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Jackson Lago

Jackson Lago
60.º Governador do Maranhão
Período 1º de janeiro de 2007
a 16 de abril de 2009
Vice-
governador(a)
Luís Carlos Porto
Antecessor(a) José Reinaldo Tavares
Sucessor(a) Roseana Sarney
68.° Prefeito de São Luís
Período 1º de janeiro de 1997
a 5 de abril de 2002
Antecessor(a) Conceição Andrade
Sucessor(a) Tadeu Palácio
Período 1º de janeiro de 1989
a 1º de janeiro de 1993
Antecessor(a) Gardênia Gonçalves
Sucessor(a) Conceição Andrade
Dados pessoais
Nascimento 1 de novembro de 1934[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Pedreiras, MA
Morte 4 de abril de 2011 (76 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
São Paulo, SP
Alma mater Universidade Federal do Maranhão
Cônjuge Clay Lago
Filhos Ludmilla Lago
Igor Lago
Luciana Lago
Partido MDB (1966–1979)
PDT (1979-2011)
Profissão Médico

Jackson Kepler Lago (Pedreiras, 1º de novembro de 1934São Paulo, 4 de abril de 2011) foi um médico e político brasileiro, filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Foi governador do estado do Maranhão de 2007 a 2009, quando teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Antes disso, havia sido prefeito de São Luís por três ocasiões: de 1989 a 1992, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2002 (este último interrompido por ocasião de sua renúncia para candidatar-se ao governo do estado do Maranhão nas eleições de 2002). Morreu no dia 4 de abril de 2011 no Hospital do Coração, em São Paulo (SP), em decorrência de problemas respiratórios, depois um longo tratamento contra um câncer de próstata.

Carreira política

Nascido em Pedreiras, no interior maranhense, Jackson Lago começou sua trajetória política ainda na década de 1960, participando de protestos contra a ditadura militar, no MDB. Foi eleito deputado estadual em 1974.[1] Ligado ao sindicato dos médicos, foi pioneiro na realização de cirurgia torácica no sistema de saúde pública do Maranhão e lecionou no curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).[2] Em 1979, ao lado de Leonel Brizola, ajudou a fundar o diretório nacional do Partido Democrático Trabalhista, do qual permaneceu até seu falecimento em 4 de abril de 2011.[1]

Prefeito de São Luís por três ocasiões (1989-1992, 1997-2000 e 2001-2002, quando foi reeleito), Lago, que conquistou o título de melhor prefeito do Brasil, de acordo com pesquisa do jornal Folha de S. Paulo,[2] considera a ampliação do número de alunos das escolas públicas e a melhoria da capacitação dos professores suas principais realizações à frente do governo da capital maranhense.[1] A gestão Lago em São Luís também foi reconhecida por avanços nas áreas de saúde, geração de emprego e renda, segurança pública, participação popular, infraestrutura, meio ambiente e cultura.[2]

Lago renunciou ao último mandato de prefeito de São Luís para concorrer ao governo do estado, ficando em segundo lugar, nas eleições de 2002.[2] Nas eleições de 2006, contando inicialmente com a preferência de apenas cerca de 20% do eleitorado, Jackson surpreendeu todas as pesquisas de opinião e foi eleito no segundo turno com 51,82% dos votos válidos contra 48,18% de Roseana (PFL).[3] Uma pesquisa do IBOPE contratada pela TV Mirante, indicava que Roseana ganharia o pleito ainda no primeiro turno. Apenas o Instituto Toledo & Associados, contratado pelo jornal O Imparcial, previu a possibilidade de haver um segundo turno no estado.[4] Durante a campanha, Lago apostou no desgaste político da família Sarney, denunciando fortemente casos de corrupções envolvendo o grupo ligado a esta. Lago fez seu material de campanha com o presidente Lula, apesar deste ter declarado apoio público à rival Roseana.[1]

Com apenas cinco meses de governo, em maio de 2007, teve seu nome envolvido na Operação Navalha da Polícia Federal, ocasião em que foi apontado pela PF como beneficiário de vantagem indevida por meio de seus sobrinhos. Segundo a PF, o então governador teria recebido R$ 240 mil para permitir o pagamento, pela Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, de R$ 2,9 milhões de uma obra da Gautama, empresa sediada em Salvador.[5] Porém, além de Zeca Baleiro [6], outros maranhenses também chegaram a se manifestar contra o fim judicial daquele mandato : antes do julgamento que confirmou a retirada do fundador pedetista do cargo, cerca de duzentas pessoas protestaram na capital equinocial.[7]

Cassação

Após a derrota nas urnas, a campanha de Roseana Sarney acusou a chapa de Jackson Lago e de seu vice, Luís Carlos Porto, do PPS, de terem cometido crimes eleitorais, ao se beneficiarem indevidamente de convênios firmados pelo Governo do Maranhão na gestão de José Reinaldo Tavares.[8]

Em 4 de março de 2009, o TSE condenou governador e vice por abuso de poder político. O então presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, afirmou que houve um "entrelace de administrações", em uma tentativa de levar o eleitorado a acreditar que os convênios assinados por José Reinaldo só seriam cumpridos caso Jackson Lago fosse eleito.[9]

Os votos conferidos a Jackson Lago e Luís Carlos Porto nas eleições de 2006 passaram a ser considerados nulos. Em razão disso, Roseana Sarney passou a ter mais da metade dos votos válidos (60%), fazendo com que o TSE então a declarasse eleita e determinasse que ela tomasse posse. Jackson e Porto continuaram em seus cargos até o fim do julgamento de recursos.

