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Pier Paolo Pasolini

Pier Paolo Pasolini
Nascimento 5 de março de 1922[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Bolonha, Emília-Romanha
Morte 2 de novembro de 1975 (53 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Óstia, Lácio
Nacionalidade Predefinição:ITAn
Ocupação professor, escritor, poeta e cineasta
Prémios Leão de Prata
1964
Urso de Prata
1971
Urso de Ouro
1972
Grand Prix Spécial du Jury 1974

Pier Paolo Pasolini (Bolonha, 5 de março de 1922Óstia, 2 de novembro de 1975) foi um cineasta, poeta e escritor italiano. Em seus trabalhos, Pasolini demonstrou uma versatilidade cultural única e extraordinária, que serviu para transformá-lo numa figura controversa. Embora seu trabalho continue a gerar polêmica e controvérsia até hoje, enquanto era vivo, seus trabalhos foram tidos como obras de arte segundo muitos pensadores da cultura italiana.[1][2]

Origens e formação

Era filho de Carlo Alberto Pasolini (1892-1958), bolonhês, militar de carreira, e de Susanna Colussi (1891-1981), friulana, professora primária. Teve um irmão chamado Guidalberto "Guido" Pasolini (1925-1945), que morreu numa emboscada lutando na Segunda Guerra Mundial. Em 1926, o pai de Pasolini foi preso por dívidas de jogo, e sua mãe mudou-se para a casa de sua família em Casarsa della Delizia, onde havia nascido.[1]

Começou a escrever poesias aos sete anos.[3] Em 1939, Pasolini graduou-se em literatura pela Universidade de Bolonha. Era homossexual assumido e um artista solitário. Antes de ficar famoso como cineasta, Pasolini havia trabalhado também como professor, poeta e novelista. Entre seus livros mais conhecidos, estão Meninos da Vida, Uma Vida Violenta e Petróleo. De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas.

Atividade política

Em 26 de janeiro de 1947, Pasolini escreveu uma declaração polêmica para a primeira página do jornal Libertà: "Em nossa opinião, pensamos que, atualmente, só o comunismo é capaz de fornecer uma nova cultura". A controvérsia foi parcialmente devido ao fato de ele ainda não ser um membro do Partido Comunista Italiano, PCI. Após sua adesão ao PCI, participou de várias manifestações, e, em meados de 1949, participou do Congresso da Paz, em Paris. Observando as lutas dos trabalhadores e camponeses, e vendo os confrontos dos manifestantes com a polícia italiana, ele começou a criar seu primeiro romance. No entanto, em outubro do mesmo ano, Pasolini foi acusado de corrupção de menores e atos obscenos em lugares públicos. Como resultado, foi expulso pela seção de Udine do Partido Comunista e perdeu seu emprego de professor que tinha obtido no ano anterior em Valvasone, ficando em uma situação difícil.

Em janeiro de 1950 Pasolini mudou-se para Roma com sua mãe.

Cinema

Realizou estudos para filmes sobre a Índia, a Palestina e sobre a Oréstia, de Ésquilo, que pretendia filmar na África (Apontamento para uma Oréstia Africana). Seus filmes são muito conhecidos por criticarem a estrutura do governo italiano (na época fortemente ligado à igreja católica), que promovia a alienação e hábitos conservadores na sociedade. Além disso, seu cinema foi marcado por uma constante ligação com o arcaísmo prevalecente no homem moderno. Prova disso é a obra Teorema, em que um indivíduo entra na vida de uma família e a desestrutura por inteiro (cada membro da família representa uma instituição da sociedade).

Dirigiu os filmes da Trilogia da Vida com conteúdo erótico e político: Il Decameron, I racconti di Canterbury e Il fiore delle mille e una notte. Pasolini, em um determinado momento da sua vida, renegou esses filmes, afirmando que eles foram apropriados erroneamente pela indústria cultural, que os classificava como pornográficos.

Essa trilogia foi filmada na Etiópia, Índia, Irã, Nepal e Iêmen. Os filmes eram dublados em italiano. Pelo conteúdo pretensamente classificado como erótico, foi proibido nos Estados Unidos e só chegou a ser exibido ali na década de 80. No Brasil, só foi exibido após a abertura política. Em Accattone, de 1961, Pasolini pôs em prática sua visão sobre a classe do proletariado na sociedade italiana da época. Gostava de trabalhar com atores amadores e do povo.

