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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | Liberdade, União e Trabalho | ||
Gentílico | igrapiunense | ||
Localização | |||
Localização de Igrapiúna na Bahia | |||
Localização de Igrapiúna no Brasil | |||
Mapa de Igrapiúna | |||
Coordenadas | |||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Bahia | ||
Municípios limítrofes | Camamu, Maraú, Ituberá, Piraí do Norte e Ibirapitanga. | ||
Distância até a capital | 320 ou 160 (via ferry-boat) km | ||
História | |||
Fundação | 1892 (1ª); 1989 (2ª) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Manoel Ribeiro dos Santos[1] (PP, 2021 – 2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [2] | 512,837 km² | ||
População total (IBGE/2010[3]) | 13 347 hab. | ||
Densidade | 26 hab./km² | ||
Clima | Não disponível | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010 [4]) | 0,574 — baixo | ||
PIB (IBGE/2008[5]) | R$ 103 475,701 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[5]) | R$ 7 701,38 | ||
Sítio | http://www.igrapiuna.ba.gov.br/ (Prefeitura) |
Igrapiúna é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2004 era de 16.122 habitantes.
História
Fundada no século XVIII, com o nome de Freguesia de Nossa Senhora de Igrapiúna, surgiu ao redor da Igreja da Matriz, numa zona de mata atlântica fechada. O transporte era todo feito através de barcos, e a cidade se desenvolveu como um centro mercantil, vivendo em função dos roçados e do cais fluvial da cidade. A cidade em si localiza-se no interior do município, visto que este é banhado pelo Oceano Atlântico. O transporte saía do cais, navegando no Rio Igrapiúna até o delta, e de lá indo para a costa do Brasil. Elevada à condição de vila em 1797, parte do Concelho de Camamu, a cidade viria a ganhar o status de município em 1892, já na República Velha, perdendo tal condição em 1942, por inviabilidade financeira. Foi rebaixada a distrito de Camamu, pelo que pleiteou a emancipação sucessivamente, em 1962, em 1980, e por fim, em 1988. Neste período, a empresa norte-americana Firestone instalou uma fábrica lá, na década de 1960, trazendo grande desenvolvimento para a região, ativo que passaria ao controle da Michelin em 1984. Em 1988, Igrapiúna finalmente recobra sua condição de Município.
Geografia
O município conta com um território vasto, sendo dominante o clima tropical úmido, propício à cultura de estirpes amazônicas, como a borracha, cacau, pupunha, guaraná, piaçaba; bem como outras culturas tropicais, como o cravo e o dendê. Sua região costeira é predominantemente coberta de manguezais que crescem sobre o delta do Rio Igrapiúna, e o delta do Rio Serinhaém. Saindo dos vales centrais do Concelho, o Rio Igrapiúna deságua na Baía de Camamu, encerrando seu percurso na Ponta do Santo. Tendo o cais da cidade sofrido longo assoreamento, o embarcadouro foi transferido para fora da urbe, sendo erguido o molhe do Pau D'Óleo, distando 4 km da sede. Dele depende o transporte para as vilas insulares, e sua ligação com a sede. Quase defronte a este, a localidade da Ilha do Ambar, que gradualmente se transmuta num povoado com o passar dos anos. Ao longo do Rio Serinhaém, mais caudaloso, e que consiste na fronteira entre Igrapiúna e Ituberá, situam-se as vilas do Contrato, Timbuca, e a Ilha da Pescaria. O Contrato, a mais oriental freguesia do Concelho, é local de sua única praia povoada, de mesmo nome, e praça de veraneio dos igrapiunenses. O Município conta com a Ilha de Quiepe, já em mar aberto, e a Ilha de Pedra Furada, na Baía de Camamu; ambas sob domínio de particulares.
A sede municipal, erigida originalmente num morrote na margem esquerda do Rio Igrapiúna, se espraia em direções opostas a partir do rio, seguindo o traçado da BA 001, rodovia que veio a quebrar o isolamento secular da cidade. No topo, a Igreja da Matriz, dominando a paisagem de forma irresoluta, tendo ao seu redor o centro da cidade. A leste, o antigo cais, a Escola Rural, engolfada pelo crescimento urbano, e novos loteamentos residenciais. A sudoeste, o Bairro Novo, ainda com infra-estrutura precária e em expansão urbana. Na extremidade norte, o Centro Administrativo e instalações de serviços públicos.
