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Educação musical

Aula de música nos Estados Unidos

Educação musical é o campo de estudos que se refere ao ensino e aprendizado da música. A educação musical, assim como a educação geral e plena do indivíduo, acontece assistematicamente na sociedade por meio principalmente da indústria cultural e do folclore, e sistematicamente na escola ou em outras instituições de ensino. Com o ensino de música é possível trabalhar na formação de um indivíduo e outros conteúdos tais como matemática e etc., conforme Binow (2010) elucida que o ensino de música influencia em diversas partes do cérebro. A música desenvolve a cognição e auxilia no desempenho das pessoas que se envolvem com essas habilidades

[1] A música tem um papel importantíssimo no processo de formação de um indivíduo. É muito valioso que crianças tenham contato com esta arte desde pequenas, e que ela seja inserida no currículo escolar.Muitos professores usam a música para ensinar conteúdos de geografia, história e até matemática aos seus alunos. No processo de alfabetização, isso acontece ensinando as letras, brincando com as palavras em forma de música, o que é também uma forma de chamar a atenção daqueles alunos inquietos na sala de aula.Mas a música na educação tem muito mais importância do que isso, cientificamente comprovado, ela estimula diversas áreas do cérebro, e facilita o aprendizado. A iniciação musical é de extrema importância, e ela deve acontecer o mais cedo possível. (Binow, 2010) A educação musical infantil em comunidades carentes contribui para o processo da formação do cidadão abrindo novos horizontes, democratizando, inserindo e dando acesso e criando novas expectativas através da arte musical. O ensino de música na educação infantil deve ter como objetivo principal o desenvolvimento da criança. A música deve ser aliada a elementos referentes ao curricular da educação infantil. Atualmente, os cursos de pedagogia pouco abordam o tema em sua grade curricular. A música deveria ser mais abordada na formação dos professores para que a música possa ser ressignificada em sua prática na educação infantil.[2]

Nem sempre a educação musical busca a formação do músico profissional. No âmbito da escola regular, por exemplo, busca dar, ao indivíduo, condições para que compreenda a música no plano da expressão e no plano do significado. Musicalizar é dar, ao indivíduo, as ferramentas básicas para a compreensão e utilização da linguagem musical.

Na Idade Média, a educação musical era obrigatória e fazia parte do Quadrivium que, junto com o Trivium, compunha a metodologia de ensino das sete Artes liberais.[3] Diversas experiências em educação musical aconteceram em diferentes partes do mundo, principalmente no século XX. A preocupação com a educação musical, juntamente com o nacionalismo do início do século XX, marcou uma forte tendência mundial. Diversos educadores propuseram métodos e estratégias para a educação musical. Entre eles, destacam-se:

No âmbito internacional, os educadores musicais amparam-se nas resoluções e discussões da ISME - International Society for Musical Education. No Brasil, a ABEM - Associação Brasileira de Educação Musical cumpre a função de ser um foro aglutinador de experiências e debates. Em Portugal, a APEM - Associação Portuguesa de Educação Musical realiza este papel.

Educação Musical no Brasil

A trajetória da educação musical, no Brasil, acompanha o desenrolar da educação brasileira. Há registros de uso da música na educação desde a chegada das primeiras missões jesuíticas ao país. Neste período, a música, bem como as demais artes, era empregada na catequese. Este quadro permanece praticamente inalterado, à exceção da ampliação dos colégios jesuítas, durante os séculos XVI, XVII e primeira metade do século XVIII.Ele passa a ser obrigatório no século XXI.

Ao analisarmos historicamente o ensino de música no Brasil ele passa a ser obrigatório a partir de uma lei sancionada em 2008. O ensino de música no Brasil passa a ser obrigatório a partir da lei 11.769 que determina a obrigatoriedade da música na escola sancionado pelo Presidente Lula em 2008.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o  O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 6o:

Art. 2o  (VETADO)

Art. 3o  Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei.

Art. 4o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 18  de agosto de 2008; 187o da Independência e 120o da República.[4]

Ao analisarmos o ensino de música a partir do século XVIII, o ensino de música surge na segunda metade do século XVIII, mudanças na legislação educacional são impetradas pelo Marquês de Pombal. São as chamadas "Reformas Pombalinas", as quais buscavam adequar o Estado português ao pensamento iluminista. As Reformas Pombalinas desestruturaram o ensino religioso sem, contudo, implementar um sistema educacional laico, público e gratuito.

Por esta época, músicos organizavam-se nas chamadas irmandades. Foram as irmandades que contribuíram para a difusão da música durante a segunda metade do século XVIII, já que os padres-músicos eram poucos.

Durante o Vice-Reinado e o Brasil Império, vamos ter uma política educacional orientada para a formação de nível superior, buscando suprir uma demanda do próprio Estado no que concernia a carreiras liberais e militares. Registros de educação musical neste período podem ser encontrados nas escolas normais, onde a música sempre foi considerada parte importante na formação de novos docentes.

