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Carlos de Oliveira

Carlos de Oliveira
Nome completo Carlos Alberto Serra de Oliveira
Nascimento 10 de agosto de 1921[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Belém, Pará, Brasil
Morte 1 de julho de 1981 (59 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Predefinição:PORn
Alma mater Universidade de Coimbra
Ocupação Escritor
Prémios Prémio Bordalo (1971) Literatura
Prémio Cidade de Lisboa (1978) APE
Movimento literário Neorrealismo
Magnum opus Uma Abelha na Chuva

Carlos Alberto Serra de Oliveira GOSE (Belém, 10 de agosto de 1921Lisboa, 1 de julho de 1981) foi um escritor português. Recebeu o Prémio Bordalo (1971) na categoria de "Literatura" e o Prémio Cidade de Lisboa (1978).

Biografia

Carlos Alberto Serra de Oliveira nasceu a 10 de agosto de 1921, em Belém, estado do Pará, Brasil. Filho de imigrantes portugueses naquele país, veio aos dois anos para Portugal. A família fixa-se no concelho de Cantanhede, na região da Gândara, mais precisamente na vila de Febres, onde o pai exerceu medicina.[1][2]

Em 1933 Carlos de Oliveira muda-se para Coimbra, com o fim de prosseguir os estudos liceais e universitários, ingressando na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde se licencia em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1947, com a tese Contribuição para uma estética neo-realista.[1]

É neste período que o cronista, crítico e tradutor, despertou para a escrita no seio da geração dos neo-realistas.[1] Já em 1937, publicou em conjunto com Fernando Namora e Artur Varela, um livro de novelas, com o título Cabeças de Barro, com chancela da Moura Marques & filho.[3]

Data de 1942 o seu primeiro livro de poemas, intitulado Turismo, com ilustrações de Fernando Namora e integrado na colecção poética Novo Cancioneiro[1][4]

Em 1943 Carlos de Oliveira publica o seu primeiro romance, Casa na Duna, volume da colecção dos "Novos Prosadores", editado pela Coimbra Editora.[1][5]

Em 1946 colaborou num livro de Fernando Lopes Graça, Marchas, Danças e Canções, editada pela Seara Nova, uma antologia de vários poetas, musicadas pelo maestro.[carece de fontes?][6]

Em 1948 deixa Coimbra e radica-se em Lisboa, onde mantém colaborações pontuais em vários jornais e revistas, como Altitude, Seara Nova e sendo até director da revista Vértice.[1][2] Depois de chegar a tentar o ensino dedicou-se, definitivamente, à literatura de forma exclusivamente.[1]

Com maior parte da sua obra em prosa concentrada entre 1943 e 1953, é precisamente em 1953 que publica o livro Uma Abelha na Chuva. Este romance foi reconhecido como uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do século XX, tendo sido de leitura obrigatória nos programas escolares em Portugal até final da década de 1990.[1]

Em 1957 organiza, com José Gomes Ferreira, os Contos Tradicionais Portugueses, alguns deles posteriormente adaptados ao cinema por João César Monteiro.[carece de fontes?][7]

Após um período evolutivo, iniciado por Turismo (1942), é o livro de poemas Cantata (1960) que marca uma divisória na poesia de Carlos de Oliveira, passando os quatro livros seguintes a tornaram-se obras de referência na poesia portuguesa contemporânea.[1]

Carlos de Oliveira recebeu o Prémio Bordalo (1971), Prémio da Imprensa, na categoria de "Literatura", entregue pela Casa da Imprensa, em 1972, pelo seu livro de poesia Entre Duas Memórias (1971).[8]

Em 13 de Abril de 1972 estreia o filme Uma Abelha na Chuva de Fernando Lopes, coprotagonizado por João Guedes, no papel de Álvaro, e Laura Soveral, como Maria dos Prazeres, uma adaptação do romance de 1953 de Carlos de Oliveira.[8][9]

Regressou uma última vez ao romance com Finisterra (1978), tendo como fundo, tal como a sua prosa anterior, a paisagem gandaresa. A publicação gerou alguma polémica sobre a sua catalogação como romance, devido à sua ousada forma "quebrada" e poética, mas foi considerada uma obra renovadora do romance português contemporâneo.[1] A obra valheu-lhe o Prémio Cidade de Lisboa (1978), atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE).[10]

Carlos de Oliveira morreu em 1981, em Lisboa.[1][2]

Em 1990 Carlos Alberto Serra de Oliveira foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 10 de junho.[11]

Em 1995 foi editado uma versão de Poesias, pela editora Presença, acompanhada de um registo fonográfico em CD com poemas de Carlos de Oliveira ditos pelo actor João Grosso.[12][13]

