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A Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil (IPCB) é uma denominação presbiteriana reformada, fundada em 1940, pelos igrejas e membros que se separaram da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB). O principal motivo para a divisão foi a decisão da Assembleia Geral da IPIB, em 1938, de nomear uma comissão para elaborar uma nova confissão de fé. Esta confissão substituiria a Confissão de Fé de Westminster e seria tolerante com o aniquilacionismo.[1] Os membros que se opunham a isso se separaram e formaram a IPCB.[2][3] É atualmente a terceira maior denominação reformada no Brasil, logo após a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB)[4] e a IPIB[5], conservando posicionamentos tradicionais do presbiterianismo.
História
Na década de 1930, Ruy Guierres, um candidato a ordenação pelo Presbitério D'Oeste da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), durante sua sabatina para ordenação, declarou adesão ao aniquilacionismo e oposição a existência de penas eternas.[1]
Consequentemente, o Sínodo da IPIB, de 1938, debateu sobre o tema. Como resultado, a denominação reconheceu a existência interna de diferentes posições quanto ao Aniquilacionismo e as penas eternas e nomeou comissão para elaborar uma nova confissão, que substituiria a Confissão de Fé de Westminster até então adotada pela denominação.[1]
Depois de dois anos de debates e discussões internas sobre questões doutrinárias, a 2ª Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo desligou-se da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), em 11 de fevereiro de 1940, e tornou-se Igreja Presbiteriana Conservadora de São Paulo.[2][1]
Outros membros da IPIB que se opunham à mudança de confissão se separaram da denominação se uniram à IPCB.[1]
Manifesto às Igrejas Evangélicas
No "Manifesto às Igrejas Evangélicas", publicado pela igreja em "O Presbiteriano Conservador", logo após a separação, a igreja afirmou:
Criação do 1º Presbitério
Embora sem o propósito de provocar adesões, conforme o "Manifesto", algumas igrejas que tinham a mesma convicção, juntamente com um pequeno número de pastores, também se desligaram da IPIB e juntos organizaram, em 27 de junho de 1940, o 1° Presbitério da nova federação eclesiástica, chamada de Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil, composto por 11 igrejas e 5 ministros.[2]
Estatísticas
Ano | Igrejas e congregações | Membros |
---|---|---|
1940 | 11 | 741 |
2000 | 44 | 3.243 |
2006 | 52 | 3.578[2] |
2018 | 92 | 4.371[6] |
Segundo as estatísticas da denominação, tinha 3.578 membros em 2006.[2]. Em 2018, publicou novas estatísticas, que relataram 4.371 membros (3.716 comungantes e 655 não comungantes), com um crescimento de 22,16% entre 2006 e 2018.[6] No mesmo período, a população brasileira cresceu 11,31%.[7]
A IPCB era constituída, em 2018, por 92 frentes de trabalho eclesiástico com status de igreja ou congregação: 56 igrejas locais, 19 congregações locais, 4 congregações presbiteriais, 13 congregações do Departamento Missionário. Além disso, tinha 12 pontos de pregação. A denominação está, assim, presente em 11 estados da federação (CO: GO, MT, MS; N: AC, AM, RO; Ne: AL, BA, PE; Se: MG, SP; S: PR).
Em 19 de julho de 2009, a IPCB organizou sua Assembleia Geral. Devido ao crescimento de igrejas, em 2017, a denominação já eram formada por 8 Presbitérios (Bandeirante, Brasil-Central, Centro-Sul, Guarulhos, Oeste Paulista, Paraná, Paulistano e Piratininga) e dois Sínodos (Sudeste e Centro-Oeste).
