Este artigo não cita fontes confiáveis. (Junho de 2022) |
A digestão é o conjunto das transformações químicas e físicas que os alimentos orgânicos sofrem ao longo de um sistema digestivo, para serem convertidos em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis. Ela tem a função de manter o suprimento de água, eletrólitos e nutrientes do organismo num fluxo contínuo. A digestão é uma forma de catabolismo que pode ser dividida em dois processos de como o alimento é quebrado: a digestão mecânica e digestão química. A digestão mecânica se refere ao processo físico de quebrar o alimento em pedaços menores, facilitando a ação das enzimas na digestão química, que divide o alimento em moléculas para que as células do corpo possam usar.
Tipos de digestão
De acordo com o local da ocorrência, temos 3 tipos de digestão:
- Digestão intracelular: ocorre somente no interior da célula. A partícula é englobada, por pinocitose ou fagocitose, sendo então digerida no interior de vacúolos através das enzimas lisossômicas. Esse tipo de digestão é encontrado em protozoários e poríferos.
- Digestão extracelular e extracorporal: ocorre totalmente fora das células, em cavidades do organismo (tubo digestivo). A partir de nematódeos, seres heterotróficos multicelulares, a digestão é exclusivamente fora das células, podendo ocorrer fora do organismo, esta é chamada de digestão extracorporal, como os fungos. As que ocorrem no interior do organismo, digestão intracorporal, como acontece nos animais.
- Digestão extra e intracelular: inicia-se no tubo digestivo e completa-se no interior da célula. É o que acontece nos celenterados, onde a digestão inicialmente se processa no interior da cavidade gastrovascular, e em seguida, as partículas parcialmente digeridas são captadas por células da gastroderme, onde a digestão se completa intracelularmente.
Tipos de tubos digestivos
Nos animais, o tubo digestivo pode apresentar diferentes graus de complexidade. Em certos organismos o tubo digestivo possui duas aberturas, uma para entrada dos alimentos, a boca, e outra por onde saem os resíduos alimentares, o ânus. Nesta situação trata-se de um tubo digestivo completo. São exemplos a minhoca e o ser humano.
Nos animais mais simples o tubo digestivo tem apenas uma abertura, que funciona simultaneamente como boca e como ânus. Trata-se de um tubo digestivo incompleto. São exemplos a hidra e a planária.
Digestão em seres humanos
No homem, todo o sistema digestivo mede cerca de nove metros de comprimento. Em uma pessoa adulta saudável o processo de digestão pode levar entre 24 e 72 horas. A fisiologia da digestão varia entre indivíduos e é influenciada por diversos outros fatores, tais como as características dos alimentos e o volume da refeição.
Fases da secreção gástrica
- Fases cefálicas - esta fase ocorre antes que a comida chegue ao estômago, e envolve a preparação do organismo para a alimentação e a digestão. A visão e o pensamento estimulam o córtex cerebral. O estímulo do sabor e do cheiro são enviados para o hipotálamo e o bulbo. Em seguida, ele é encaminhado através do nervo vago e há liberação de acetilcolina. A secreção gástrica, nesta fase, aumenta em até 40%. A acidez no estômago não é tamponada pela comida neste ponto e, assim, atua para inibir as células parietais (secretoras de ácido), e as células G (secretoras de gastrina), inibidas pela secreção de somatostatina pelas células delta.
- Fases gástricas - Esta fase dura de três a quatro horas. Ela é estimulada pela distensão do estômago devido à presença de alimento e à diminuição do pH no interior do órgão. A distensão ativa reflexos longos e mioentéricos. Isso propicia a liberação de acetilcolina, que estimula a secreção de mais suco gástrico. Como as proteínas que estão no interior do estômago se ligam aos íons hidrogênios, há uma elevação do pH. A inibição da gastrina e da secreção ácido gástrico é suspensa. Isso faz com que as células G libertem gastrina, a qual, por sua vez, estimula as células parietais a secretar ácido gástrico. Este ácido é composto de cerca de 0,5% de ácido clorídrico (HCl), o que reduz o pH para o valor alvo de 1 a 3. A liberação de ácido também é desencadeada pela acetilcolina e histamina.
- Fases intestinais - Esta fase tem duas etapas: a excitatória e a inibitória. A chegada dos alimentos ao duodeno causa a inibição do esvaziamento gástrico e da secreção de HCl. Isso desencadeia a liberação intestinal de gastrina. O reflexo vagal enterogástrica inibe núcleos, ativa fibras simpáticas e faz com que o esfíncter pilórico se contraia e impeça a entrada de mais alimentos.
Digestão
Em seres humanos a digestão começa na boca, também conhecida como cavidade bucal ou oral, na qual o alimento é mastigado. A saliva é secretada em grandes quantidades (1 a 1,5 litros/dia) por três pares de grandes glândulas exócrinas salivares (parótidas, submandibulares e sublinguais) e por muitas outras menores na cavidade oral, onde é misturada, com a ajuda da língua, ao alimento mastigado. A saliva tem a função de limpar a cavidade oral, umedecer a comida e iniciar a digestão, pois contém enzimas como a amilase, que ajudam na decomposição química de polissacarídeos (como o amido, quebrando-o em maltose e outros tipos de dissacarídeos). Ela também contém muco, uma glicoproteína que ajuda a amaciar a comida. Uma enzima adicional, a lipase lingual, hidrolisa triglicerídeos de cadeia longa em glicerídeos parciais e ácidos graxos livres.
A ato de deglutir transporta os alimentos mastigados para o esôfago, passando pela orofaringe e hipofaringe. O mecanismo para engolir é coordenado pelo centro de deglutição no bulbo e na ponte. O reflexo é iniciado por receptores de toque na faringe, e daí o bolo alimentar é empurrado para a parte posterior da boca.
O bolo alimentar passa da faringe para o estômago, através dos movimentos peristálticos (tecido muscular liso) no esôfago, continuando a sofrer a ação da saliva. Ao chegar ao estômago o bolo alimentar passará a sofrer a ação química do suco gástrico (que contem pepsina), transformando-se em quimo.
O quimo segue então para a região pilórica, atravessa o duodeno onde recebe os sucos intestinais e o suco pancreático que, com a ajuda de enzimas, decomporão ainda mais a massa alimentar, transformando-a em quilo, que entra no intestino delgado.
Aqui, pelo efeito dos movimentos peristálticos do intestino, o quilo vai sendo empurrado em direção ao intestino grosso, enquanto vai ocorrendo a absorção dos nutrientes, com a ajuda das vilosidades intestinais. A parte que não é aproveitada do quilo é, finalmente, evacuada pelo ânus sob a forma de fezes.
Fenômenos físicos
- mastigação
- deglutição(engolir)
- movimentos peristálticos (contração e relaxamento da musculatura)
Fenômenos químicos
- insalivação
- quimificação (processo de formação do quimo)
- quilificação (processo de formação do quilo)
- absorção (nutrientes e água: intestino delgado; apenas água: intestino grosso)
Referências
Ligações externas
- «Sistema digestório» (em português). maiores detalhes sobre o sistema digestivo