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Cultura de Timor-Leste

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A cultura de Timor-Leste caracteriza-se pela elevada riqueza, apesar de enfraquecida por um longo historial de colonização portuguesa e ocupação indonésia.

É um país da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Mito do Crocodilo

A figura ancestral mais conhecida da cultura de Timor Leste é o crocodilo, que se acredita ser o bisavô, o rei dos antepassados, rei das águas e rei das montanhas. O crocodilo é a peça da história da criação de Timor, que conta a história de um rapaz que salvou um crocodilo da morte. Em troca o crocodilo ofereceu-se para levar o rapaz no seu dorso numa aventura no mar. Só que o crocodilo perdeu-se e ficou esfomeado e queria comer o rapaz, mas não o fez em nome da dívida que tinha para com o rapaz. Quando chegaram a uma zona onde o sol nascia no Leste, o crocodilo transformou-se numa terra que é agora a ilha de Timor.
Por isso, diz-que a ilha tem a forma de um crocodilo com as montanhas acidentadas como as costas de um crocodilo[1].

Levantamento dos usos e costumes timorenses

José Celestino da Silva, ex-governador da colônia de Timor-Leste, foi dos primeiros a publicar textos sobre costumes indígenas timorenses em 1896. Posteriormente os governadores Eduardo Marques, em 1908, e Baptista Justo, em 1932, tentaram criar um código de usos e costumes, mas sem sucesso. Neste âmbito uma das obras mais relevantes é Gentio de Timor, de Armando Pinto Corrêa (1935)[2].

Artesanato

A tecelagem de cestos, esteiras e tais (panos tecidos com tiras tradicionais de Timor) é uma tradição com centenas de anos entre as mulheres de Timor. De facto, a produção têxtil tem uma longa história.

Na ilha de Ataúro, o povo Maquile tem a tradição de entalhes em madeira. Inicialmente produziam figurinos masculinos e femininos, máscaras de dança, sereias e enguias. Influenciados pelos Portugueses e Igreja Católica, os figurinos passaram a ter os genitais tapados e produziram-se figuras inspiradas em Cristo.

Outra tradição é a produção de licor de palma, em cervejas e licores destilados (tuak), associada a tradições culturais únicas[1].

Xanana Gusmão

O líder da resistência timorense, José Alexandre Gusmão, mais conhecido como Xanana Gusmão, é também o maior nome da poesia do país. Em 1973, antes mesmo da Revolução dos Cravos, Xanana Gusmão já se destacava na literatura, chegando a receber o Prêmio Revelação da Poesia Ultramarina. Contudo, foi a Guerra Civil Timorense, iniciada em 1975, que despertou em Gusmão a necessidade de expressar-se através da escrita. Entre 1977 e 1979, ele publicou dois livros: "Pátria e Revolução" (cujo título tornaria-se o lema da luta no país), e "Guerra, Temática Fundamental do Nosso Tempo", no qual ensaia todas as características das chamadas Guerras Populares, descrevendo o papel de um líder carismático na condução de seu povo.

O livro "Mar Meu", de 1998, reuniu vários poemas de Xanana escritos no período de 1994 e 1996. Os poemas de Xanana conquistaram a crítica literária em língua portuguesa, sendo que a obra do revolucionário foi bastante difundida em países como Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal.

Uma campanha a favor da leitura no Timor-Leste

Xanana Gusmão é também um forte expoente da pintura timorense, tendo desenvolvido essa atividade principalmente em seu tempo de prisão. Suas telas prendem-se a retratar as paisagens de Timor, enfocando suas tradições, o jeito simples de seu povo, sua felicidade. Sua pintura mais conhecida é "Aldeia Típica de Timor".

Outros escritores importantes de Timor são: Luís Cardoso, Fernando Sylvan, Jorge Lauten, Francisco Borja da Costa, Jorge Barros Duarte, João Aparício, Ponte Pedrinha - pseudónimo de Henrique Borges, Fitun Fuik e Afonso Busa Metan. Poemas, contos e crônicas de alguns desses autores encontram-se reunidos no livro "Timor Leste - Este País Quer Ser Livre", organizado por Sílvio Sant’Anna, da Editora Martin Claret. Um escritor português que viveu alguns anos em Timor e que produziu obras de grande qualidade foi Ruy Cinatti, poeta, antropólogo e botânico.

Dia Nacional da Cultura de Timor-Leste

Pela Resolução do Governo nº. 30, de 29 de Outubro de 2014 Dia Nacional da Cultura, o governo timorense nos termos da alínea "d" do artigo 116º. da Constituição Timorense, declarou como Dia Nacional da Cultura, o dia 14 de outubro, em homenagem ao poeta Francisco Borja da Costa[3].

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 Arafura and Timor Seas Experts Forum (22 de Novembro de 2012). «Coastal and marine Ecotourism Values, Issues and Opportunities on the North Coast of Timor Leste - Final Report» (PDF). Consultado em 8 de Março de 2018 
  2. Rodrigues, Flavia (2010). Narrativas da Dominação no concurso de literatura colonial da Agência Geral das Colónias (1926-1951), PUC-Rio
  3. Gusmão, Xanana (21 de Outubro de 2014). «Resolução do Governo No. 30 /2014 de 29 de Outubro Dia Nacional da Cultura». Jornal da República 

Ligações externas

Bibliografia

de:Osttimor#Literatur

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