O Presbitério Centro Sul possui igrejas/congregações em: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Prata (Minas Gerais), Uberlândia, Iraí de Minas e Matupá.[8][9]
O Presbitério Brasil Central possui igrejas/congregações em: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Trindade (Goiás) e Araçu.[10]
O Presbitério do Paulistano possui igrejas/congregações em: São Paulo, Ferraz de Vasconcelos e Suzano.[11]
O Presbitério de Guarulhos possui igrejas/congregações em: São Paulo e Guarulhos.[12]
O Presbitério de Piratininga possui igrejas/congregações e pontos de pregação em: São Paulo, São Bernardo do Campo, Conceição da Feira, Feira de Santana, Senhor do Bonfim (Bahia), São Gonçalo dos Campos, Baixa Grande, Santa Bárbara (Bahia).[13]
O Presbitério do Oeste Paulista possui igrejas/congregações em: Pedrinhas Paulista, Bauru, Birigui, Palmares Paulista, Santa Fé do Sul, Presidente Prudente.[14]
O Presbitério Bandeirante possui igrejas/congregações em: Muzambinho, Cabo Verde (Minas Gerais), São João da Mata, Itapetininga, Campinas e Limeira.[15]
O Presbitério do Paraná possui igrejas/congregações em: Curitiba, Cambará, Pinhais, São Jorge do Ivaí, Paranaguá, Maringá, Jacarezinho, Ivinhema, Ibaiti e Antonina.[16]
O Departamento Missionário da IPCB possui congregações em: Rio Branco, Cruzeiro do Sul (Acre), Cerejeiras , Ouro Preto do Oeste, Tabatinga (Amazonas), Aquidauana, Guaxupé, Agrestina, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Paulista (Pernambuco), Bezerros e Caruaru.[17]
Doutrina
A IPCB é uma denominação reformada, portanto, crê que a Bíblia é a única regra de fé e prática, fonte de toda doutrina ensinada na igreja. Todavia, a IPCB subscreve os Símbolos de Westminster (Confissão de Fé de Westminster – CFW, Catecismo Maior de Westminster e Breve Catecismo de Westminster), que considera ser exposição fiel das Sagradas Escrituras. Tais confissões são modificáveis, caso a igreja perceba erros em suas declarações e não são vistas como sagradas ou inspiradas por Deus.[18]
Entre as doutrinas expressas na CFW estão as doutrinas da: Trindade; diofisismo; predestinação; graça comum; Divina Providência; Queda e Pecado original; Depravação Total; Vocação eficaz; Expiação eficaz; Eleição Incondicional; Perseverança dos santos; Justificação pela fé; Ordo salutis reformada; Dois sacramentos (Batismo e Eucaristia) e a Guarda do Domingo como "sábado cristão".
Além disso, a CFW expressa uma visão positiva da Lei de Deus, afirmando que, embora não seja possível que os homens a cumpram integralmente, ela é o padrão que revela o caráter de Deus e deve ser observada por todos os cristãos. O Evangelho não anula a Lei. Assim, embora o homem não possa ser salvo por cumprir a Lei, ele deve obedecê-la por ser a revelação da vontade de Deus para os homens.
A CFW também afirma que todo poder é instituído por Deus, e portanto os cristãos devem obedecer aos magistrados. Todavia, não pode o poder político interferir na igreja, seus sacramentos, cultos e ordens.
A Confissão se opõe à bigamia, define casamento como relação apenas possível entre homem e mulher e só admite divórcio em caso de adultério e deserção irremediáveis.
O sistema de governo presbiteriano é também definido na Confissão, regulando-se por sínodos e concílios.[19]
A IPCB não admite a ordenação feminina e, portanto, somente homens podem ser pastores, presbíteros e diáconos. Desde sua fundação é uma igreja antimaçônica, cessacionista, rege o culto pelo princípio regulador do culto e não pratica a salmodia exclusiva. A denominação também se opõe à prática de bater palmas durante a liturgia.[20][21][2]
Posicionamentos
Em 2017, a denominação se posicionou declarando que a filiação e apoio dos membros a qualquer partido político que defenda o Socialismo é incompatível com a fé cristã.[22]
Na mesma ocasião, a denominação disse que é incompatível com a fé cristã a defesa da descriminalização do aborto, ideologia de gênero, feminismo, descriminalização do uso e comércio de entorpecentes.[22]
Jornal, Seminário e Departamento Missionário
A igreja publica seu jornal "O Presbiteriano Conservador" desde a sua fundação, em 1940, e tem seu Seminário, desde 1953, em São Bernardo do Campo.
Em 1983, fundou seu Departamento Missionário, através do qual tem podido expandir seu ministério de pregação e implantação de igrejas em vários pontos pioneiros, como nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais e entre os índios terenos, no Mato Grosso do Sul.
