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Cephalochordata

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCephalochordata
Ocorrência: Cambriano Inferior - Recente
Branchiostoma lanceolatum
Branchiostoma lanceolatum
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Superfilo: Deuterostomia
Filo: Chordata
Subfilo: Cephalochordata
Owen, 1846
Classe: Leptocardii
Ordem: Amphioxiformes
Famílias

Shu, Conway Morris & Zhang 1996

Müller, 1845

Walcott, 1911

Müller, 1845

Os Cefalocordados,Cephalochordata ou Acrania (do grego: κεφαλή - kephalé, cabeça; e χορδή - 'khordé', corda) são um subfilo de cordados marinhos, pequenos e pisciformes, ao qual pertencem os anfioxos. Existem cerca de 25 espécies de cefalocordados. Eles são um importante objeto de estudo na zoologia por proporcionarem indicações sobre a origem dos vertebrados[1].

No estudo realizado por Blair e Hedges em 2005, foram usadas sequências proteicas de 75 diferentes proteínas para determinar que a diferença entre os Cefalocordados dos demais subfilos dos Cordados diverge há mais de 891 milhões de anos[2].

No Brasil, existem referências a estes animais desde o século XX, tendo sido registradas quatro espécies no país: Branchiostoma caribeum Sundevall (Sawaya, 1964; Silva, 1977); Branchiostoma platae Hubbs (Sawaya e Carvalho, 1938; Sawaya e Carvalho, 1950; Moure, Björnberg et al, 1954; Tommasi, Valente et al, 1972) e Branchiostoma marambaiensis (Silva, 1977), encontradas nos estados da região sudeste e sul, além de Amphioxides pelagicus (Günther, 1889) (Björnberg, 1954) coletado no plâncton da Ilha de Fernando de Noronha[3].

O cefalocordado melhor conhecido é o Branchiostoma lanceolatum, o anfioxo (Grego amphi = ambos e oxy = pontiagudo; anfioxo significa "pontiagudo em ambas as extremidades", um termo apropriado para um animal sem cabeça distinta, sendo que tanto a extremidade cefálica como a caudal parecem pontiagudas)[4].

Os anfioxos são amplamente distribuídos nas águas oceânicas das plataformas continentais e, quando adultos, são animais escavadores e sedentários. São animais que medem cerda de 5 a 7 cm de comprimento e vivem enterrados em areia de águas rasas do ambiente marinho, deixando para fora do substrato apenas sua extremidade anterior. Em algumas poucas espécies, os adultos retêm o comportamento ativo e livre-natante das larvas[5].

Características gerais

  • Corpo delgado com forma de peixe.
  • Epiderme formada apenas por uma camada de células (uniestratificada), sem escamas.
  • Musculatura segmentada que se encontra aderida à notocorda, conforme a notocorda se deforma, ocorre o movimento.
  • Ambiente marinho (águas rasas, semi-enterrados na areia ou nadantes).
  • Sexos separados, fecundação externa, desenvolvimento indireto.
  • Sistema circulatório fechado e sem coração: hemolinfa (incolor e sem pigmentos respiratórios) guiada para a porção posterior pela aorta dorsal e retornada pelo vaso ventral, que se contrai ritmicamente, difundindo-se pelos vasos faringianos.
  • Protonefrídios dispostos em cada miótomo (segmento ou metameria corporal em forma de <) que recolhem as excretas do celoma e as elimina em um túbulo renal que se comunica com a lacuna supra-faríngica, o átrio, por onde há movimentação de água causada pelo batimento de cílios faringianos, saindo pela boca.

Os Cefalocordados possuem uma notocorda permanente e um tubo neural dorsal que se estendem da região anterior a posterior do animal; não possuem uma cabeça, nem um encéfalo, ou olhos diferenciados.

Possuem uma faringe branquial com cílios que promovem a circulação contínua e unidirecional da água; ocorre aí uma porcentagem das trocas gasosas bem como a retenção de partículas a serem digeridas. Muito da digestão é feita intracelularmente. A boca é envolvida por um capuz oral com um anteparo de cirros que impedem a entrada de partículas muito grandes.

São animais de sexos separados, mas não possuem vias genitais. Os gâmetas são acumulados no átrio, donde saem para a água, onde se dá a fecundação.

1 - gânglio cerebral
2 - notocorda
3 - nervo dorsal
4 - barbatana pós-anal
5 - ânus
6 - tubo digestivo
7 - sistema circulatório
8 - poro abdominal (atrióporo)
9 - lacuna supra-faríngica (átrio)
10 - abertura branquial (fenda faringiana)
11 - faringe
12 - lacuna bucal
13 - mimosa (cirros)
14 - abertura bucal
15 - gónadas
16 - sensor de luz
17 - nervos
18 - barbatana abdominal
19 - bolsa hepática

Economia

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Grande parte dos países asiáticos fazem consumo de algumas espécies de anfioxos. Os animais frescos podem ser fritos para consumo ou desidratados para uso posterior. Como também, em livros, são registradas ocorrências de anfioxos para alimentação de aves em algumas partes do litoral brasileiro( Princípios Integrados de Zoologia, p.877).

Referências

  1. Infoescola.com - Cafalocordados
  2. «Subscription Page». Molecular Biology and Evolution. 34 (6): i4–i4. 17 de maio de 2017. ISSN 0737-4038. doi:10.1093/molbev/msx036 
  3. ALVES, Marcos S Souto; LINS-E-SILVA, Ana Carolina B; SILVA, Luiz Augustinho Menezes da; MELO, Leonardo César de Oliveira (30 de dezembro de 2001). «Cephalochordata do Estuário do Rio Paripe, Itamaracá, Pernambuco.». Tropical Oceanography. 29 (2). ISSN 1679-3013. doi:10.5914/tropocean.v29i2.3029 
  4. Pough, F. H.; Heiser, J. B.; Janis, C. M. (2008). A vida dos vertebrados. São Paulo: Atheneu 
  5. HICKMAN, C. P. JR.; ROBERTS, L.S.; LARSON, L. (2004). Princípios integrados de Zoologia. Rio de Janeiro: Guanabara 

Bibliografia

Ligações externas

eu:Anfioxo zh:文昌鱼

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