Festa, Trabalho e Pão em Grijó da Parada | |
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Portugal 1973 • 35 min | |
Direção | Manuel Costa e Silva |
Roteiro | Vítor Silva Tavares (texto), António Reis (poema) |
Elenco | Manuel Costa e Silva |
Género | documentário, curta metragem |
Idioma | português |
Festa, Trabalho e Pão em Grijó da Parada (1973) é um documentário português de curta-metragem de Manuel Costa e Silva. É um dos primeiros documentários do Novo Cinema português – depois de concluídos A Almadraba Atuneira (1961) e Vilarinho das Furnas (filme) (1971), ambos de António Campos – que se insere na prática da antropologia visual como forma de expressão artística, recorrendo às técnicas do cinema directo.
Sendo uma incursão cinematográfica na área da antropologia visual, é especificamente um filme etnográfico, imbuído de uma forma de olhar que não exclui as vivências sociais, próprias da época, de uma aldeia típica de Trás-os-Montes.
O filme estreou no cinema Estúdio, em Lisboa, a 10 de Abril 1974.
Ficha sumária
- Obra original – História da Branca Flor de Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira (Contos Tradicionais Portugueses)
- Textos – Euménides de Esquilo, Maria Velho da Costa
- Argumento e diálogos – João César Monteiro
- Realizador – João César Monteiro
- Exteriores – Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Alentejo
- Rodagem – Novembro de 1975 / Julho de 1977
- Formato – 35 mm cor
- Género: documentário etnográfico
- Duração – 35 min
- Produção – Instituto Português de Cinema
- Distribuição – V.O. Filmes
Sinopse
As festas do Natal de Grijó de Parada, aldeia do nordeste transmontano, perto de Bragança, inserem-se nas celebrações do Ciclo de Inverno, que por sua vez constituem parte de rituais arcaicos que invocam o mito do eterno retorno, especificamente o ciclo fundador, típico de certas sociedades agrárias, com raízes milenares.
Em Grijó, tradições como essas estão associadas ao solstício (Ciclo de Inverno) e ao equinócio (Ciclo da Primavera) e envolvem a participação de personagens mascarados, os caretos (ver: Máscaras de Noémia Delgado).
Estas antiquíssimas tradições misturam-se, no quotidiano de várias aldeias de Trás-os-Montes, com aspectos da vida rural moderna, como a organização do trabalho e do modo de produção, em boa parte ainda marcada por uma economia de subsistência, colectivista, seriamente ameaçada pelo individualismo das iniciativas modernas.
NOTA: Deve entender-se por ciclo fundador do mito do eterno retorno, ao contrário da ideia linear da História introduzida pelo cristianismo, a mundividência própria das sociedades primitivas que, baseando-se na observação empírica dos fenómenos naturais do ano solar e do movimento dos astros, assumia a vida como uma realidade cíclica, dando origem a narrativas e rituais com traços comuns nas populações agrárias arcaicas.
Ficha técnica
- Realizador: Manuel Costa e Silva
- Argumento: Manuel Costa e Silva
- Produção: Instituto de Tecnologia Educativa
- Director de produção: Miguel Cardoso
- Fotografia: Manuel Costa e Silva
- Montagem: Fernando Lopes e Helena Baptista
- Director de som: Francisco Rebelo
- Duração: 35 min
- Formato: 35 mm cor
Prémios
Predefinição:Como escrito, de Manuel Costa e Silva, recebeu o Prémio Bordalo (1974), ou Prémio da Imprensa, na categoria "Cinema", "por constituir uma tentativa de preservação dos valores culturais do povo português", a par de Jaime, de António Reis na secção de "Melhores Curtas Metragens". A Casa da Imprensa distinguiu ainda em 1975, nesta categoria, com o "Prémio de Longa Metragem", de [[O Mal-Amado|Predefinição:Como escrito]], de Fernando Matos e Silva.[1]
Ver também
Referências
- ↑ «Prémios Bordalo». Em 1974 denominado "Prémio da Imprensa". Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 2 de outubro de 2017
Ligações externas
- Predefinição:IMDB
- «Mito y Rtual» (PDF) - artigo de Hector Quilis em Educatione
- «The Myth of the Eternal Return or Cosmos and History»
- «A Máscara Ibérica» – texto de Pinelo Tiza
- «Máscaras e Mascarados» – artigo de António Cravo
- «Archeoastronomy and the search for ancient observatories» - artigo de Lyndsay Kyker
- «Manuel Costa e Silva» na AIP
- «Caretos de Podence»