Erro de script: Nenhum módulo desse tipo "Infobox". O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), no município de Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, é um empreendimento da área de abastecimento da Petrobras. Representa um investimento da ordem de 8,4 bilhões de dólares estadunidenses[1], o que o configura como o maior empreendimento único da Petrobras e um dos maiores do mundo no setor. Este empreendimento se tornará o coração de um grande parque industrial, que irá transformar profundamente o perfil industrial, econômico e ambiental da região.
O empreendimento
Contempla a construção de uma unidade de refino com capacidade de processamento de 165 mil barris de petróleo por dia. Inicialmente, está prevista a utilização do petróleo pesado do Campo de Marlim, localizado na Bacia de Campos, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Além da unidade de refino, serão construídas uma unidade de petroquímicos básicos de primeira geração (eteno, benzeno, p-xileno e propeno) e seis unidades de petroquímicos de segunda geração. As principais resinas termoplásticas a serem produzidas pelas unidades de petroquímicos de segunda geração serão polipropileno (850 mil toneladas/ano), polietileno (800 mil toneladas/ano) e politereftalato de etileno (600 mil toneladas/ano).
Além das unidades de produção, será erguida uma grande central de utilidades, responsável pelo fornecimento de água, vapor e energia elétrica necessários para a operação do complexo.
Ainda fazem parte do projeto o Centro de Integração de São Gonçalo, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que realizará a qualificação de cerca de 30 mil profissionais nos 11 municípios situados na área de influência do empreendimento; a base logística também em São Gonçalo e o duto de fornecimento de petróleo.[2]
Localização
A planta produtiva do complexo será erguida nos municípios de Itaboraí (unidades de petroquímicos) e São Gonçalo (Central de Escoamento de Produtos Líquidos), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Foram fatores determinantes na escolha da região o posicionamento logístico – a proximidade do Porto de Itaguaí, dos terminais de Angra dos Reis, das ilhas d’Água e Redonda e do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro – e a proximidade com demandantes de produtos da segunda geração, além das sinergias com a Refinaria de Duque de Caxias e com as plantas da Rio Polímeros, Suzano e Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras.
Área de influência
A Região de Influência Direta congrega sete municípios: Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Rio Bonito, São Gonçalo e Tanguá).
A Região de Influência Ampliada é formada pelos sete municípios da Região de Influência Direta mais os municípios de Casimiro de Abreu, Duque de Caxias, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro, Saquarema, Silva Jardim, Teresópolis, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e São João de Meriti.
Polo econômico
Empresas de terceira geração que serão atraídas pelo complexo irão transformar os produtos petroquímicos de segunda geração em bens de consumo, tais como: componentes para as indústrias automobilística e de eletrodomésticos, materiais cirúrgicos, embalagens, tintas, ceras, dentre outros. De acordo com estudos[3] realizados a pedido da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN foram elaborados dois cenários de atração de empresas de 3ª Geração. No cenário conservador estima-se em 362 o número de empresas se instalando na área de influência do empreendimento com uma geração de 15 mil novos empregos diretos nestas indústrias. Já no cenário otimista estima-se em 724 novas indústrias do setor de material plástico no estado gerando 31 mil empregos diretos nestas indústrias.
No cenário otimista para a implantação das indústrias do setor plástico a geração de valor adicionado é de cerca de R$ 13 bilhões, mantendo-se praticamente inalteradas as participações percentuais. A concretização dessas estimativas poderá representar, para o ano de 2015, o equivalente a 37% do PIB da Região de influência Direta no Cenário Conservador, subindo para 39% no Cenário Otimista.
Transformações
O complexo vai gerar mais de 200 mil empregos diretos e indiretos e processará petróleo pesado proveniente da Bacia de Campos, no Norte Fluminense, para produzir matéria-prima petroquímica e derivados.
O polo, segundo a Petrobras, modificará a estrutura da petroquímica brasileira e reduzirá a dependência do setor externo por insumos básicos. Em sua primeira fase, serão produzidos apenas os itens de primeira geração (óleo diesel, eteno, propeno, benzeno, paraxileno e butadieno). Na segunda fase, entrarão os produtos de segunda geração, como o polietileno, polipropileno, PET, PTA, etilenoglicol e estireno, em sua maioria produtos voltados para a indústria do setor de plástico.
