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Cerdeira (Sabugal)

Portugal Portugal Cerdeira 
  Freguesia  
Panorâmica parcial da aldeia com a ponte e a torre do relógio
Panorâmica parcial da aldeia com a ponte e a torre do relógio
Símbolos
Brasão de armas de Cerdeira
Brasão de armas
Gentílico cerdeirense
Localização
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Localização de Cerdeira em Portugal
Coordenadas 40° 30' 51" N 7° 02' 48" O
Região Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Região
Sub-região Beira Interior Norte
Distrito Guarda
Município Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Concelho
História
Fundação 1 de maio de 1253
Administração
Tipo Junta de freguesia
Presidente Filipe Teixeira Mendes (PPD/PSD)
Características geográficas
Área total 24,13 km²
População total (2011) 229 hab.
Densidade 9,5 hab./km²
Código postal 6320-131 Cerdeira SBG
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Visitação

Cerdeira, também designada Cerdeira do Côa, é uma freguesia portuguesa do município do Sabugal, com 24,13 km² de área e 229 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 9,5 hab/km².

A freguesia é atravessada pelo rio Noéme, dista 22 km do Sabugal e inclui a povoação anexa da Redondinha e dois lugares abandonados em meados do século XX: Azinheira e Santo Amaro do Cortelho .

População

População da freguesia de Cerdeira [1]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
297 322 450 495 550 472 517 614 651 576 512 382 385 262 229

Geografia

A freguesia tem uma extensão máxima de 9.594 m (NW-SE) e uma largura máxima de 3.780 m (SW-NE), entre a ribeira das Cabras, a norte, e o rio Côa, a sul. A meio, é atravessada pelo vale do rio Noéme (E-W), a uma altitude média de 725 m. Ao longo do vale, segue a linha ferroviária da Beira Alta. Perpendicular ao rio e à ferrovia, passa a Estrada Nacional nº 324 (N-S), que liga Pinhel ao Sabugal. O ponto mais alto da freguesia é a Senhora do Monte, a 847 m.

A flora é predominantemente constituída por freixos (Fraxinus excelsior), pinheiros bravos (Pinus pinaster), carvalhos-negral (Quercus pyrenaica), carrasqueiras (Quercus coccifera), amieiros (Alnus glutinosa), giestas (Cytisus), macieiras, pereiras e cerejeiras. Na fauna, predominam o coelho, a perdiz, a codorniz, o pombo bravo, a lontra e a doninha.

Origem do topónimo

Cerdeira é um sinónimo regional e arcaico de cerejeira e também o seu equivalente em galego contemporâneo. Trata-se de um topónimo frequente na Galiza e em Portugal onde designa 57 locais, em 23 concelhos, de todos os distritos da metade norte do país: Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Porto, Aveiro, Coimbra e Castelo Branco. Em 1229-1321, a topónimo escrito era Cerzeira, com o mesmo significado. O primeiro registo escrito, em Portugal, da palavra cerdeira, data de 1102 , e o de cerejeira, data de 1548.

História

A primeira referência escrita ao topónimo Cerdeira na região data de 1229. Trata-se do primeiro foral de Castelo Mendo, concedido por D. Sancho II. Na descrição dos limites do novo concelho, em terras conquistadas aos árabes em meados do século anterior, é designado o Cabeço da Cerdeira, entre Porto Mourisco e o Cabeço do Homem. As igrejas do novo concelho dependiam da diocese de Viseu.

Após a primeira vaga de ordenamento e repovoamento da margem esquerda do rio Coa, na primeira metade do século XIII, D. Afonso III concedeu foral à Cerdeira, a 1 de maio de 1253. Em 1264, o mesmo rei ordenou ao concelho de Castelo Mendo o respeito pela propriedade e pelas prerrogativas que o mosteiro de Santa Maria de Aguiar detinha na Cerdeira . Em 1279, a paróquia da Cerdeira, ao contrário das restantes paróquias do concelho de Castelo Mendo, dependia desse mosteiro, em terras de Ribacôa, leonesas até ao Tratado de Alcanices, em 1297, e na diocese leonesa de Ciudad Rodrigo até 1403.

