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Hemorragia gastrointestinal

Hemorragia gastrointestinal
Exame positivo para sangue oculto nas fezes
Sintomas Vómitos com sangue vivo ou sangue escurecido, sangue nas fezes, fezes escuras, fadiga[1]
Complicações Anemia por deficiência de ferro, angina de peito[1]
Tipos Superior e inferior[2]
Causas Superior: úlcera péptica, varizes esofágicas causadas por cirrose do fígado, cancro[3]
Inferior: hemorroidas, cancro, doença inflamatória intestinal[2]
Método de diagnóstico Antecedentes médicos e exame físico, análises ao sangue, exames de sangue oculto nas fezes[1]
Tratamento Terapia intravenosa, transfusão de sangue, endoscopia[4][5]
Medicação Inibidores da bomba de protões, octreotida, antibióticos[6][5]
Prognóstico Risco de morte ~15%[1][7]
Frequência Superior: 100 em 100 000 adultos por ano[8]
Inferior: 25 em 100 000 por ano[2]
Classificação e recursos externos
CID-10 K92.2
CID-9 578.9
DiseasesDB 19317
MedlinePlus 003133
eMedicine radio/301 radio/302 emerg/381
MeSH Predefinição:Mesh2
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Hemorragia gastrointestinal é qualquer forma de hemorragia no trato digestivo, desde a boca até ao ânus.[9] Quando existe perda de sangue durante um curto período de tempo, os sintomas podem incluir vómitos com sangue vivo ou sangue escurecido, sangue nas fezes ou fezes escuras.[1] Pequenas perdas de sangue durante um período de tempo maior podem causar anemia por deficiência de ferro, o que causa fadiga ou angina de peito.[1] Outros possíveis sintomas são dor abdominal, falta de ar, palidez da pele, ou desmaio.[9][1] Algumas pessoas com micro-hemorragias não manifestam sintomas.[1]

A hemorragia gastrointestinal divide-se em dois tipos principais: do trato superior e do trato inferior.[2] As causas mais comuns de hemorragias do trato superior são úlcera péptica, varizes esofágicas causadas por cirrose do fígado ou cancro.[3] As causas mais comuns de hemorragias do trato inferior são hemorroidas, cancro e doença inflamatória intestinal.[2] O diagnóstico tem geralmente início com os antecedentes médicos da pessoa e um exame físico, acompanhados por análises ao sangue.[1] O sangue em pequenas quantidades pode ser detectado por um exame ao sangue oculto nas fezes.[1] Uma endoscopia, tanto dos tratos superior como inferior pode permitir localizar a área onde a hemorragia tem origem.[1] Em casos pouco evidentes, pode ser necessária imagiologia médica.[1]

O tratamento inicial foca-se na reanimação, podendo incluir terapia intravenosa e transfusões de sangue.[4] Geralmente não se recomenda transfusões de sangue, a não ser que a hemoglobina seja inferior a 70 ou 80  g/L.[7][10] Em alguns casos pode ser considerado o tratamento com inibidores da bomba de protões, octreotida ou antibióticos.[6][11][5] Quando estas medidas não são eficazes, pode ser tentado um balão esofágico nas pessoas cuja causa se presume serem varizes esofágicas.[2] Geralmente recomenda-se a realização de uma endoscopia do esófago, estômago e duodeno ou colonoscopia no prazo de 24 hoas, as quais permitem simultaneamente o diagnóstico e tratamento.[4]

As hemorragias do trato gastrointestinal superior são mais comuns que as do trato inferior.[2] Entre 50–150 em cada 100 000 adultos por ano são afetados por uma hemorragia do trato superior,[8] enquanto as do trato inferior ocorrem em apenas 20–30 em cada 100 000 adultos por ano.[2] Nos Estados Unidos, as hemorragias gastrointestinais estão na origem de 300 000 admissões hospitalares por ano.[1] O risco de morte por uma hemorragia gastrointestinal é de 5–30%.[1][7] O risco de desenvolver hemorragias é mais comum entre homens e aumenta conforme a idade.[2]

