Predefinição:Monumento Situado na freguesia de Castelo Rodrigo, o complexo constituído pelo Mosteiro e Igreja de Santa Maria de Aguiar foi edificado no século XII, junto à ribeira de Aguiar, afluente do rio Douro, quando uma primitiva comunidade de beneditinos ou de eremitas integrou a Ordem de Cister, por volta de 1170.[1]
No mosteiro a regra vigente era a de São Bento, de tipo monacal (exercida por monges), ou seja, vivendo e trabalhando em locais afastados dos povoados, tendo os monges adoptado a regra de Cister.
O que resta do antigo Mosteiro e a Igreja de Santa Maria de Aguiar estão classificados como Monumento Nacional desde 1932.[2]
História
Num período em que as terras de Ribacôa eram disputadas entre portugueses e leoneses, que as tinham recentemente conquistado aos árabes, o território do mosteiro foi incluído na nova diocese leonesa de Ciudad Rodrigo (1175), dependendo do mosteiro de Santa Maria de Moreruela (Zamora, 1143), de que também dependia o padroado da terra de Miranda.
Com o tratado de Alcanices (1297), Santa Maria de Aguiar passa definitivamente para o domínio português. A dependência da diocese de Ciudad Rodrigo, porém, manteve-se até 1403, quando transitou para a diocese de Lamego. Até ao final da Idade Média, apesar do fim dos apoios régios e senhoriais, o mosteiro manteve a posse de vastos territórios em Portugal e em Leão e Castela.
No entanto, em meados do século XV, a instituição encontrava-se em decadência. Na primeira metade do século XVII, sob domínio filipino, ainda foi alvo de obras de modernização, mas com as invasões francesas, no início do século XIX, e a extinção das ordens religiosas, o mosteiro foi abandonado, acabando por ser vendido em hasta pública em 1937. As obras públicas de restauro que se seguiram alteraram profundamente o legado medieval.
O retábulo esteve 50 anos no Mosteiro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, e regressou em 1992 ao mosteiro de Santa Maria de Aguiar. Agora tem três imagens e a principal, ao centro, é de Santa Maria de Aguiar[3].
Arquitetura
Predominam os estilos românico e gótico. A igreja, cisterciense, tem planta em cruz latina, três naves e transepto saliente, cabeceira escalonada e duas absidíolas de planta rectangular.
Bibliografia
- Azevedo, Carlos Moreira (dir) (2000). História Religiosa de Portugal, vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores.
- Policarpo, José da Cruz (1998). A Diocese Romana e a Diocese de Caliábria. In AA.VV. O Tratado de Alcanices e a Importância Histórica das Terras de Riba Côa. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa. [pp. 107-114]
- Raick, Regina (1996). O Mosteiro de Santa Maria de Aguiar. Dissertação de Mestrado em História da Arte. Lisboa: FCSH-UNL.