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Eleonora V. Vorsky

Eleonora V. Vorsky (pseudônimo do publicitário e escritor Alexandre Machado) é a autora dos folhetins do Planeta Diário, tabloide brasileiro de humor dos anos 80 e 90. Os folhetins se tornaram a atração mais duradoura do Planeta Diário, e Eleonora e sua personagem Prima Roshana atingiram um status de cult que ultrapassaria as páginas do jornal.

Obra no Planeta Diário

Começando no primeiro número do Planeta Diário, publicado em dezembro de 1984, o folhetim A vingança do bastardo se estendeu em capítulos mensais até 1987, conquistando os leitores com sua impiedosa paródia dos clichês da pulp fiction. A coletânea dos capítulos foi publicada em livro.

A vingança do bastardo foi imediatamente seguido por Calor na bacurinha, a narrativa em primeira pessoa das memórias de Prima Roshana (consagrada como co-protagonista da obra anterior). Eleonora retornou ao folhetim em Ardência no regaço, apresentando uma nova trama absurda e novos personagens. Gradualmente, porém, os relatos introdutórios dos capítulos (uma tradição que se consolidara já no tempo de A vingança do bastardo), frouxamente relacionados ao enredo, passaram a ganhar cada vez mais espaço, e Prima Roshana foi incorporada ao elenco.

Outros meios

A fama de Eleonora foi além das páginas do Planeta Diário. Foi a autora das peças Xifopagus e Freud levou pau em Ginecologia (com Prima Roshana como personagem principal).

O espírito de Eleonora V. Vorsky continua visível na temática e no vocabulário de criações posteriores de Alexandre Machado (em conjunto com Fernanda Young) para a televisão, como Os Normais, Os Aspones e Minha Nada Mole Vida.

Traços biográficos

Reforçando sua figura de grande dama da literatura popular, a "velhota sem-vergonha" era apresentada como "uma mistura de Barbara Cartland com Agatha Christie, só que com o dobro de varizes".

Sucessivas notas nas assinaturas dos capítulos de A Vingança do Bastardo acrescentaram informações numerosas (ainda que frequentemente contraditórias) sobre a vida e a obra de Eleonora. Segundo a versão mais comum, a escritora nasceu sobre a fronteira Itália--Iugoslávia e serviu como enfermeira em Trieste até que seu talento literário, descoberto já em idade avançada, a conduziu a uma carreira de sucesso internacional. Entre as realizações atribuídas a Eleonora V. Vorsky está a conquista de um certo prêmio "Bakunin de Ouro de Sintaxe". Mas as notas biográficas mais frequentes sobre a escritora assinalavam sua depravação sexual e seus odores desagradáveis.

Embora Eleonora sempre fosse considerada bem viva apesar de seus muitos anos, Alexandre Machado, em depoimento à revista Domingo do Jornal do Brasil em 1987, informou jocosamente que a escritora morrera pisoteada num concerto de John Lydon; Machado disse ser apenas "um cavalo da falecida". Anos depois, no próprio Planeta Diário, foi publicada uma entrevista com Eleonora.

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