É portanto provável que sejam da segunda metade do século XIII a ponte românica de seis arcos redondos que continua a atravessar o rio Noéme e o desaparecido reduto com atalaia ou torre de vigia que se situava na pequena colina sobranceira à aldeia e ao rio, na sua margem norte. A ponte era, então, o único ponto permanente e seguro de passagem norte-sul, entre a Guarda e a fronteira, e serviria o caminho medieval que ligava Pinhel a Castelo Branco.

A fortificação foi destruída durante as invasões francesas, no início do século XIX e, segundo a tradição oral local, as casas em redor do outeiro foram construídas com as pedras do chamado castelo e a atual torre do relógio foi construída a partir da antiga atalaia. Em 1770, a Cerdeira integrou a nova diocese de Pinhel que viria a fundir-se com a da Guarda, em 1882.

Entretanto, com a extinção do município de Castelo Mendo, em 1855, a Cerdeira tinha passado a integrar o concelho do Sabugal e, em 1880, com a inauguração da linha ferroviária da Beira Alta, tinha entrado em funcionamento a única estação com serviço de mercadorias, entre a Guarda e Vilar Formoso, junto à ponte que ligava o norte e o sul da margem esquerda do rio Coa. Estes foram fatores determinantes para o desenvolvimento económico e social da freguesia que se tornou, nas décadas seguintes, um importante entreposto regional por onde era escoada a abundante produção de castanha e, principalmente, batata.

Entre 1757 e 1890, os fogos passaram de 74 para 115. Em 1890, a sua população era de 444 habitantes e, passado uma década, era de 524 habitantes. Na primeira metade do século XX, com cerca de 200 fogos, tinha escola masculina e feminina, farmácias, agências bancárias, tabernas, casas de pasto, hospedaria e estação postal. Em 1945, foi reconstruída a estrada entre a Cerdeira e o Sabugal. A maior parte da atividade ligada ao transporte ferroviário desenvolveu-se em redor da estação, criando uma nova área urbanizada na margem sul do rio. A parte antiga é conhecida como Povo, a parte mais nova, como Estação.

Património e cultura

  • Igreja Matriz, no largo da Igreja, dedicada a Nossa Senhora da Visitação, cuja festa é celebrada a 2 de julho. A traça original foi alterada por diversas obras de restauro ao longo do século XX. Na segunda-feira de Pentecostes (maio/junho) a igreja também acolhe as Festas de Santa Ana.
  • Torre do Relógio, no alto do outeiro sobranceiro à parte mais antiga da aldeia. Terá sido construída a partir das ruínas da torre de atalaia medieval.
  • Ponte românica de seis arcos perfeitos, em granito, sobre o rio Noéme. Apesar de ser popularmente designada ponte romana, é provável que seja da segunda metade do século XIII.
  • Capela do Senhor dos Aflitos, junto à entrada norte da ponte sobre o rio Noéme.
  • Forno Comunitário, no largo da Praça.
  • Há ainda um cruzeiro, na Praçaria, cinco chafarizes em pedra e duas fontes na aldeia. No sítio da Fonte Nova, há a Fonte Nova, e no do Chafariz, há um chafariz. Há ainda um cruzeiro no caminho do Seixo e outro no caminho do Jarmelo. Junto ao caminho da Senhora do Monte, encontra-se o Barroco da Massaracana e, no Barroco Gordo, uma sepultura antropomórfica.

A principal festa da freguesia, é a Festa da Nossa Senhora do Monte, celebrada a 15 de Agosto. Segundo a lenda, a mãe de Cristo apareceu no Cabeço da Cerdeira e, em sua honra, começou a ser construída uma ermida a 200 m do local definitivo. Cada vez que eram colocadas pedras no primeiro local, no dia seguinte elas reapareciam no local onde acabou por ser construída, no topo do monte. Nossa Senhora quereria o ponto mais alto para poder ver as suas sete irmãs. Dali avistam-se todos os cumes em redor da bacia do rio Côa.