Em 16 de abril de 2009, o TSE confirmou a cassação do mandato de Lago e Porto e ordenou a diplomação da segunda colocada no pleito. Entretanto, Lago se recusou a abandonar o Palácio dos Leões, sede do governo. O movimento de resistência ao novo governo recebeu o nome de "balaiada" (em alusão à revolta que ocorreu no estado entre 1838 e 1841) e recebeu apoio do MST, da Via Campesina, do deputado federal Domingos Dutra (PT) e do deputado estadual Valdinar Barros, Olívio Dutra e Beth Carvalho. Após a saída do Palácio dos Leões, Jackson prometeu continuar sua vida política em discurso no diretório estadual do PDT.

A cassação de Jackson Lago rendeu um artigo do músico Zeca Baleiro na revista Istoé com duras críticas à família Sarney.[6] Para o músico, nascido em São Luís no mesmo ano em que José Sarney tomou posse como governador, a medida foi tomada "por meio de manobras politicamente engenhosas e juridicamente questionáveis".[6] Por outro lado, a cantora Alcione apoiou publicamente a volta de Roseana Sarney ao governo do estado.[10]

Eleições 2010

Nas eleições 2010, Jackson candidatou-se novamente ao cargo de governador do Maranhão e perdeu. Houve dúvidas em relação à sua candidatura, uma vez que a recém-promulgada Lei da Ficha Limpa proíbe a candidatura de políticos condenados em tribunal colegiado, mas o TRE-MA deferiu por unanimidade, sua candidatura. Esteve nas intenções de voto todo o tempo em segundo lugar,[11] o que o levou a contestar o resultado das pesquisas de opinião, afirmando que o Ibope estaria favorecendo seus adversários.[12] Por fim, terminou apenas em terceiro lugar, atrás de Roseana e de Dino. Apoiou a candidatura de José Serra à presidência da república.

Família

Lago era casado com a também médica Maria Clay Moreira Lago; Deixou três filhos de seu primeiro casamento com Maria Matos Lago.[1] Maria Clay foi secretária de Solidariedade Humana durante o governo de José Reinaldo Tavares quando do rompimento deste com a família Sarney. E Jackson tinha 7 irmãos, Socorro Lago, Graça Lago, Francisco das Chagas Lago Ferro, Antônio Lago Ferreira, José Lago Tavares, José Luís Teixeira Lago Neto e Wagner Lago, é primo do político Aderson Carvalho Lago Filho também Candidato ao Governo do Maranhão em 2006 só que pelo PSDB.

Morte

Jackson faleceu aos 76 anos em 4 de abril de 2011, vítima de complicações respiratórias, no Hospital do Coração, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer de próstata desde 2004.[13][14][15]

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 «PERFIL-Jackson Lago alija Sarney do poder no Maranhão - 29/10/2006 - UOL Últimas Notícias». noticias.uol.com.br. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 «Confira o perfil do governador eleito Jackson Lago - Terra Tecnología». 13 de abril de 2011. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  3. «MARANHÃO ELEIÇÕES - Eleição para governador do Estado do Maranhão - Eleições 2006». www.duplipensar.net. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  4. «Eleição de Lago interrompe 40 anos de governo Sarney - Terra Tecnología». 16 de julho de 2011. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  5. «Folha Online - Brasil - Polícia Federal pede prisão de Jackson Lago, mas Justiça nega - 17/05/2007». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  6. 6,0 6,1 6,2 Garrone, Raimundo. "Isto É publica artigo de Zeca Baleiro sobre o “império sórdido” de Sarney no MA". Jornal Pequeno. 30 de março de 2009.
  7. «G1 > Política - NOTÍCIAS - TSE nega recursos e confirma cassação do governador do Maranhão». G1. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  8. «TSE cassa o mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago». G1. Consultado em 29 de maio de 2022 
  9. «TSE confirma cassação de Jackson Lago». G1. Consultado em 29 de maio de 2022 
  10. Santos, Ricardo. "O Maranhão não precisa de Sarney, Roseana e muito menos de Alcione!!!". Jornal Pequeno. 22 de dezembro de 2008.
  11. «"Roseana e Jackson caem e Flávio Dino sobe, segundo nova pesquisa do Ibope"». Jornal Pequeno. 18 de setembro de 2010. Consultado em 19 de setembro de 2010. Cópia arquivada em 21 de setembro de 2010 
  12. Raimundo Garrone (18 de setembro de 2010). «"Jackson diz que pesquisas isentas contrariam números do Ibope"». Jornal Pequeno. Cópia arquivada em 18 de setembro de 2015 
  13. «Morre em SP o ex-governador do Maranhão, Jackson Lago - O Globo». oglobo.globo.com. Consultado em 4 de abril de 2011 
  14. «Morre aos 76 anos o ex-governador do MA Jackson Lago». noticias.terra.com.br. Consultado em 4 de abril de 2011 
  15. «Vai-se um ferrenho opositor da dinastia Sarney». bragadarocha.blogspot.com. Consultado em 3 de janeiro de 2012 


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