavra». Portal do Arqueólogo
- ↑ «Antela». Portal do Arqueólogo
- ↑ «Anta». Infopédia
- ↑ «Lavra, Maia». Torre do Tombo. 1758
Predefinição:Citar wikisource - ↑ RAMOS, António Francisco. Lavra. Apontamentos para a sua Monografia. Porto: Imprensa Portuguesa, 1943, p. 23. [S.l.: s.n.]
- ↑ SOUSA, Bernardo Vasconcelos e (dir.); PINA, Isabel Castro; ANDRADE, Maria Filomena; SANTOS, Maria Leonor Ferraz de Oliveira Silva (2005). Ordens Religiosas em Portugal. Das Origens a Trento - Guia Histórico. Lisboa: Livros Horizonte. 51 páginas. ISBN 972-24-1433-X
- ↑ «Nova organização dos distritos Administrativos do Reino : Decreto de 6 de Novembro de 1836». Arquivo Municipal do Porto. 24 de dezembro de 1836. pp. 181–185
- ↑ Portugal Conselho de Saude Publica do Reino (1858). Relatorio da epidemia de cholera-morbus em Portugal: nos annos 1855 e 1856. [S.l.]: Imprensa nacional. 108 páginas
- ↑ 14,0 14,1 «U-1277, um submarino alemão afundado em Matosinhos». RTP Ensina
- ↑ 15,0 15,1 «Submarino de Angeiras U 1277». Portal do Arqueólogo
- ↑ 16,0 16,1 «Mergulho». CM Matosinhos
- ↑ Corazzi 1878, p. 117.
- ↑ Corazzi 1878, p. 136.
- ↑ Corazzi 1878, p. 263.
- ↑ Corazzi 1878, p. 603.
- ↑ «LAVRA através dos tempos (LAVRA no Concelho de Matosinhos)» (em português)
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ «Escolas do Agrupamento» (em português). Consultado em 9 de março de 2019
- ↑ «Angeiras» (em português). Portal do Arqueólogo. Consultado em 24 de julho de 2021
- ↑ «Tanques Escavados nos Rochedos da Praia de Angeiras» (em português). monumentos.gov. Consultado em 9 de março de 2019