Jean-Luc Godard | |
---|---|
Jean-Luc Godard | |
Nome completo | Jean-Luc Godard |
Nascimento | 3 de dezembro de 1930 (93 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Paris, Ile-de-France França |
Ocupação | Diretor, roteirista, ator, escritor, ensaísta |
Cônjuge | Anna Karina (1961-1967) Anne Wiazemsky (1967-1979) Anne-Marie Miéville |
Oscares da Academia | |
Oscar Honorário 2011 - Pelo Conjunto da Obra | |
César | |
César Honorário 1987 - Prêmio Honorário | |
Festival de Berlim | |
Urso de Prata de Melhor Diretor 1960 - À bout de souffle Grand Prix do Júri 1961 - Une femme est une femme Urso de Ouro 1965 - Alphaville | |
Festival de Veneza | |
Prémio de Honra - Leão de Ouro 1982 - Prêmio Honorário Leão de Ouro 1983 - Prénom Carmen |
Jean-Luc Godard (Paris, 3 de dezembro de 1930) é um cineasta, roteirista e crítico de cinema franco-suíço. Ele ganhou destaque como pioneiro no movimento de filmes franceses da Nouvelle vague dos anos 1960.[1]
Como seus contemporâneos, Godard criticou a "Tradição de Qualidade" do cinema francês,[1] que "enfatizava o ofício sobre a inovação, privilegiava os diretores estabelecidos sobre os novos e preferia as grandes obras do passado à experimentação".[2] Como resultado de tal argumento, ele e críticos com a mesma opinião começaram a fazer seus próprios filmes.[1] Muitas das obras cinematográfica de Godard desafiam as convenções da Hollywood tradicional, além do cinema francês.[3] Em 1964, Godard descreveu o impacto de seus colegas: "Entramos no cinema como homens das cavernas no Versalhes de Luís XV".[4] Ele é frequentemente considerado o cineasta francês mais radical das décadas de 1960 e 1970;[5] a abordagem em convenções cinematográficas, política e filosofias fez dele o diretor mais influente da Nouvelle vague. Além de mostrar o conhecimento da história do cinema através de homenagens e referências, vários de seus filmes expressaram suas opiniões políticas; ele era um ávido leitor da filosofia existencial e marxista.[5][6] Desde então, sua política tem sido muito menos radical e seus filmes recentes são sobre representação e conflito humano de uma perspectiva humanista e marxista.[5]
Em uma pesquisa da Sight & Sound em 2002, Godard ficou em terceiro lugar numa lista da crítica entre os dez principais diretores de todos os tempos.[7] Diz-se que ele "criou um dos maiores corpos de análise crítica que qualquer outro cineasta desde meados do século XX".[8] Ele e seu trabalho têm sido centrais na teoria narrativa e "desafiaram as normas comerciais do cinema narrativo e o vocabulário da crítica de cinema."[9] Em 2010, Godard recebeu um Oscar Honorário, mas não compareceu à cerimônia de premiação.[10] Os filmes de Godard inspiraram muitos diretores, incluindo Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Brian De Palma, Steven Soderbergh, D. A. Pennebaker,[11] Robert Altman, Jim Jarmusch, Wong Kar-wai, Wim Wenders, Bernardo Bertolucci,[12] e Pier Paolo Pasolini.[13]
Por parte de pai, ele é primo de Pedro Pablo Kuczynski, ex-presidente do Peru.[14] Ele foi casado duas vezes, com as atrizes Anna Karina e Anne Wiazemsky, ambas estreladas em vários de seus filmes. Suas colaborações com Karina - que incluíram filmes aclamados pela crítica como Bande à part (1964) e Pierrot le Fou (1965) - foram chamadas "indiscutivelmente o corpo de trabalho mais influente na história do cinema" pela revista Filmmaker.[15]
História
Godard passou a infância e juventude na Suíça e depois estudou Etnologia na Sorbonne. A partir de 1952 colaborou na revista Cahiers du Cinéma e, depois de vários curta-metragens, fez em 1959 seu primeiro filme longo, À bout de souffle (Acossado), em que adotou inovações narrativas e filmou com a câmera na mão, rompendo uma regra até então inviolável. Esse filme foi um dos primeiros da Nouvelle Vague, movimento que se propunha renovar a cinematografia francesa e revalorizava a direção, reabilitando o filme dito de autor.
