Companhia Carris Porto Alegrense | |
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Empresa pública | |
Fundação | 19 de junho de 1872 (151 anos) |
Sede | Porto Alegre |
Produtos | Transportes coletivos |
Website oficial | http://www.carris.com.br/ |
A Companhia Carris Porto-Alegrense (conhecida por Carris) é uma das empresas operadoras do transporte público de Porto Alegre, que inclui também os consórcios Viva Sul, Mob, Via Leste e Consórcio Mais. Sua frota é composta por 347 ônibus e atende grande parte da cidade, com cerca de 30 linhas.
É uma sociedade de economia mista, com o controle acionário da prefeitura de Porto Alegre (que detém 99,9% das ações). A Carris foi considerada pela Associação Nacional dos Transportes Públicos como a melhor empresa de ônibus urbano do Brasil em 1999 e 2001.[1]
A empresa Carris lançou as linhas circulares e transversais da cidade. Foi a primeira empresa de Porto Alegre a utilizar veículos que facilitavam o acesso às pessoas portadoras de deficiência (PPDs), inicialmente com elevadores hidráulicos. A empresa hoje conta com 30 linhas de ônibus, na sua maioria do tipo transversais (ligam regiões de Porto Alegre sem passar pelo Centro),[2] além de três linhas radiais universitárias (com um terminal no Centro e outro no bairro, passando ou terminando por importantes universidades do município) e circulares (tem apenas um terminal, no Centro).
Como a Carris é uma empresa pública, a compra de veículos novos e de suprimentos para os mesmos é feita através de licitação.
Histórico
É a mais antiga empresa de transporte coletivo do país em atividade, e nasceu graças à autorização do imperador Dom Pedro II, via decreto, publicado em 19 de junho de 1872. Na época, Porto Alegre era uma pacata cidadezinha de apenas 34 mil habitantes e que recém completara cem anos de fundação. Inicialmente operava bondes puxados a mula mas, 1908, a companhia inaugurou o serviço de bondes elétricos, que seria desativado somente em 1970. O período de hegemonia dos bondes foi até a década de 1920, quando começaram a circular os primeiros automóveis movidos à gasolina ou querosene e óleo. Em 1930, a Carris passou a oferecer também o transporte por ônibus para as localidades onde as linhas de bonde não chegavam. Em 1954, a Carris foi encampada pela prefeitura.
Conforme os balanços financeiros divulgados pela empresa, a Carris registrou déficit de R$ 74,2 milhões em 2016, valor diminuído para R$ 43 milhões no ano seguinte e R$ 19,2 milhões em 2018. Em 2019, a empresa registrou lucro pela primeira vez desde 2012.[3]
Presidentes
Os presidentes da Carris são nomeados pelo prefeito de Porto Alegre.
Ano | Presidente | Prefeito |
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1999 - 2002 | Maria Cristina Utzig Piovesan[4] | Tarso Genro e João Verle (PT) |
2005 - 2010 | Antônio Lorenzi[5] | José Fogaça (PPS e PMDB) |
2010 - 2011 | João Pancinha[6] | José Fortunati (PDT) |
2011 - 2016 | Sérgio Zimmermann[7] | |
2017 | Luis Fernando Ferreira[8] | Nelson Marchezan Júnior (PSDB) |
2017 - 2019 | Helen Machado[9] | |
2019 - atualmente | César Griguc[8] |
Reconhecimento
A Carris é a única instituição municipal a conquistar o Prêmio Nacional de Gestão Pública do Governo Federal e, em 2005, obteve o primeiro lugar na categoria Empresa Pública Eficiente da Pesquisa Top of Mind, realizada em Porto Alegre.
Corrupção
Em 2013, uma sindicância interna denunciou a existência de desvios de quase um milhão de reais da Carris por meio de fraude na bilhetagem eletrônica.[10]
Em 2018, o Ministério Público divulgou denúncia de que Ivsem Gonçalves, que ocupara cargo comissionado na empresa, desviara 1,7 milhão de reais da empresa através de indenizações pagas indevidamente a um homem falecido.[11] O dinheiro serviu, entre outras finalidades, para realizar doações eleitorais, em nome do falecido, para campanhas de candidatos do MDB, incluindo a do governador José Ivo Sartori em 2016 e a do candidato a prefeito de Porto Alegre em 2016, Sebastião Melo, partido ao qual o denunciado era filiado.[12]
Ameaças de privatização
Durante a campanha, em 2016, Marchezan Júnior negou que tivesse a intenção de privatizar a Carris, empresa pública de transporte coletivo da cidade.[13] Contudo, em junho de 2017, o prefeito afirmou que a Carris poderia ser privatizada.[14] No mês seguinte, ele voltou a sustentar que a empresa deveria ser privatizada ou que deveria licitar linhas.[15] Em junho de 2018, a prefeitura contratou uma consultoria para analisar a Carris e o prefeito novamente defendeu que a privatização era uma das opções para a companhia.[16]
Compra de ônibus novos
Em janeiro de 2019, oitenta e três veículos da Carris completaram treze anos e não poderiam mais circular, de acordo com lei municipal alterada no ano anterior, que aumentou de dez de doze anos a vida útil dos coletivos.[17] A empresa lançou edital para erenovação da frota em março,[18] medida seguida de um decreto assinado em maio por Marchezan Júnior para aumentar a vida útil dos ônibus de doze para quatorze anos.[19]
Apesar da promessa de que ônibus novos estariam circulando em outubro, a dificuldade em obter financiamento atrasou a compra. Em novembro, a Câmara Municipal autorizou a empresa a contratar quase quarenta e um milhões de reais de crédito para a compra de oitenta e sete ônibus e administração municipal prometeu que os coletivos iriam para as ruas em fevereiro do ano seguinte.[20][21] No entanto, um novo edital foi lançado somente em fevereiro do ano seguinte, no momento em que a legislação obrigava a troca de noventa e sete coletivos.[21] Os novos ônibus só começaram a rodar em agosto de 2020, cerca de um ano e meio depois do prometido pela administração municipal.[22]
Notas
- A empresa teve no final da década de 1960 diversos Trólebus (ônibus elétricos) que substituíram os bondes, os veículos eram equipados com chassi FNM, carroceria Massari e componentes elétricos Villares.