Referências

  1. 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 Kim, BS; Li, BT; Engel, A; Samra, JS; Clarke, S; Norton, ID; Li, AE (15 de novembro de 2014). «Diagnosis of gastrointestinal bleeding: A practical guide for clinicians.». World journal of gastrointestinal pathophysiology. 5 (4): 467–78. PMC 4231512Acessível livremente. PMID 25400991. doi:10.4291/wjgp.v5.i4.467 
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 Westhoff, John (março de 2004). «Gastrointestinal Bleeding: An Evidence-Based ED Approach To Risk Stratification». Emergency Medicine Practice. 6 (3). Cópia arquivada em 22 de julho de 2013 
  3. 3,0 3,1 van Leerdam, ME (2008). «Epidemiology of acute upper gastrointestinal bleeding.». Best practice & research. Clinical gastroenterology. 22 (2): 209–24. PMID 18346679. doi:10.1016/j.bpg.2007.10.011 
  4. 4,0 4,1 4,2 Jairath, V; Barkun, AN (outubro de 2011). «The overall approach to the management of upper gastrointestinal bleeding». Gastrointestinal endoscopy clinics of North America. 21 (4): 657–70. PMID 21944416. doi:10.1016/j.giec.2011.07.001 
  5. 5,0 5,1 5,2 Chavez-Tapia, NC; Barrientos-Gutierrez, T; Tellez-Avila, F; Soares-Weiser, K; Mendez-Sanchez, N; Gluud, C; Uribe, M (setembro de 2011). «Meta-analysis: antibiotic prophylaxis for cirrhotic patients with upper gastrointestinal bleeding – an updated Cochrane review». Alimentary pharmacology & therapeutics. 34 (5): 509–18. PMID 21707680. doi:10.1111/j.1365-2036.2011.04746.x 
  6. 6,0 6,1 Leontiadis, GI; Sreedharan, A; Dorward, S; Barton, P; Delaney, B; Howden, CW; Orhewere, M; Gisbert, J; Sharma, VK; Rostom, A; Moayyedi, P; Forman, D (dezembro de 2007). «Systematic reviews of the clinical effectiveness and cost-effectiveness of proton pump inhibitors in acute upper gastrointestinal bleeding». Health technology assessment (Winchester, England). 11 (51): iii–iv, 1–164. PMID 18021578. doi:10.3310/hta11510 
  7. 7,0 7,1 7,2 Wang, J; Bao, YX; Bai, M; Zhang, YG; Xu, WD; Qi, XS (28 de outubro de 2013). «Restrictive vs liberal transfusion for upper gastrointestinal bleeding: a meta-analysis of randomized controlled trials.». World Journal of Gastroenterology. 19 (40): 6919–27. PMC 3812494Acessível livremente. PMID 24187470. doi:10.3748/wjg.v19.i40.6919 
  8. 8,0 8,1 Jairath, V; Hearnshaw, S; Brunskill, SJ; Doree, C; Hopewell, S; Hyde, C; Travis, S; Murphy, MF (8 de setembro de 2010). Jairath, Vipul, ed. «Red cell transfusion for the management of upper gastrointestinal haemorrhage». Cochrane Database of Systematic Reviews (9): CD006613. PMID 20824851. doi:10.1002/14651858.CD006613.pub3 
  9. 9,0 9,1 «Bleeding in the Digestive Tract». The National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. 17 de setembro de 2014. Consultado em 6 de março de 2015. Cópia arquivada em 21 de fevereiro de 2015 
  10. Salpeter, SR; Buckley, JS; Chatterjee, S (fevereiro de 2014). «Impact of more restrictive blood transfusion strategies on clinical outcomes: a meta-analysis and systematic review.». The American Journal of Medicine. 127 (2): 124–131.e3. PMID 24331453. doi:10.1016/j.amjmed.2013.09.017 
  11. Cat, TB; Liu-DeRyke, X (setembro de 2010). «Medical management of variceal hemorrhage». Critical care nursing clinics of North America. 22 (3): 381–93. PMID 20691388. doi:10.1016/j.ccell.2010.02.004 

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