Nas áreas interioranas, restam ainda resquícios da selva cerrada que outrora dominara aquelas paragens; hoje, dominadas por roçados, e pontilhadas de vilas e aldeamentos, geralmente próximas aos veios fluviais; assim, são seus habitantes conhecidos como "beiradeiros", e tais domínios, as "Beiradas". A rodovia representa um eixo significativo de integração para o Município. As estradas locais não são calçadas, nem lineares, e muitas vezes tornam-se intransitáveis. O assoreamento inviabilizou grande parte do transporte fluvial. A BA-001 possibilita um trânsito mais eficaz entre as localidades. Assim, ao longo desta, no norte, resta a sede regional das Plantações Michelin da Bahia, e a Vila Operária nº 4, que lhe é adjacente, às margens do Rio Serinhaém. Ao longo do Rio Serinhaém, a Michelin detém uma vasta reserva ambiental, onde se situa a Cachoeira de Pancada Grande, queda de 67 metros e mais conhecido marco turístico do município.
À curta distância da urbe de Igrapiúna, a localidade de Nova Igrapiúna, a mais recente Vila Operária, que pode vir a representar um novo eixo de crescimento da cidade, no futuro. Ao sul, a Limeira, localidade que plasmou-se em povoamento graças à facilitação de acesso e posição central entre os roçados do centro-sul do Município. Na divisa com Camamu, a vila de Pinaré, que remonta ao século XVIII, e que se espraia entre os dois municípios ao longo do rio homônimo.
No interior profundo, acessível por precárias e sinuosas estradas de terra, há uma enorme multiplicidade de roçados e propriedades, que por séculos sustentaram a economia e a subsistência da população igrapiunense. Além destas, há as vastas propriedades das Plantações Michelin da Bahia, e suas respectivas vilas e assentamentos, e as Fazendas Reunidas do Vale do Juliana, geridas pelo Grupo Odebrecht, nas elevações do Noroeste igrapiunense. Dentre os povoados, contam-se a Vila Operária nº 3, a Vila Canária, e, ao sudoeste, as vilas do Limoeiro e da Mata do Sossego, próximas à divisa com Camamu.
Economia
O Município vive em função da produção agrícola, parcialmente de subsistência, e parcialmente para produção de insumos. Duas grandes empresas detém volume substantivo de empreendimentos: a Michelin e o Grupo Odebrecht, existindo uma forte dependência econômica entre a cidade e as companhias. A Michelin detém, por controle direto e indireto, 9 mil hectares de terras no Município, tendo adquirido-as da Firestone em 1984, concentradas em seu centro-norte, entre os rios Igrapiúna e Serinhaém, originariamente para a produção de Borracha. As recorrentes pragas nos seringais inviabilizaram, ou ao menos estagnaram, o progresso do empreendimento, que buscavam a autossuficiência da produção da borracha produzida pela Manufatura Michelin[6]. Atuando em ramo similar, a Odebrecht, que se instalou na área durante a construção da Rodovia BA-001 a partir de 1965, gere as Fazendas Reunidas do Vale do Juliana[7]. O Vale do Juliana tem sido palco de experimentos agronômicos dos mais diversos matizes, bem como sedia a única escola técnica do Município, a Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I)[8]. Há um parco setor de comércio e serviços na sede, mas a ausência de estrutura logística e de infra-estrutura não favorece um desenvolvimento substancial.
A despeito de numerosos ativos de potencial turístico, como a Cachoeira de Pancada Grande, a Praia do Contrato, a Coroa Vermelha, a Ilha de Pedra Furada, e a Ponta do Santo, o Município não faz nenhum aproveitamento significativo, nem investe na estrutura, de forma que a exploração é feita por seus vizinhos, Ituberá e Camamu.
Referências
- ↑ «Eleição para prefeitura de Igrapiúna». Cidade Brasil. Consultado em 24 de abril de 2021
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 16 de agosto de 2013
- ↑ 5,0 5,1 «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20080625/rainha-borracha/13506
- ↑ http://valedojuliana.com.br/historia.html
- ↑ https://www.fundacaoodebrecht.org.br/programa-social/instituicoes-executoras/casa-familiar-rural-de-igrapiuna-cfr-i.html