Os filmes seguintes confirmaram Godard como um dos mais inventivos diretores da Nouvelle Vague: Vivre sa vie (1962; Viver a vida), O Desprezo (1963), Bande à part (1964), Alphaville (1965), Pierrot le fou (1965; O demônio das 11 horas), Deux ou trois choses que je sais d'elle (1966; Duas ou três coisas que eu sei dela), La Chinoise (1967; A chinesa) e Week-end (1968; Week-end à francesa). O cinema de Godard nessa fase caracteriza-se pela mobilidade da câmera, pelos demorados planos-sequências, pela montagem descontínua, pela improvisação e pela tentativa de carregar cada imagem com valores e informações contraditórios.
Após o movimento estudantil de Maio de 1968, Godard criou o grupo de cinema Dziga Vertov — assim chamado em homenagem ao cineasta russo de vanguarda homônimo — e voltou-se para o cinema político. Pravda (1969) trata da invasão soviética da Tchecoslováquia; Le Vent d'est (1969), com roteiro do líder estudantil Daniel Cohn-Bendit, questiona os padrões estéticos do cinema ocidental; e Jusqu'à la victoire (1970; Até a vitória) enfatiza a guerrilha palestina. Mais uma vez, Godard procurou inovar a estética cinematográfica com Passion (1982), reflexão sobre a pintura. Os filmes seguintes, como Prénom: Carmen (1983) e Je vous salue Marie (1984), provocaram polêmica e o último deles, irreverente em relação aos valores cristãos, esteve proibido no Brasil e em outros países.
Filmografia
Prêmios
- Ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por "Alphaville" (1965).
- Ganhou um Urso de Prata especial, no Festival de Berlim, por "Charlotte et son Jules" (1960).
- Ganhou o Urso de Prata de Melhor Diretor, no Festival de Berlim, por "À bout de souffle" (1959).
- Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza, por "Prenome Carmen" (1983).
- Ganhou duas vezes o Prêmio do Júri, no Festival de Veneza, por "Vivre sa vie" (1962) e "La chinoise, ou plutot a la chinoise" (1967).
- Ganhou em 1982 um Leão de Ouro Honorário, em homenagem à sua carreira.
- Ganhou o Leopardo de Honra, no Festival de Locarno, em 1995.
- Recebeu duas nomeações ao César, na categoria de Melhor Filme, por "Sauve qui peut " (1979) e "Passion" (1982).
- Recebeu duas nomeações ao César, na categoria de Melhor Realizador, por "Sauve qui peut " (1979) e "Passion" (1982).
- Ganhou dois Césares Honorários, entregues em 1987 e 1998.
- Ganhou o Oscar Honorário, entregue em 2010.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 Grant 2007, Vol. 4, p. 235.
- ↑ Grant 2007, Vol. 2, p. 259.
- ↑ «Jean-Luc Godard». New Wave Film. Consultado em 24 de maio de 2013
- ↑ Brody, Richard, Everything is Cinema: The Working Life of Jean-Luc Godard, Henry Holy & Co., 2008, pg. 72
- ↑ 5,0 5,1 5,2 Grant 2007, Vol. 4, p. 126.
- ↑ David Sterritt. «40 Years Ago, 'Breathless' Was Hyperactive Anarchy. Now It's Part of the Canon». Consultado em 24 de maio de 2013. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2013
- ↑ «BFI – Sight & Sound – Top Ten Poll 2002 Poll – The Critics' Top Ten Directors». Cópia arquivada em 23 de junho de 2011
- ↑ Grant 2007, Vol. 4, p. 238.
- ↑ Grant 2007, Vol. 4, p. 202.
- ↑ Freeman, Nate. «Godard Companion: Director Will Not Travel to Oscars for a 'Bit of Metal' | The New York Observer». Observer.com. Consultado em 6 de fevereiro de 2012
- ↑ «1 PM». Pennebaker Hegedus Films. Consultado em 5 de janeiro de 2012. Cópia arquivada em 24 de agosto de 2011
- ↑ BFI (4 de setembro de 2006). «Jean-Luc Godard: Biography». BFI. Consultado em 28 de setembro de 2011. Cópia arquivada em 5 de junho de 2011.