Em 2012, o espólio do escritor foi doado pela sua viúva ao Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, composto por um total de cerca de nove mil documentos, entre produção literária do autor, a sua história pessoal, correspondência, fotografias, documentos impressos, artes plásticas, monografias a publicações periódica.[14]

Obras

Poesia

  • Turismo (Coimbra Editora, 1942)[4]
  • Mãe Pobre (Coimbra Editora, 1945)[15]
  • Colheita Perdida (Casa Minerva, 1948)[16]
  • Descida aos Infernos (1949)[17]
  • Terra de Harmonia (Centro Bibliográfico, 1950)[18]
  • Cantata (1960)[1]
  • Micropaisagem (Dom Quixote, 1968)[19]
  • Sobre o Lado Esquerdo, o Lado do Coração (Dom Quixote, 1968)[20]
  • Entre Duas Memórias (Dom Quixote, 1971)[21]
  • Pastoral (1977)[1]

Romances

  • Casa na Duna (Coimbra Editora, 1943)[5]
  • Alcateia (Coimbra Editora, 1944)[22]
  • Pequenos Burgueses (Coimbra Editora, 1948)[23]
  • Uma Abelha na Chuva (Coimbra Editora, 1953)[24]
  • Finisterra: paisagem e povoamento (Livraria Sá da Costa, 1978)[25]

Crónicas

  • O Aprendiz de Feiticeiro (Dom Quixote, 1971)[26]

Antologia

  • Poesias (1945-1960) (Portugália Editora, 1962)[27]
  • Trabalho Poético (Sá da Costa, 1975?)[28]

Prémio Literário Carlos de Oliveira

Em homenagem ao escritor, a Câmara Municipal de Cantanhede promove o "Prémio Literário Carlos de Oliveira" visando estimular a criação literária.[29] Entre os galardoados encontramos:

  • O Novíssimo Testamento, do escritor Mário Lúcio Sousa, ministro da cultura de Cabo Verde[29]
  • Quase Tudo Nada, de Arsénio Mota, escritor, jornalista, cronista, poeta, ensaísta português[29]
  • Crime e Revolução, do historiador, escritor e poeta brasileiro Carlos Roberto da Rosa Rangel[29]
  • A estrambótica aventura do senhor Martius Von Gloeden, da autoria de Carlos Roberto Loiola, juiz brasileiro[29]

Referências

  1. 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 Centro de Documentação de Autores Portugueses (Abril de 2005). «Biografia : Carlos de Oliveira». DGLAB (Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas). Consultado em 11 de outubro de 2017 
  2. 2,0 2,1 2,2 «Oliveira, Carlos de». Educom (Universidade Nova de Lisboa). 18 de Julho de 2001. Consultado em 11 de outubro de 2017. Arquivado do original em 24 de junho de 2002 
  3. OCLC 84003697 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  4. 4,0 4,1 OCLC 959057199 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  5. 5,0 5,1 OCLC 48120375 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  6. OCLC 959092467 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  7. OCLC 2702640 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  8. 8,0 8,1 «Prémios Bordalo». Em 1971 denominado "Prémio da Imprensa". Presumida gralha "1973" para data de cerimónia. Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 22 de setembro de 2017 
  9. Predefinição:IMDB título. Consultado em 11 de outubro de 2017
  10. «Prémio Cidade de Lisboa». DGLAB (Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas). p. 1. Consultado em 11 de outubro de 2017 
  11. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Carlos Alberto Serra de Oliveira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de julho de 2019 
  12. OCLC 832879975 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  13. «Catálogo - Detalhes do registo de "Poesias"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 11 de outubro de 2017 
  14. «Espólio de Carlos de Oliveira doado ao Museu do Neo-Realismo». Semanário O Mirante. 28 de março de 2012. Consultado em 11 de outubro de 2017 
  15. OCLC 959066924 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  16. OCLC 697051109 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  17. OCLC 492477581 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  18. OCLC 236236430 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  19. OCLC 959066805 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  20. OCLC 729327806 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  21. OCLC 3110442 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  22. OCLC 636164591 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  23. OCLC 14287995 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  24. OCLC 640783427 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  25. OCLC 609426183 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  26. OCLC 490392616 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  27. OCLC 492672538 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  28. OCLC 949106353 (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017
  29. 29,0 29,1 29,2 29,3 29,4 «Carlos Roberto Loiola vence Prémio Literário Carlos de Oliveira». Notícias de Coimbra. 8 de junho de 2016. Consultado em 11 de outubro de 2017 

Ligações externas

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