Considerado o maior movimento de educação musical de massas já ocorrido no Brasil, o canto orfeônico ligava-se ao ideário escolanovista e tem sua imagem profundamente ligada ao governo de Getúlio Vargas. Foi durante o Estado Novo que o canto orfeônico se constituiu enquanto movimento, tendo, à frente, o maestro Heitor Villa-Lobos.

O canto orfeônico esteve presente nas escolas brasileiras até o final da década de 1960, momento em que desaparece paulatinamente da educação. Isto aconteceu, entre outros motivos, depois da promulgação da Lei 5 692/1971, a qual tornou obrigatório o ensino de artes, instituindo a chamada polivalência na disciplina educação artística.

A polivalência no ensino de artes refere-se a ideia de que um mesmo profissional poderia dar conta de ensinar artes visuais, teatro, música e dança. Alie-se, a isto, a formação superior precária deste profissional nos chamados cursos de "licenciatura curta", muito comuns na década de 1970, e o quadro estará completo. Como resultado desta política e do caráter tecnicista da educação no período da ditadura militar, vamos perceber a predominância do ensino das artes visuais e o desaparecimento gradual das artes coletivas, como o teatro, a dança e a música, do currículo.

Porém, é importante ressaltar que, na esteira da Lei 5 692/1971, diversos cursos superiores foram criados para a formação de professores de artes. Com o passar dos anos, as universidades brasileiras foram aperfeiçoando estes cursos. A partir da década de 1980, os profissionais da área de artes começaram a questionar a polivalência e um outro quadro foi se configurando. A ideia de especialização em uma determinada área artística foi ganhando terreno.

A partir da Lei 9 394/1996, foi possível perceber um gradual retorno das artes coletivas ao currículo das escolas brasileiras. Uma interpretação possível desta Lei apontava justamente para a presença diferenciada das diversas manifestações artísticas. Os parâmetros curriculares nacionais - PCN -, publicados nesta época e ainda em vigor, citam quatro modalidades no ensino de artes: artes visuais, música, teatro e dança. Estas modalidades deveriam estar presentes no currículo. Alguns sistemas escolares perceberam um aceno legal para a especialização destas áreas e algumas universidades começaram a oferecer cursos de licenciatura específicos. Na área de música, vemos surgir os cursos de Licenciatura Plena em Música, suplantando os antigos cursos de licenciatura plena em educação artística.

A Lei 11 769, publicada no Diário Oficial da União de 19 de agosto de 2008, altera a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, instituindo a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas brasileiras. Com esta lei, música passa a ser um conteúdo obrigatório (mas não exclusivo) dentro do componente curricular arte.

As competências que envolvem a Educação Musical

De acordo Perrenoud (2000), a “noção de competência” é “uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar [...] situações” (grifo do autor). Para o autor, o “exercício da competência passa por operações mentais complexas [...] que permitem determinar [...] e realizar uma ação relativamente adaptada à situação”.

Sendo a música conhecida como um universo de expressão cultural, idearia, etc, facilitadora da comunicação com o meio em que se vive e até consigo mesmo, a musicalização com suas expressões, com as habilidades de seus criadores, dentro de suas possibilidades, levando em conta seus procedimentos, considerando todo seu desenvolvimento, é capaz de desenvolver conhecimentos únicos por meio de resultados extraordinários, abrindo espaços para outras aprendizagens, demonstrando sua real necessidade em todos os sentidos com especial destaque ao contexto escolar.

Segundo Macedo, Petty e Passos (2005): [...] o desenvolvimento e aprendizagem expressam, assim, as duas fontes do conhecimento: uma endógena, que é interior a uma pessoa, grupo ou sistema; e outra exógena, que se produz no exterior. No primeiro caso, como o desafio é desdobrar-se para fora, conservando uma identidade ou envolvimento. No segundo, o que interessa é incorporar algo que, sendo externo, há de se tornar nosso individual ou coletivamente. (MACEDO; PETTY; PASSOS, 2005, p.10).

A musicalização na educação infantil necessita pautar-se no estudo intenso da personalidade da criança. O entendimento dos interesses, comportamento, prioridades e necessidades da criança conduzirá o professor, desse modo ele trará conhecimentos fundamentais para aplicar corretamente não somente as metodologias de ensino, como também os materiais a serem utilizados (STATERI, 1935).

Segundo o autor, é importante, no decorrer do desenvolvimento das estratégias pedagógicas na educação infantil, proporcionar um trabalho onde impulsione um estímulo ao aluno, a partir desta ação, o interesse pela música será preservado, ao mesmo tempo em que é provocado. Antes de delinear qualquer estratégia, é crucial conhecer cada aluno, pois todo ser humano possui uma cultura, dessa maneira, modalizando o trabalho, o educador estará contribuindo para a formação de cada criança.

