Jean-François Pilâtre de Rozier | |
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Jean-François Pilâtre de Rozier (Metz, 30 de Março de 1754 - Wimereux, Pas-de-Calais 15 de Junho de 1785), foi um químico francês, professor de física e um dos pioneiros da aerostação. Morreu perto de Wimereux, Pas-de-Calais, durante uma tentativa de atravessar o Canal da Mancha de balão, juntamente com o seu companheiro Pierre Romain, tendo-se tornado as primeiras vítimas de acidentes aéreos, conhecidas.
Biografia
Jean-François Pilâtre de Rozier nasceu em Metz, sendo o quarto filho de Magdeleine Wilmard e Mathurin Pilastre (conhecido como du Rosier). O seu interesse pela química começou no hospital militar de Metz, uma importante cidade-fortaleza, junto da fronteira francesa. Com 18 anos viaja para Paris, onde aprende física e química. Em 1780 parte para Reims, para ensinar aquelas disciplinas na Academia de Reims, e chama a atenção do Conde d'Artois, irmão do rei Luis XVI. De regresso a Paris, fica responsável pelo gabinete de história natural e, por influência do Conde d'Artois, fica ao serviço de sua esposa, o que lhe confere o nome de Pilâtre de Rozier.
Pilâtre de Rozier abre o seu próprio museu em Paris, no bairro de Marais, em 11 de Dezembro de 1781, onde demonstrava os seus conhecimentos em física, aos nobres. Nesta altura, investigava sobre gases e inventou um respirador.
Em Junho de 1783, assiste ao primeiro voo de balão efectuado pelos irmãos Montgolfier. Em 19 de Setembro, presencia ao voo de uma ovelha, um galo e um pato, do terraço do palácio de Versailles. Depois de vários testes em Outubro, efectua o primeiro voo de balão, com seres humanos, em que o acompanhava François Laurent d'Arlandes, em 21 de Novembro de 1783. Durante 25 minutos, viajaram cerca de 12 km, desde o Castelo de la Muette até Butte-aux-Cailles, passando nos arredores de Paris, a uma altitude de cerca de 1 mil metros.
Juntamente com Joseph Montgolfier, Rosier foi um dos seis passageiros num segundo voo efectuado em 19 de Janeiro de 1784, num balão de enormes dimensões, o Flesselles, partindo de Lyon. Quatro nobres também pagaram para ir a bordo, incluindo um príncipe. No entanto, este voo não correria como o esperado: o papel utilizado ficaria molhado devido à húmidas que se fazia sentir; o ar quente, que mantinha o balão no ar, era criado por madeira aquecida com brandy. Embora a dimensão do balão, 23 mil m³, fosse dez vezes maior que o do primeiro voo, este apenas viajou por uma pequena distância. Os espectadores que assistiam, tiveram que se abaixar quando o balão desceu demasiado depressa. Nessa noite, os aeronautas foram recebidos com a ópera de Gluck, Iphigénie en Tauride.
Em 23 de Junho de 1784, Rosier realizou novo voo num balão designado por La Marie-Antoinette, em nome da rainha Maria Antonieta, que descolou na presença do rei de França, e do rei Gustavo III, da Suécia. Junto com Joseph Louis Proust, o balão voou para norte, a uma altitude de 1 mil metros, acima das nuvens. Percorreram uma distância de 52 km, em 45 minutos, sendo forçados a descer por causa da turbulência e do ar frio, perto da floresta de Chantilly. Com este voo, registaram um novo recorde para velocidade, altitude e distância.
Último voo
O plano seguinte de Rosier foi uma tentativa de atravessar o Canal da Mancha, de França para Inglaterra. O balão da categoria Montgolfier, não estaria apto para esta tarefa, pois exigia grandes quantidades de combustível para aquecer o ar, no interior do balão. Assim, Rosier decidiu incluir hidrogénio. O voo foi preparado em 1784, mas a tentativa apenas foi realizada quando um outro francês, Jean-Pierre Blanchard, e um norte-americano John Jeffries, voaram através do canal num balão a hidrogénio, em 7 de Janeiro de 1785.
Depois de várias tentativas, só em 15 de Junho de 1785 é que Rosier, e o seu companheiro, Pierre Romain, descolaram de Boulogne-sur-Mer. O início do voo correu bem mas, ventos contrários empurraram o balão de novo para terra, a mais de 5 km do ponto de partida. Subitamente, o balão perdeu ar e, embora não se tenha incendiado, cai perto de Wimereux, perto de Pas-de-Calais. Ambos os ocupantes morreram. Oito dias depois da tragédia, a noiva de Rosier suicida-se. Uma lápide comemorativa do acidente será mais tarde erigida no local.
Referências
- Barthélemy Faujas de Saint-Fond, (1783, 1784) - Description des expériences de la machine aérostatique de MM. Montgolfier, &c.
Ligações externas
- (em inglês) História do balonismo em Bellestar