A denominação tem ainda um seminário, o Seminário Presbiteriano Conservador e dois institutos bíblicos, o Instituto Bíblico Conservador e o Instituto Bíblico Graça Irresistível.[23]
Relações Inter-eclesiásticas
A Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil não participa de nenhuma organização ecumênica a nível nacional ou internacional. Foi uma das igrejas fundadoras do Concílio Internacional de Igrejas Cristãs, da Aliança Latino-Americana de Igrejas Cristãs e da Confederação de Igrejas Evangélicas Fundamentalistas do Brasil.[2] Todavia, votou por deixar tais organizações em 1980.[20]
Igreja Presbiteriana do Brasil
Logo após sua organização, a IPCB contatou a IPB para informar sobre sua fundação.[2]
Em 1946, foi elaborado um plano de unificação com a IPB, todavia o plano não se concretizou.[24]
No Século XXI, não existe comunhão oficial entre a IPB e a IPCB. Entretanto, em 2010, a última foi formalmente convidada a enviar delegados para a reunião do Supremo Concílio da primeira[25]. Sendo assim, em 2010 a IPCB enviou um delegado ao Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil.[26]
O que historicamente separava as duas denominações era a visão contrária à maçonaria pelos membros da IPCB, que, a partir de 2006, foi também oficializada pela IPB. A partir de então, a IPB reconheceu a incompatibilidade entre a maçonaria e a fé cristã.[27]
A nível local, já existe integração e cooperação entre as igrejas federadas às duas denominações, sendo comum a recepção de membros entre as duas igrejas, bem como de pastores e pregadores de uma e outra denominação.[28][29][30]
Existem também ações de cooperação missionária conjunta entre membros das duas igrejas. A Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) da IPB assumiu, em 2010, uma congregação no Japão, formada por imigrantes brasileiros oriundos da IPCB, após o Departamento Missionário desta última não ter mais podido atender aos seus membros naquele país.[31]
Ligações externas
Predefinição:Denominações presbiterianas no Brasil Predefinição:Denominações evangélicas no Brasil
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 LACERDA, Gerson Correia de (2002). «1º Caderno do Centenário da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil». O Estandarte. p. 9-20. Consultado em 22 de maio de 2021
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 «Igreja Presbiteriana Conservadora, estatísticas» (PDF). Consultado em 7 de Agosto de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 16 de agosto de 2016
- ↑ «Igreja Presbiteriana Conservadora». JCNET. Consultado em 18 de abril de 2018. Cópia arquivada em 18 de abril de 2018
- ↑ «Estatísticas da Igreja Presbiteriana do Brasil em 2016». Consultado em 18 de abril de 2018. Cópia arquivada em 19 de abril de 2018
- ↑ «Estatísticas da Igreja Presbiteriana Independente». Consultado em 18 de abril de 2018. Arquivado do original em 1 de outubro de 2016
- ↑ 6,0 6,1 Erro de citação: Marca
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- ↑ «Projeção da população do Brasil entre 2000 e 2020». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ «Igrejas do Presbitério Centro Sul da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igreja Presbiteriana Conservadora de Matupá». Consultado em 27 de julho de 2021
- ↑ «Igrejas do Presbitério Brasil Central da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igrejas do Presbitério do Paulistano da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igrejas do Presbitério de Guarulhos da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igrejas do Presbitério de Piratininga da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igrejas do Presbitério do Oeste Paulista da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igrejas do Presbitério Bandeirante Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igrejas do Presbitério do Paraná da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Missionários da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 9 de junho de 2021
- ↑ «Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Reformiert Online. Consultado em 7 de agosto de 2017. Cópia arquivada em 19 de julho de 2018
- ↑ «Confissão de Fé de Westminster». Monergismo. Consultado em 3 de agosto de 2017. Cópia arquivada em 3 de agosto de 2017
- ↑ 20,0 20,1 «Digesto da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 1 de julho de 2022
- ↑ «As influências do Culto do Antigo Testamento na Liturgia». Consultado em 7 de agosto de 2017. Arquivado do original em 3 de julho de 2015
- ↑ 22,0 22,1 «Posicionamento da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil». Consultado em 27 de julho de 2021
- ↑ «Seminário Presbiteriano Conservador completa 60 anos». p. 2. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «Brasil Presbiteriano: Edição, Ano 51, Número 665, Página 5» (PDF). Consultado em 3 de Agosto de 2017. Arquivado do original (PDF) em 8 de agosto de 2017
- ↑ «Relações Inter eclesiásticas da Igreja Presbiteriana do Brasil» (PDF). Consultado em 3 de Agosto de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 8 de agosto de 2017
- ↑ «Ata do Supremo Concílio da IPB de 2010». Consultado em 1 de janeiro de 2022
- ↑ «Igreja Presbiteriana do Brasil e a Maçonaria». Consultado em 8 de Agosto de 2017. Cópia arquivada em 28 de maio de 2014
- ↑ «Igreja Presbiteriana do Brasil em Rio Preto recebe membros vindos da Igreja Presbiteriana Conservadora». Consultado em 8 de Agosto de 2017. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2017
- ↑ «Reverendo Moysés Moreira Lopes, pastor da Igreja Presbiteriana Conservadora, recebido como pastor na Igreja Presbiteriana do Brasil». Consultado em 8 de Agosto de 2017. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2017
- ↑ «Relatório da Secretaria Executiva da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre jubilação do Reverendo Moysés Moreira Lopes, pastor vindo da Igreja Presbiteriana Conservadora». Consultado em 8 de Agosto de 2017. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2017
- ↑ «Agência Presbiteriana de Missões Transculturais da Igreja Presbiteriana do Brasil assume congregação missionária formada por memb ros da Igreja Presbiteriana Conservadora» (PDF). Consultado em 8 de Agosto de 2017. Arquivado do original (PDF) em 8 de agosto de 2017