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Ecologia política

Ecologia política é o estudo da relação harmônica ou desarmônica entre os grupos sociais e o ecossistema em que estão inseridos (ver Martinez-Alier), ficando alguns grupos com os recursos e outros sofrendo mais com a poluição. É uma interdisciplina com a geopolítica. Alguns cientistas consideram-na tanto ramo da biologia, como da geopolítica já que esta última estuda aspectos ecológicos, geológicos e geográficos do ambiente e a interferência do estado nesses aspectos, incluindo os fatores políticos, econômicos e sociais. Mais especificamente, este estudo interrelacionado da geopolítica, refere-se à influência da sociedade, do estado e das empresas, notadamente as transnacionais, na geração ou exacerbação de problemas ambientais e também na formulação e implementação de políticas ambientais. As origens do termo estão em trabalhos do antropólogo Eric Wolf, do filósofo e escritor Hans Magnus Enzensberger, do escritor, diplomata e economista francês Bertrand de Jouvenel[1] e alguns outros autores, publicados nas décadas de 1970 e 1980.

Um dos clássicos da ecologia política no mundo Anglofono e a obra de Piers Blaikie "The Political Economy of Soil Erosion" (Methuen, 1985), um estudo que correlaciona a degradação do solo na África sobretudo à política colonial de apropriação da terra - e não à superexploração do solo, por parte dos agricultores africanos.

A maioria dos estudiosos da ecologia política provém da Antropologia, da Geografia, da Ciência Política, e de outras ciências sociais. Mas há também aqueles ligados à Ecologia Cultural e ciências naturais e exatas. O campo foi originalmente definido por estudos que combinam métodos ecológicos com considerações sociais, especialmente tratando do modo como visoes e interesses divergentes sobre à obtenção de alimentos e matérias-primas geram conflitos e crises sócio-ambientais. (Ver: Greenberg, James and Thomas Park (1994) “Political Ecology” Journal of Political Ecology 1(1): 1-12.; Watts, Michael (2000) “Political Ecology.” In Sheppard, E. and T. Barnes (eds.), A Companion to Economic Geography. Oxford: Blackwell; Robbins, Paul (2012) Political Ecology: A Critical Introduction. 2nd ed. London: Blackwell.) Outros se utilizam da Economia Política para analisar as questões ambientais. Nessa vertente, destacam-se as obras do Espanhol Joan Martinez-Aliez (The Environmentalism of the Poor: A Study of the Ecological Conflicts and Valuation", London: Oxford University Press, 2004).

Assim a Ecologia Política propõe-se a contribuir para:

  • Entender que os problemas ambientais não afetam a todos igualmente, sendo os pobres geralmente os mais prejudicados;
  • Entender que a riqueza dos ricos depende, majoritariamente, do apoderamento do meio ambiente;
  • Entender as decisões das comunidades sobre o ambiente natural, considerando o seu contexto político, a pressão econômica e as regras da sociedade;
  • Compreender como relações desiguais entre sociedades afetam o ambiente natural;
  • Compreender como a desigualdade social afeta o meio ambiente.

No Brasil, grupos de pesquisa sobre ecologia política mais notáveis são o GESTA[2] na UFMG e o grupo do Prof Henry Acselrad e Carlos Vainer no IPPUR/UFRJ. A Rede Brasileira de Justiça Ambiental articula os temas da ecologia política em forma de luta por justiça ambiental.

No mundo as principais revistas sobre o assunto são a CNS (EUA), Ecologia Política (Italia), Ecología Política (Espanha) e Ecologie Politique (França).

Instrumentos da ecologia política

Referências

  1. Bertrand de Jouvenel, pionnier de l'écologie politique por Ivo Rens
  2. «Gesta». gestaprod.lcc.ufmg.br (em português). Consultado em 17 de janeiro de 2018 

Predefinição:Esboço-ambiente

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