Hino é uma composição musical.[1] Pode ser de espírito religioso, escrito especificamente para louvor ou adoração tipicamente endereçado a Deus.[2] Além dos hinos religiosos, existem hinos patrióticos (Hino nacional), desportivos e outros.
Tradição cristã
A hinódia cristã é inspirada nos Salmos de Davi os quais são dirigidas como adoração e louvor a Deus. Muitos referem-se a Jesus direta ou indiretamente. Há também louvores ao Espírito Santo e cânticos patrióticos nos hinários cristãos (Cantor Cristão e Harpa Cristã etc). Os hinos cristãos são escritos com temas especiais ou conforme as datas do calendário litúrgico tais como Natal, Páscoa e Pentecostes...
Acompanhamento
O culto cristão tem desde os tempos mais antigos, incorporado o canto de hinos, quer seja pela congregação ou por um coral. Na antiguidade, instrumentos de cordas, tais como a harpa e a lira foram usados com os salmos e hinos. Nos tempos atuais, os hinos são acompanhados por piano e/ou órgão ou até mesmo por orquestra. Algumas denominações cristãs incluem guitarras e baterias no acompanhamento, enquanto outras, proíbem o uso de instrumentos, aderindo ao canto congregacional a capella. É importante acrescentar que, durante os tantos períodos históricos da civilização ocidental (reforcemos, somente alguns aqui, como: Renascença, Barroco, Classicismo, Romantismo e épocas subsequentes até nós hoje) tem havido muitos e muitos desdobramentos da estrutura acompanhante dos hinos (tipo de acompanhamento): tanto ao que se refere aos instrumentos como também ao que se refere à relação com estilo da estrutura-acórdica que caracteriza o acompanhamento. Os estilos que afetam a prática hinológica na linha do tempo histórico destes períodos sócio-histórico-artísticos, são de uma certa maneira consequência do "espírito de época" ("Zeitgeist") destes períodos. Os hinos sempre sofreram esta influência. Na crítica histórico-musicológica isso sempre foi visto como influência do desenvolvimento tecnológico dos instrumentos musicais (exemplo: antes do Romantismo não existia o piano como conhecemos hoje - portanto, os hinos escritos antes deste período buscavam outra execução instrumental, outra ressonância, outra resposta estilística - o que acontece é, que, adaptamos repertórios de outras épocas para o piano, como o conhecemos hoje - consequentemente, pode ocorrer que estas adaptações privilegie procedimentos específicos e estilos possíveis do instrumento em questão, no caso, aqui, referimo-nos ao piano). Portanto, se antes havia uma preferência pelos hinos a capella, muito disso se deve à limitação tecnológica dos instrumentos. A opção de se dizer que os hinos devem ser cantados, preferencialmente a capella, como expressão e modo que infunde respeito a Deus ao utilizar a música sacra dando a ela um caráter de santidade como nos dias de hoje, alguns puristas e tradicionais fazem, tal argumento não pode ser sustentado; porque, o desenvolvimento da música sacra ocorreu ao lado do desenvolvimento da música instrumental de todas épocas: tanto a técnica instrumental (como habilidade de execução de um instrumento), tanto a criação físico-mecânica deste instrumento (artesão ou manufatura industrial [depois da Revolução Industrial {Séc. XIX}]) e, também, os gêneros e estilística musical resultantes da prática social de tal referido instrumento, todos estes aspectos fazem a cultura de um instrumento na Música que se quiser discutir. Falar de estilos cristalizados de uma época para definir questões de sentido na atividade de culto sacro cristão é sempre muito limitado e recortado de outros aspectos de contexto histórico e, assim, nesta direção, segue-se produzindo equívocos de origem e de limitação quanto à utilização para os dias de hoje (contemporânea). Nesse sentido, é preciso salientar a utilização funcional do gênero vocal, quanto ao fato de, na música exercida por grupos vocais e do grupo da congregação, como acontecia no Barroco (com os muitos oratórios, os corais e as obras voco-instrumentais de J. S. Bach), que provoca uma reação e um senso de participação da coletividade, conferindo à congregação um nível de importância e de valorização, fazendo dela um personagem atuante no culto (esta foi uma das reformas na estrutura, da então, missa dominante da Igreja Católica). Com isso, não se deve desabonar qualquer utilização e manutenção de grupos vocais que utilizem a formação de música vocal sem acompanhamento instrumental para os dias atuais. É importante que haja grupos e segmentos que trabalhem, atualmente, na manutenção e conservação de práticas de hinos a capella. O problema ideológico manifesta-se quando se quer objetar sobre aspectos de "santidade"e de "espiritualidade" quanto a somente certas práticas tidas como modelos para esta referida sacralidade do ritual e da aplicação musical nos cultos (permitindo somente modalidades instrumentais e certos estilos musicais históricos cristalizados e de preferência da irmandade de um determinado local). Ainda, assim, falando em termos puramente vocais, relembra-se também a prática e o surgimento do negro spiritual, um gênero, originalmente, surgido com os negros americanos, na condição de escravos, quando aprenderam os "hinos dos brancos" vindos da Europa (fugindo da Inquisição [desde o século XII persistindo mais ou menos até ao século XIX na Europa) para terem liberdade de consciência no Novo Mundo. A prática hinológica sempre sofreu mudanças ao longo das épocas - esta é uma tônica que precisa ser levada em consideração ao estudar a História da Hinologia Cristã ao longo dos sucessivos períodos. Outro dado, fonte inesgotável, para construção da História da Hinologia Cristã que nunca parou de cumprir o papel produtivo é a função do compositor do "hino" (a arte da Composição [uma subárea da Música de extrema relevância]: falar da perspectiva do indivíduo criador da melodia, da harmonia, da letra e do objetivo da ocasião do hino em questão, da formação voco-instrumental).
Métrica dos hinos
Seguindo Isaac Watts, tem sido comum na hinódia Inglesa, o uso convencional da métrica poética para a associação de um texto com uma melodia. A intenção dessa prática é a possibilidade de utilização de determinado texto com qualquer melodia que tenha a mesma métrica. A métrica é representada por um conjunto de números, como por exemplo 8.7.8.7, indica que a primeira e a terceira linhas têm 8 sílabas e a segunda e quarta linhas têm 7 silabas.
Ver também
- Hinário
- Hinologia
- Adoração
- Elogio
- Canto gregoriano
- Glória a Deus nas alturas
- Lista de hinos nacionais
- Hino Nacional do Brasil
- Hino de Portugal
Referências
- ↑ Eskew; McElrath (1980). Sing with Understanding, An Introduction to Christian Hymnology. [S.l.: s.n.] ISBN 0-8054-6809-9
- ↑ Entry on ὕμνος, Liddell and Scott, A Greek–English Lexicon (Oxford: Clarendon Press, 8th edition 1897, 1985 printing), p. 1849; entry on 'hymnus,' Lewis and Short, A Latin Dictionary (Oxford: Clarendon Press 1879, 1987 printing), p. 872.