- Alguns trólebus que rodaram na cidade paulista de Araraquara pela CTA, pertenceram a Carris e rodaram até a década de 2000.
- Nos anos 1970, a Carris operou os primeiros ônibus com ar condicionado da história de Porto Alegre, os veículos operavam serviço seletivo que atendia a região do bairro Bela Vista e eram equipados ainda com rodomoça, cafezinho e jornal a bordo.
- As maiores aquisições da Carris ocorreram em 1987 - quando vieram mais de 50 novos veículos monobloco e com carrocerias Marcopolo e Thamco, equipados com mecânica Mercedes-Benz. Em 2006 com a chegada de 62 novos ônibus Neobus Mega 2006 Mercedes-Benz OF-1722M. Durante todo o ano de 2008, entraram 76 novos, dentre eles Mega 2006 Low Entry com chassi Agrale; Millennium II e Viale, ambos chassi Volkswagen 17-260 EOT; juntos de Urbanuss Pluss Articulado Volvo. Em 2010 houve a aquisição de 82 veículos novos, como Neobus Mega 2006 Articulado Mercedes-Benz O500MA (7 veículos) e Gran Viale Low Entry Volvo e Mercedes-Benz (75 veículos com Ar condicionado). Já a maior aquisição das últimas cinco décadas ocorreu em 2020, com a chegada de 98 ônibus Mascarello Gran Via Midi, com chassi Mercedes-Benz.[23]
Ver também
Ligações externas
- Fotos dos ônibus da frota atual
- Portal da Companhia Carris Porto-Alegrense
- Museu virtual
- Blog do Museu Itinerante Memória Carris
Referências
- ↑ «Títulos e Conquistas». Carris. Consultado em 10 de outubro de 2016
- ↑ http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/02/geral/483137-passagem-de-onibus-sobe-hoje-para-r-3-75.html
- ↑ «Relatório de Gestão mostra avanço da Carris do déficit para o alcance de lucro | Prefeitura de Porto Alegre». prefeitura.poa.br. Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Maria Cristina Utzig Piovesan». Escavador (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Carris gastou R$ 1 milhão em sede social restrita a pagantes e locada a terceiros | GaúchaZH». GZH (em português). 3 de junho de 2019. Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ Alegre, Prefeitura Municipal de Porto. «Carris». carris.com.br (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Gestão da Carris investigada pelo MP foi a que mais pagou indenizações por acidentes | GaúchaZH». GZH (em português). 15 de maio de 2018. Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ 8,0 8,1 «Presidente da Carris renuncia 20 dias após assumir cargo | GaúchaZH». GZH (em português). 20 de fevereiro de 2017. Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ Media, Alright (6 de dezembro de 2019). «Carris troca de presidente ainda em dezembro». Rádio Guaíba (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ Sander, Isabella (27 de novembro de 2013). «Prejuízo com a fraude na Carris é de quase R$ 1 milhão». Jornal do Comércio. Consultado em 20 de maio de 2019
- ↑ «Ex-funcionário é suspeito de usar nome de criança morta para desviar dinheiro da Carris | GaúchaZH». GZH (em português). 9 de maio de 2018. Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Repasses de dinheiro feitos por ex-funcionário da Carris podem levar a outros envolvidos na fraude | GaúchaZH». GZH (em português). 11 de maio de 2018. Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Em campanha, Marchezan disse que não iria acabar com 2ª passagem | GaúchaZH». GZH (em português). 28 de julho de 2017. Consultado em 4 de setembro de 2020
- ↑ «Marchezan diz que, sem um "plano viável nos próximos meses", Carris pode ser privatizada | GaúchaZH». GZH (em português). 20 de junho de 2017. Consultado em 4 de setembro de 2020
- ↑ Guaíba, Ananda Muller / Rádio. «Marchezan reforça que "Carris não é viável" e que precisa privatizar ou licitar linhas». Correio do Povo. Consultado em 4 de setembro de 2020
- ↑ Comércio, Jornal do. «Privatização da Carris pode sair após análise de consultoria». Jornal do Comércio (em português). Consultado em 4 de setembro de 2020
- ↑ «Mais de 80 ônibus da Carris são mais velhos do que o permitido pela lei municipal - Notícias». Diário Gaúcho (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Prometidos para outubro, ônibus novos da Carris ficam para fevereiro - Notícias». Diário Gaúcho (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Decreto aumenta vida útil de ônibus de Porto Alegre para 14 anos e autoriza desligamento de ar-condicionado em estrada de terra». Diário do Transporte (em português). 1 de maio de 2019. Consultado em 4 de setembro de 2020
- ↑ Alegre, Prefeitura Municipal de Porto. «Carris». www.carris.com.br (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ 21,0 21,1 «Prometidos para fevereiro, ônibus novos da Carris ficam para junho, mas número cresce - Notícias». Diário Gaúcho (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «Depois de um ano e meio do anúncio, Carris apresenta seus novos ônibus - Notícias». Diário Gaúcho (em português). Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ https://docs.google.com/spreadsheet/pub?key=0Ar-rBrQm0ei-dGs2b3k4ODdnVWRRckFmYVNJSUJBeFE&output=html
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