Início das obras
A Petrobras iniciou, em 31 de Março de 2008, as obras de terraplenagem do COMPERJ. Com custo aproximado de R$ 820 milhões, as obras devem movimentar 45 milhões de metros cúbicos de material, o equivalente, segundo o diretor Paulo Roberto Costa, a 12 estádios do Maracanã lotados de terra. A primeira fase de obras deve se estender até o fim do primeiro semestre de 2009, gerando mais de 2 mil empregos diretos.[2]
O início da fase de operação do COMPERJ estava previsto para 2014 e estimava-se o faturamento anual de US$ 5,8 bilhões com participação de 62% de Petroquímicos Básicos e 38% de Petroquímicos Associados.
Ampliação
Recentemente a Petrobras decidiu ampliar a capacidade de refino do COMPERJ.[4] A capacidade de processamento que seria de 165 mil barris/dia (1ª unidade de refino) será acrescida com a instalação de uma 2ª unidade de refino com a mesma capacidade (165 mil barris/dia de petróleo) previstas para funcionar entre três ou quatro anos após a entrada em operação da 1ª unidade.
Paralisação das obras
Após a ampliação da Operação Lava-Jato, que levou à prisão alguns diretores da Petrobras, as obras foram paralisadas em 2015, com a Petrobras priorizando outros investimentos de sua carteira, aparentemente não levando em consideração a continuidade das obras, pelo menos em curto e médio espaço de tempo.
Após a parada das obras, algumas pequenas empresas subcontratadas da Petrobras ou de suas contratadas, faliram ou fecharam suas portas e muitos investimentos realizados na região (construção de prédios, hotel, lojas e outros comércios), estão com pouquíssimas atividades. Os preços de imóveis, produtos e serviços, que haviam sido superinflacionados, caíram, voltando a valores normais de mercado.
Retomada
Em 2017 iniciou-se uma rodada de licitações para empresas estrangeiras retomarem as obras.[5]. Em outubro de 2018, a Petrobras anunciou um acordo com a China National Offshore Oil Corporation, subsidiária da petroleira chinesa CNPC, para atuar em parceria na conclusão de uma refinaria do COMPERJ, em Itaboraí (RJ), e na revitalização do campo de Marlim. Segundo comunicado, a estatal brasileira desenvolveria, junto com a CNPC, estudos sobre a viabilidade técnica e os custos e benefícios do negócio e depois formar uma join venture, onde a Petrobras terá participação de 80% e a CNPC 20%.[6] O estudo estava previsto para ser concluído em setembro de 2019, porém ainda está em andamento. Em novembro de 2019, a Toyo Setal ganhou uma licitação para obras do COMPERJ, com prazo de conclusão de 18 meses e previsão de 5 mil novos empregos gerados.[7]
Referências
- ↑ Estudo Decisão Rio 2010-2012. FIRJAN
- ↑ 2,0 2,1 «Polo Petroquímico do Rio tem investimentos iniciais de US$ 8,4 bilhões». Agência de Notícias Brasil-Árabe. 31 de Março de 2008. Consultado em 5 de outubro de 2020
- ↑ COMPERJ - Potencial de desenvolvimento produtivo. Maio de 2008.
- ↑ Segundo o sítio oficial do COMPERJ.
- ↑ «Petrobras convida só estrangeiros para licitação de obras no Comperj». G1 (em português)
- ↑ «Definimos com a CNPC o modelo de negócios para Parceria Estratégica no Comperj e no Cluster de Marlim». Petrobras (em português). Consultado em 2 de dezembro de 2019
- ↑ Oliveira, Renato (10 de outubro de 2019). «Comperj terá 5 mil empregos em obras que a Toyo Setal acaba de assinar com a Petrobras. Enviem seus currículos agora!». Click Petróleo e Gás (em português). Consultado em 2 de dezembro de 2019
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