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Casa A Eléctrica

Casa A Elétrica ou simplesmente A Eléctrica, também conhecida posteriormente como Casa Elétrica ou A Elétrica, foi uma das primeiras indústrias de discos e gramofones do mundo, a primeira no Brasil e na América Latina. Localizada no bairro Glória, em Porto Alegre, a construção hoje está abandonada.[1][2]

A Elétrica começou a funcionar como gravadora em 1913, e a fábrica de discos foi inaugurada no dia 1º de agosto de 1914. Em 1915, passou a fabricar gramofones. A fábrica ficava localizada na Avenida Sergipe, número 9, no então Arraial de Terezópolis. O proprietário da empresa era Savério Leonetti, um imigrante italiano nascido em 1875 na Calábria. Os discos gravados eram vendidos na loja de Leonetti, também chamada A Eléctrica, na rua da Praia. Com seu selo Disco Gaúcho, foi responsável pelo lançamento de dezenas de composições gaúchas, em chapas de 20.5 e 25 cm de face simples ou dupla.

Artistas do Rio de Janeiro e São Paulo e mesmo estrangeiros, de passagem por Porto Alegre, deixavam suas vozes ou instrumentos musicais gravados nos discos d'A Eléctrica. Durante seus 10 anos de existência, produziu entre 3.500 a 4.500 títulos diferentes[3], de hinos (nacional e francês), arranjos cômicos, valsas, polcas, fados e sambas. Possivelmente foi na Casa Elétrica que foi realizada a primeira gravação e prensagem de um samba no Brasil, "Iaiá me diga", da dupla Os Geraldos, em 1914.[2] O primeiro disco de tango prensado na América Latina foi produzido na fábrica de Leonetti: chamava-se El Chamuyo e foi gravado pelo maestro Francisco Canaro, em junho de 1915.[4] Também foi nesta fábrica que se gravaram as primeiras músicas do folclore gaúcho. A música Trovas do Boi Barroso foi eternizada em disco pelo músico Moisés Mondadori.

A empresa fechou em 1924. A prefeitura de Porto Alegre tombou o prédio em 1996, mas não fez a restauração. A história da gravadora se tornou filme, A Casa Elétrica, dirigido por Gustavo Fogaça em 2012. Em 2015 foi criado um grupo chamado Amigos da Casa Elétrica que luta pela restauração do prédio que sediou a fábrica de discos e gramofones.

Ver também

Referências

  1. Gomes, Luís Eduardo (21 de novembro de 2015). «Abraço à Casa Elétrica defende restauração de prédio que abrigou 4ª fabricante de discos do mundo». Sul21. Consultado em 28 de janeiro de 2019 
  2. 2,0 2,1 Natusch, Igor (3 de dezembro de 2018). «Pedaço da história mundial da música está prestes a desaparecer em Porto Alegre». Jornal do Comércio. Consultado em 28 de janeiro de 2019 
  3. Vedana, Hardy (2006). A Eléctrica e os discos Gaúcho. Porto Alegre: [s.n.] 
  4. Página da Secretaria Municipal da Cultura (SMC) - Histórico da Fábrica "A Elétrica"

Bibliografia

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