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Fernando de Portugal, Senhor de Serpa

Predefinição:Info/Nobre D. Fernando de Portugal (Santarém, 121819 de janeiro de 1246[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]),[1] infante de Portugal e 1.º senhor de Serpa. Devido à posse do senhorio de Serpa que lhe foi dado em 1232 pelo seu irmão, o rei D. Sancho II,[1] D. Fernando ficou conhecido por o Infante de Serpa.

Biografia

Surge pela primeira vez na documentação a partir de março de 1218, pelo que terá nascido por volta deste ano[2], como o terceiro filho saído do casamento entre o rei de Portugal, D. Afonso II e D. Urraca de Castela.[1]. Entre 1220 e 1223, Fernando fica órfão de ambos os pais.

Em 1232, teria recebido do seu irmão o senhorio de Serpa, renunciando em troca a todos os bens que entretanto herdara do pai[2]. Em outubro de 1235 reconhece o seu senhorio e o castelo de Serpa como parte da diocese de Évora, devendo, por inerência, aí receber o bispo, entregar-lhe um imposto das igrejas edificadas e as que ainda se encontravam em construção, e ainda todos os seus rendimentos. Em 1237 surge um desentendimento entre Fernando e o bispo da Guarda. O rei apoiava o seu irmão pois pretendia colocar alguém da sua confiança, e o mesmo sucedeu na diocese de Lisboa, levando a uma disputa que opôs a Coroa Portuguesa a Roma, relativa à sucessão do Bispo de Lisboa, D. Paio. Existiam dois candidatos à sucessão, um apoiado pela Coroa, Sancho Gomes, e o outro por Roma, Mestre João. Tendo sido eleito o candidato de Roma, Fernando deslocou-se a Lisboa com homens de armas e provocou vários desacatos contra os apoiantes daquele, com vista a fazê-lo desistir do cargo. Um dos desacatos foi a entrada e parcial destruição de uma Igreja onde se pensava estarem escondidos bens de familiares de Mestre João. Fernando viveu uma primeira fase da sua vida como intensamente violentaː apropria-se de alguns bens alheios, e destrói outros, perseguiu pessoas e praticou infâmias, algumas delas inclusive com o auxílio de muçulmanos[2]. Ao ter conhecimento do problema, o Papa Gregório IX reagiu com veemência, forçando a Coroa a castigar os responsáveis. O infante Fernando, arrependido foi pessoalmente a Roma pedir perdão ao Papa.

Gregório terá concedido proteção e várias benesses a este infante, como as indulgências dos cruzados e dos peregrinos à Terra Santa, proibição de ser excomungado ou interditado, absolvição para os seus delitos contra a Santa Sé, e anulação do compromisso que fizera com Sancho II, tendo desta forma a oportunidade de reaver os bens paternos[2]. Para tantos benefícios e apoio após os atos que cometera, denota-se claramente que o Papa procurava colocar Fernando contra o seu irmão, e talvez pensasse nele inclusivamente como um primeiro candidato para substituir Sancho II[3]. Poderia esta hipótese pôr-se visto que o infante Afonso, o secundogénito, estava em França?[2]

Entre 1240 e 1243, Fernando esteve em Castela, como vassalo de Fernando III de Castela e do seu herdeiro, o infante Afonso. Regressou a Portugal, onde exerceu tenências entre 1243 e 1245. Estando em Portugal, deverá ter apoiado o seu irmão, entretanto vindo de Bolonha, na guerra para reclamar o trono português, onde terá falecido em 1246.

Realeza Portuguesa
Casa de Borgonha
Descendência
PortugueseFlag1185.svg

Brasão

Fernando terá usado um brasão com uma Serpe, símbolo do seu senhorio de Serpa, com uma bordadura onde, alternadamente se representa as armas de Portugal (ascendência paterna) e as de Castela (ascendência materna).Predefinição:Ref label2

Casamento e descendência

Fernando casou no fim de 1242 ou início de 1243 com Sancha Fernández de Lara, filha primogénita do conde Fernando Nunes, senhor de Lara, descendente de Teresa de Leão,[4] e de sua mulher Mayor González, casamento do qual não teve filhos. Depois de 1246, a seu viúva e herdeira, Sancha, doou à Ordem do Hospital o senhorio e terra de Serpa.[5]

O infante teve, pelo menos, um filho ilegítimo:

Notas

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  • Predefinição:Note label2Num estudo publicado pelo historiador espanhol Faustino Menéndez-Pidal de Navascués, "Algunos monumentos heráldicos portugueses en España" em Armas e Troféus, Lisboa 1963, t. IV, p. 41 (34-43).[6]

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Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 Pereira 1998, p. 96.
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 Ventura 1992, p. 553.
  3. Mattoso 1992, p. 423.
  4. Pereira 1998, p. 115.
  5. Pereira 1998, p. 121.
  6. 6,0 6,1 Pereira 1998, p. 116.

Bibliografia

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  • Mattoso, José (1992). Portugal Medieval. Novas Interpretações. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda 

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