Morte

Na madrugada entre 1º e 2 de novembro de 1975 Pasolini foi brutalmente assassinado, em local próximo ao hidro-aeródromo de Óstia. O cadáver foi encontrado por uma senhora às 6h30min. Foi seu amigo Ninetto Davoli que reconheceu o corpo.[1] Giuseppe "Pino" Pelosi, à época com dezessete anos, já conhecido pela polícia por roubos de veículos, tendo sido detido na mesma noite por estar guiando o carro de Pasolini, cumpriu pena como assassino confesso. Pelosi afirmou que abordou Pasolini nas cercanias da Estação Termini, no Bar Gambrinus da Piazza dei Cinquecento, quando foi convidado a entrar em seu veículo (uma Alfa Romeo 2000 GT Veloce) mediante promessa de um soma em dinheiro.[1][4]

Depois de um jantar oferecido pelo escritor, na trattoria Biondo Tevere[5] próximo à Basílica de São Paulo Extramuros, os dois se dirigiram à periferia de Óstia. A tragédia, de acordo com a sentença judicial, teria tido início depois de uma discussão sobre as pretensões sexuais de Pasolini às quais Pelosi estaria relutante, e teria acabado por se precipitar numa altercação fora do veículo. Na sua versão, jovem teria sido ameaçado com um pau que depois teria conseguido tomar de Pasolini, tendo-lhe golpeado diversas vezes até fazê-lo cair gravemente ferido mas ainda com vida.[1] Então Pelosi teria entrado no veículo e atropelado o escritor diversas vezes, destruindo-lhe a caixa torácica e causando-lhe a morte.[6] Pelosi foi condenado em primeira instância por homicídio doloso em 4 de dezembro de 1976, sentença confirmada pela Corte de Apelação.[1] Em 2005, pena cumprida, Pelosi afirmou que não matou Pasolini e que confessou por ter sido ameaçado. Hoje já foram divulgados diversos documentos que desautorizam a versão constante da sentença judicial. Fica claro, no mínimo, a participação de mais pessoas no assassinato.[7] Em um recente programa televisivo, a escritora e biógrafa de Pasolini, Dacia Maraini afirmou que a morte de Pasolini "é um dos mistérios italianos que não foram resolvidos" (Di martedì 08/03/2022, 2:34:31) .

Pino Pelosi morreu em 20 de julho de 2017 aos 59 anos.

Obras

Livros

  • Poemas
  • Ragazzi di vita (Meninos da Vida, 1955)
  • Una vita violenta (Uma Vida Violenta, 1959)
  • Il sogno di una cosa (1962)
  • Amado Mio - Atti Impuri (publicado em 1982, mas escrito originalmente em 1948)
  • Alì dagli occhi azzurri (1965)
  • Teorema (1968)
  • Reality (1979)
  • Petrolio (1992, incompleto)

Poesias

  • La meglio gioventù (1954)
  • Le ceneri di Gramsci (1957)
  • L'usignolo della chiesa cattolica (1958)
  • La religione del mio tempo (1961)
  • Poesia in forma di rosa (1964)
  • Trasumanar e organizzar (1971)
  • La nuova gioventù (1975)
  • Roman Poems. (1986)

Ensaios

  • Passione e ideologia (1960)
  • Canzoniere italiano, poesia popolare italiana (1960)
  • Empirismo eretico (1972)
  • Lettere luterane (1976)
  • Le belle bandiere (1977)
  • Descrizioni di descrizioni (1979)
  • Il caos (1979)
  • La pornografia è noiosa (1979)
  • Scritti corsari (1975)
  • Lettere (1940–1954) (Letters, 1940-54, 1986)

Teatro

  • Orgia (1968)
  • Porcile (1968)
  • Calderón (1973)
  • Affabulazione (1977)
  • Pilade (1977)
  • Bestia da stile (1977)

Filmografia

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Prêmios e nomeações

  • Ganhou o Grande Prémio do Júri no Festival de Cannes, por "Il fiore delle mille e una notte" (1974).
  • Ganhou o Prémio de Melhor Argumento no Festival de Cannes, por "Giovani Mariti" (1958).
  • Ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, por "I racconti di Canterbury" (1972).
  • Ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, por "Il Decameron" (1971).
  • Ganhou o Leão de Prata no Festival de Veneza, por "Il vangelo secondo Matteo" (1964).
  • Ganhou o Prémio OCIC no Festival de Veneza, por "Il vangelo secondo Matteo" (1964).

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 SICILIANO, Enzo (2005). Vita di Pasolini. [S.l.]: Editora Mondadori. 518 páginas. ISBN 9788804550037 
  2. Ossola, Carlo Maria. «Verbete "Pasolini, Pier Paolo" na Enciclopédia Treccani» 🔗. Consultado em 2 de novembro de 2019 
  3. «Jovem mata Pasolini sem razões ou motivo aparentes». Porto Alegre. Folha da Manhã: 18. 3 de novembro de 1975 
  4. Sentenza della Corte di Cassazione - Processo a Pino Pelosi per l'assassinio di Pasolini
  5. BELLEZZA Dario. Morte di Pasolini. Milano, Mondadori, 1995, ISBN 88-04-39449-8.
  6. {http://www.pasolini.net/processi_pelosi_sentenza02.htm
  7. «Pier Paolo Pasolini». Wikipedia (em italiano). 12 de setembro de 2019 

Ligações externas

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