He made an enormous impact on the future direction of cinema, influencing film-makers as diverse as Robert Altman, Martin Scorsese, Jim Jarmusch, Rainer Werner Fassbinder, Wim Wenders, Steven Soderbergh, Quentin Tarantino and Wong Kar-Wai.
- ↑ Grant 2007, Vol. 3, p. 49.
- ↑ «A Surprising Coalition Brings A New Leader To Peru». The New Yorker. 10 de junho de 2016. Consultado em 28 de julho de 2017
- ↑ Zahedi, Caveh. «"Be Beautiful and Shut Up": Anna Karina on Filmmaking with Jean-Luc Godard | Filmmaker Magazine». Filmmaker Magazine (em English). Consultado em 13 de janeiro de 2018
Bibliografia
- Grant, Barry Keith, ed. (2007). Schirmer Encyclopedia of Film. Detroit: Schirmer Reference. ISBN 0-02-865791-8
- MacCabe, Colin (2005). Godard: A Portrait of the Artist at Seventy. New York: Faber and Faber. ISBN 978-0-571-21105-0
- Morrey, Douglas (2005). Jean-Luc Godard. New York: Manchester University Press. ISBN 978-0-7190-6759-4
- Steritt, David (1998). Jean-Luc Godard: Interviews. Jackson, Mississippi: University Press of Mississippi. ISBN 9781578060818.
- Usher, Phillip John (2009). "De Sexe Incertain: Masculin, Féminin de Godard". French Forum, vol. 34, no. 2, pp. 97–112.
- Godard, Jean-Luc (2014). Introduction to a True History of Cinema and Television. Montreal: caboose. ISBN 978-0-9811914-1-6.
- Brody, Richard (2008). Everything Is Cinema: The Working Life of Jean-Luc Godard. ISBN 978-0-8050-6886-3.
- Temple, Michael. Williams, James S. Witt, Michael (eds.) 2007. For Ever Godard. London: Black Dog Publishing.
- Dixon, Wheeler Winston. The Films of Jean-Luc Godard. Albany: State University of New York Press, 1997.
- Godard, Jean-Luc (2002). The Future(s) of Film: Three Interviews 2000–01. Bern; Berlin: Verlag Gachnang & Springer. ISBN 978-3-906127-62-0.
- Loshitzky, Yosefa. The Radical Faces of Godard and Bertolucci.
- Silverman, Kaja and Farocki, Harun. 1998. Speaking About Godard. New York: New York University Press.
- Temple, Michael and Williams, James S. (eds.) (2000). The Cinema alone: Essays on the Work of Jean-Luc Godard 1985–2000. Amsterdam: Amsterdam University Press.
- Almeida, Jane. Dziga Vertov Group. São Paulo: witz, 2005. ISBN 85-98100-05-6.
- Nicole Brenez, David Faroult, Michael Temple, James E. Williams, Michael Witt (eds.) (2007). Jean-Luc Godard: Documents. Paris: Centre Georges Pompidou.
- Godard Bibliography (via UC Berkeley)
- Diane Stevenson, "Godard and Bazin" in the Andre Bazin special issue, Jeffrey Crouse (ed.), Film International, Issue 30, Vol. 5, No. 6, 2007, pp. 32–40.
- Intxauspe, J.M. (2013). "Film Socialisme: Quo vadis Europa". hAUSnART, 3: 94–99.
- Lake, Steve and Griffiths, Paul, eds. (2007). Horizons Touched: the Music of ECM. Granta Books. ISBN 978-1-86207-880-2. 2007.
- Müller, Lars (2010). Windfall Light: The Visual Language of ECM. Lars Müller Publishers. ISBN 978-3-03778-157-9 (em inglês) & ISBN 978-3-03778-197-5 (em alemão)
.
- Rainer Kern, Hans-Jürgen Linke and Wolfgang Sandner (2010). Der Blaue Klang. Wolke Verlag. ISBN 978-3-936000-83-2 (em alemão)
Ligações externas
Predefinição:Oscar Honorário Predefinição:César Honorário Predefinição:Godard