Entender e respeitar a criação musical infantil, entretanto, acarreta repensar a concepção de música, entendendo-a em sua conjuntura de complexo aberto e dinâmico. Quando nos referimos à relação da criança com sons e músicas, concebemos vertentes que dizem respeito às práticas de produção (priorizando a criação) e, em particular, ao conceito de música que ela tem, isto é, o que ela considera a esse respeito, como trabalha com as ideias envolvidas e, principalmente, que noções ela atribui ao fazer musical.

A utilização da tecnologia na educação musical

"Tecnologia" (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Existem vários tipos de tecnologia e cada uma atua em uma frente, trazendo diferentes resultados e cenários para a sociedade. Em relação à educação, a tecnologia vai agir como um processo facilitador e enriquecedor da mesma, pois procura auxiliar o processo de aprendizagem disponibilizando para a sociedade novas formas de ensino, ou ainda aperfeiçoando métodos antigos através de recursos inovadores.

Um exemplo disso é a exploração de recursos tecnológicos disponíveis na educação musical, mais especificamente falando, das chamadas tecnologias da informação e comunicação - TIC. O desenvolvimento de tecnologias computacionais aplicadas à música tem colaborado no fazer musical de forma decisiva. Softwares de edição, gravação (exemplo: Mixcraft que é fácil de usar e por isso é usado em centenas de escolas) e criação musicais (exemplo: Encore para criar partituras), incluindo a manipulação do som em tempo real, a utilização em rede, com ambientes interativos que permitem a realização de criações e arranjos coletivos e outros recursos, têm ampliado enormemente as possibilidades de se fazer, divulgar, apreciar, ensinar e aprender música. Estes recursos vêm sendo gradativamente incorporados à educação musical, possibilitando não apenas práticas inovadoras de educação musical como também a democratização da tecnologia digital.[5]

De olho nesta tendência, algumas empresas e instituições estão criando ferramentas e métodos que facilitam e aceleram o processo de ensino de música através da tecnologia. Não obstante a isto, o desenvolvimento colaborativo de programas de computador por meio de projetos de desenvolvimento de código aberto e de plataformas e sistemas computacionais livres despontam como importante movimento de democratização do acesso à cultura digital. A utilização de programas de computador de código aberto e de licenças livres nas redes públicas de ensino constituem uma realidade desde o início da primeira década deste século XXI e representam uma nova forma de desenvolvimento tecnológico colaborativo, aberto e participativo, com claras implicações para a educação em geral e, mais especificamente, para a educação musical.[6]

Conhecidas por sua sigla em inglês, as DAWs – Digital Audio Workstations possibilitam recortar, juntar, corrigir e manipular livremente qualquer som gravado. É possível também simular instrumentos de forma virtual, sintetizar sons a partir de ondas básicas e aplicar efeitos dos mais variados. Durante bastante tempo tais capacidades eram reservadas apenas aos estúdios, sendo proibitivamente caras para o musicista comum. Com os avanços tecnológicos, entretanto, viu-se surgir a onda de home studios e a relativa democratização da produção musical. Hoje as DAWs são facilmente acessíveis a qualquer indivíduo que tenha um computador, com diversas opções, tais como Reaper, Ableton Live, Pro Tools e BandLab. Além de servirem como um estúdio pessoal de mixagem e masterização, DAWs são uma poderosa ferramenta para compor e arranjar canções e podem ser incorporadas a performances ao vivo. No ensino da música, esses softwares de natureza multidisciplinar podem servir como base para demonstrar conceitos de acústica e matemática. Auxiliam também na compreensão dos mecanismos que regem a produção musical das últimas décadas. Por serem programas utilizados no computador, servem como um excelente material para o ensino remoto.

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Ver também

Referências

  1. Binow, Simone (7 de abril de 2010). «A Musicalização no Processo Ensino-Aprendizagem na Educação Infantil e Séries Iniciais». Universidade Luterana do Brasil - ULBRA. Consultado em 3 de setembro de 2018 
  2. Godoi, Luis (2011). A importância da música na educação infantil. Londrina: [s.n.] 
  3. Janotti, Aldo. Origens da universidade: a singularidade do caso português. EdUSP, 1992, página 199. ISBN 9788531400858 (04/02/2016).
  4. «LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.». 18 de agosto de 2008. Consultado em 3 de setembro de 2018 
  5. Cabral, G.; Silveira, W.; Florêncio, F. (2011), "Criação, Apreciação e Performance com Suporte Digital no Ensino Básico de Música". In XX Congresso Anual da ABEM, 11, Vitória, 2011.
  6. BORGES, Gilberto André. Tecnologias da Informação e Comunicação na formação inicial do professor de música: um estudo sobre o uso de recursos tecnológicos por estudantes de licenciatura em música no Estado de Santa Catarina. Dissertação de mestrado. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Música. Florianópolis, 2010.[1]

Ligações externas

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