David Mourão-Ferreira | |
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Estátua no Parque dos Poetas | |
Nome completo | David de Jesus Mourão-Ferreira |
Nascimento | 24 de fevereiro de 1927[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Lisboa Portugal |
Morte | 16 de junho de 1996 (69 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Lisboa |
Nacionalidade | Portuguesa |
Cônjuge | Pilar Mourão Ferreira |
Prémios | Prémio Ricardo Malheiros (1959) Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (1980) |
Magnum opus | As lições do fogo |
David de Jesus Mourão-Ferreira GOSE • GCSE (Lisboa, 24 de fevereiro de 1927 — Lisboa, 16 de junho de 1996) foi um escritor e poeta português. Tem uma biblioteca com o seu nome em Lisboa no Parque das Nações.e uma Cátedra David Mourão-Ferreira do Camões, I.P. no Centro de Estudos Lusitânia de Bari (Itália).
Biografia
Filho de David Ferreira, secretário do diretor da Biblioteca Nacional, originário de Elvas, e de sua mulher Teresa Mourão, originária duma aldeia do Baixo Alentejo.
Nasceu no extremo ocidental do bairro da Lapa, em Lisboa, numa casa onde viveu até aos 15 anos. Teve um irmão três anos mais novo, Jaime, afilhado de Jaime Cortesão. Frequentou o Colégio Moderno e licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951.
Tornou-se assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1958. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores.
Teve uma ativa colaboração em jornais e revistas, dos quais se destacam o Diário Popular. Foi também colaborador da revista Seara Nova, para além de ter sido um dos fundadores da revista literária Távola Redonda, que co-dirigiu (1950-1954), com António Manuel Couto Viana e Luís de Macedo. Foi precisamente através desta publicação que a atividade poética de David Mourão Ferreira começou a ganhar relevo, enquanto uma alternativa poética, de pendor lirista, à poesia social.[1]
Considerado um dos maiores poetas contemporâneos portugueses do século XX, ganhou notoriedade junto do grande público com os poemas de sua autoria cantados por Amália Rodrigues, como Sombra, Maria Lisboa, Anda o Sol na Minha Rua Nome de Rua, Fado Peniche e sobretudo Barco Negro,[2] entre outros.[carece de fontes][3] Outros fados da sua autoria, como Escada sem corrimão ou Lembra-te sempre de mim, serão interpretados anos depois por Camané.[4]
Depois do 25 de Abril de 1974, seria diretor do jornal A Capital e diretor-adjunto do O Dia.
No governo, desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura (de 1976 a Janeiro de 1978, e em 1979). Foi por ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado.
Foi autor de alguns programas de televisão de que se destacam "Imagens da Poesia Europeia", para a RTP.
A 13 de Julho de 1981 foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[5] Em 1996, a 3 de Junho, foi elevado a Grã-Cruz da mesma Ordem.[5] No mesmo ano, 1996, recebeu o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
Do primeiro casamento, com Maria Eulália, sobrinha de Valentim de Carvalho, teve dois filhos, David João e Adelaide Constança, que lhe deram 10 netos e netas.
Em 2005 é celebrado um protocolo entre a Universidade de Bari e o Instituto Camões, decidindo, como homenagem ao poeta, abrir naquela cidade o Centro Studi Lusofoni - Cátedra David Mourão-Ferreira[6] que, dirigida pela Professora Fernanda Toriello e com a colaboração do professor Rui Costa, tem como objetivo o estudo da obra de David Mourão-Ferreira, assim como a divulgação da língua portuguesa e das culturas lusófonas. Promove também o Prémio Europa David Mourão-Ferreira.[7]
Em 2005 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma avenida no Alto do Lumiar.[8]
Obras
Poesia
- 1950 - A Viagem
- 1954 - Tempestade de Verão (Prémio Delfim Guimarães)
- 1958 - Os Quatro Cantos do Tempo
- 1961 - Maria Lisboa
- 1962 - In Meae
- 1962 - ou A Arte de Amar
- 1966 - Do Tempo ao Coração
- 1967 - A Arte de Amar (reunião de obras anteriores)
- 1969 - Lira de Bolso
- 1971 - Cancioneiro de Natal (Prémio Nacional de Poesia)
- 1973 - Matura Idade
- 1974 - Sonetos do Cativo
- 1976 - As Lições do Fogo
- 1980 - Obra Poética (inclui À Guitarra e À Viola e Órfico Ofício)
- 1985 - Os Ramos e os Remos
- 1988 - Obra Poética, 1948-1988
- 1994 - Música de Cama (antologia erótica com um livro inédito).
- 1954 - Barco Negro
Ficção narrativa
- 1959 - Novelas de Gaivotas em Terra (Prémio Ricardo Malheiros)
- 1968 - Os contos de Os Amantes
- 1980 - As Quatro Estações (Prémio Associação Internacional dos Críticos Literários)
- 1986 - Um Amor Feliz (Romance que o consagrou como ficcionista valendo-lhe vários prémios)
- 1987 - Duas Histórias de Lisboa
Outras
- 1961 - Aspectos da obra de M. Teixeira Gomes
Academia Brasileira de Letras
O escritor Mourão-Ferreira foi escolhido para ocupar, na categoria de Sócio Correspondente, a Cadeira número 5, que tem por Patrono Dom Francisco de Sousa. Sua eleição deu-se em 1981, sendo ali o quinto ocupante. Depois da sua morte, esta Cadeira seria ocupada apenas em 1998 pelo moçambicano Mia Couto.[9]
Referências
- ↑ Infopédia. «David Mourão-Ferreira - Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora (em português). Consultado em 15 de junho de 2021
- ↑ Mourão-Ferreira 1997, p. 33.
- ↑ «Título ainda não informado (favor adicionar)». Arquivado do original em 5 de setembro de 2010
- ↑ Observador
- ↑ 5,0 5,1 «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "David Mourão Ferreira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 8 de junho de 2014
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 4 de abril de 2021. Cópia arquivada em 8 de março de 2016
- ↑ Prémio Europa David Mourão-Ferreira
- ↑ «Facebook». www.facebook.com. Consultado em 15 de junho de 2021
- ↑ «Sócios Correspondentes e Patronos». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 8 de junho de 2014
- Bibliografia
- Mourão-Ferreira, David; Somai, Graziana (1997). Varela, Joana, ed. «É que eu gosto de muita coisa, sabe?». Colóquio (Revista trimestral). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. p. 33. ISSN 0010-1451. Consultado em 18 de julho de 2020
- Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano Saraiva, História de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume XVII, Ed. QN-Edição e Conteúdos, S. A., 2004
Ligações externas
- RedirecionamentoPredefinição:fim
Predefinição:Sócios Correspondentes da Academia Brasileira de Letras
Precedido por Domingos Monteiro |
ABL Sócio Correspondente - cadeira 5 1981 - 1996 |
Sucedido por Mia Couto |