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Ganga Zumba

Disambig grey.svg Nota: Para o filme de 1964, veja Ganga Zumba (filme).

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Ganga Zumba (Reino do Congo, c. 1630Capitania de Pernambuco, 1678) ou Grande filho do Senhor, foi o primeiro líder do Quilombo dos Palmares, governando entre 1670 e 1678. Antecedeu seu sobrinho Zumbi.[1] Cacá Diegues dirigiu um filme homônimo sobre sua vida, com a participação do músico Cartola.

História

Ganga Zumba foi o primeiro grande líder do Quilombo dos Palmares,[2] ou Janga Angolana, na Capitania de Pernambuco, atual estado de Alagoas, Brasil. Zumba era filho da princesa Aqualtune, que era supostamente irmã do rei António I do Congo, da Dinastia de Nlanza do Reino do Congo (localizado na atual Angola). Sua mãe chegou ao Brasil aprisionada para ser vendida como escrava reprodutora, como punição por ter liderado dez mil homens na Batalha de Ambuíla, entre o Reino do Congo e Portugal, porém ao chegar ao Brasil, assim que tomou conhecimento da existência do Quilombo dos Palmares, liderou uma fuga de escravos para o local. Zumba assumiu a posição de herdeiro do Quilombo de Palmares e o título de Ganga Zumba. Apesar de alguns documentos portugueses lhe darem este nome e o traduzirem como "Grande Senhor", ele provavelmente não está correto. Entretanto, uma carta endereçada a ele pelo governador de Pernambuco em 1678, que se encontra hoje nos Arquivos da Universidade de Coimbra, chama-o de Ganazumba, que é a melhor tradução de Grande lorde (em quimbundo), e portanto o seu nome correto.

Os quilombos ou mocambos eram refúgios de escravos foragidos, principalmente de origem angolana, que se refugiavam no interior do Brasil, principalmente na região montanhosa de Pernambuco. À medida que seu número foi crescendo, eles formaram assentamentos chamados de "mocambos". Gradualmente diversos mocambos se juntaram no chamado Quilombo dos Palmares, ou Janga Angolana, sob o comando do Rei Ganga Zumba ou Ganazumba, que talvez tenha sido eleito pelos líderes dos mocambos que formavam Palmares. Ganga Zumba, que governava a maior das vilas, Cerro dos Macacos, presidia o conselho de chefes dos mocambos e era considerado o Rei de Palmares. Os outros nove assentamentos eram comandados por irmãos, filhos ou sobrinhos de Ganga Zumba. Zumbi dos Palmares era chefe de uma das comunidades e seu irmão Andalaquituche comandava outra.

Por volta dos anos de 1670 Ganga Zumba tinha um palácio, três esposas, guardas, ministros e súditos devotos no "castelo" real chamado "Macaco" em homenagem ao animal que havia sido morto no local. O complexo do castelo era formado por 1.500 casas que abrigavam sua família, guardas e oficiais que faziam parte de nobreza. Ele recebia o respeito de um Monarca e as honras de um Lorde.

Em 1677, o Quilombo foi atacado por Fernão Carrilho, que fez quarenta e sete prisioneiros, inclusive dois filhos de Ganga Zumba, Zambi e Acaiene, matou outro filho, Toculo, e feriu Ganga Zumba.[3]

Em 1678, Ganga Zumba aceitou um tratado de paz oferecido pelo Governador Pedro de Almeida,[1][3] o qual requeria que os habitantes de Palmares se mudassem para o Vale do Cucaú.[3] Ganga Zona, irmão de Ganga Zumba, participou do acordo de paz entre o Quilombo de Palmares e o Reino Português, e mudou-se com Ganga Zumba para Cucaú.[4]

Zumbi, outra figura emblemática do Quilombo dos Palmares, desafiou o tratado e se revoltou contra seu tio, e um seguidor de Zumbi, na confusão seguinte, envenenou Ganga Zumba.[1][3] A resistência aos portugueses seguiu com Zumbi.[1]

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 100 Brasileiros (livro), 2004 , citado no «Zumbi dos Palmares (1655-1695)», Governo brasileiro, Portal Brasil .
  2. Coordenação Estadual recebe o nome de Ganga Zumba, Governo de Alagoas .
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 Ivan Alves Filho, Memorial dos Palmares, editora Xenon, Rio de Janeiro, 1988, citado em Quem foi Ganga-Zumba, no site do jornal Folha de S.Paulo
  4. Décio Freitas, Palmares - A Guerra dos Escravos, Edições Graal, 1982

Ligações externas

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