A ermida, que em tempos teve o seu ermitão, apresenta características românicas semelhantes às da capela do Mileu, na Guarda, e das igrejas da Misericórdia, em Alfaiates e no Sabugal. Nas festas do passado, os pastores levavam os seus rebanhos à Senhora do Monte e davam com eles três voltas à ermida por crerem nos poderes da Senhora na cura de animais.

Em redor da Capela de Santo Amaro, no lugar abandonado de Santo Amaro do Cortelho, junto à ribeira das Cabras, celebra-se, a 15 de janeiro, a festa do padroeiro das doenças dos ossos, com missa e procissão. Junto à capela podem ver-se muitos ex-votos em madeira, deixados pelos devotos em agradecimento de curas conseguidas por interceção de Santo Amaro. Junto ao largo da capela há um forno comunitário. A festa também é conhecida como Festa das Chouriças.

Na Redondinha há a Capela da Senhora do Desterro e um forno comunitário.

Junto ao extremo sul da freguesia, encontra-se a ponte de Sequeiros, ponte românica fortificada, sobre o rio Côa.

Gastronomia

  • Sopa de vagens secas, sopa de chícharos (feijão frade) e sopa de feijão com couve galega.
  • Cabrito e borrego guisado ou grelhado, pratos típicos da matança como alhos assados ou guisados, burzigada (sarapatel), arroz de espenilha (ossos da espinha), chichorros do redanho (torresmos) e enchidos;
  • Arroz-doce, aletria, papas de carolo (milho amarelo ou branco partido), farófias, biscoitos, esquecidos, filhós e rabanadas; a especialidade própria da páscoa é o bolo podre, espécie de pão com ovos e azeite.

Economia e infraestruturas

  • Escola Regional Dr. José Dinis da Fonseca, colégio fundado em 1931
  • IPSS Sede Cultural Ensino e Trabalho – Centro de Dia para Idosos
  • Associação Desportiva e Social “Os Amigos de Cerdeira”
  • Jardim de infância, creche, ATL, parque infantil, ringue polidesportivo, salão de festas, posto de saúde, farmácia, mercearias, cafés, bomba de gasolina, panificação, serralharia, produção de caracol, construção civil, destilação e pirotecnia;

Referências

  1. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes

Bibliografia

  • Azevedo, Carlos Moreira (dir) (2000). História Religiosa de Portugal, vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores.
  • Azevedo, Carlos Moreira (dir) (2001). Dicionário de História Religiosa de Portugal, J-P. Lisboa: Círculo de Leitores.
  • Azevedo, Francisco Cardoso (org) (1906). Novo Diccionario Chorographico de Portugal Continental e Insular. Porto: Typ José da Silva Mendonça.
  • Barrios García, A. Angel (1998). El Proceso de Ocupación y de Ordenación del Espacio en la Raya Leonesa. In AA.VV. O Tratado de Alcanices e a Importância Histórica das Terras de Riba Côa. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa. [pp. 155-184]
  • Correia, Joaquim Manuel (1946). Memórias sobre o Concelho do Sabugal. Lisboa: Federação dos Municípios da Beira-Serra.
  • Gomes, Rita Costa (2001). Castelos da Raia. Vol. I Beira. Lisboa: IPPAR.
  • Houaiss, Antônio (2002). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores.
  • Leal, Augusto Pinho (1873) Portugal Antigo e Moderno: Diccionário Geográphico, Estatístico, Chorográphico, Heráldico, Archeológico, Histórico, Biográphico & Etymológico de Todas as Cidades, Villas e Freguesias de Portugal e Grande Número de Aldeias, vol.I. Lisboa: Liv. Edit. Mattos Moreira & Companhia.
  • Machado, José Pedro (1993). Dicionário Onomástico e Etimológico da Língua Portuguesa. Lisboa: Horizonte.
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