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Canavial de Paixões

Canavial de Paixões
Ficheiro:Canavial de Paixões.jpg
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero
Duração 45 minutos
Criador(es) Henrique Zambelli
Baseado em Cañaveral de pasiones de Humberto Zurita e Christian Bach
País de origem Brasil
Idioma original (português brasileiro)
Produção
Diretor(es) Henrique Martins
Elenco Predefinição:ExpEsc
Tema de abertura "Incêndio no Canavial", Moacyr Franco
Exibição
Emissora original SBT
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 13 de outubro de 200323 de março de 2004
Temporadas 1
Episódios 116
Cronologia
Programas relacionados Cañaveral de pasiones (1996)
Abismo de pasión (2012)

Canavial de Paixões é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT entre 13 de outubro de 2003 e 22 de março de 2004, em 116 capítulos, substituindo Jamais Te Esquecerei e sendo substituída pela exibição da mexicana A Outra. É uma versão da telenovela mexicana Cañaveral de pasiones, de Humberto Zurita e Christian Bach, sendo adaptada por Henrique Zambelli, com supervisão de texto de Ecila Pedroso e colaboração de Simone Boer, sob direção de Jacques Lagôa e Claudio Callao e direção geral de Henrique Martins.

Conta com Bianca Castanho, Gustavo Haddad, Débora Duarte, Oscar Magrini, Thierry Figueira, Ana Cecília Costa, Helena Fernandes e Jandir Ferrari nos papéis principais.[1][2]

Antecedentes

Em 1996, Humberto Zurita e Christian Bach escreveram Cañaveral de pasiones, adaptando dois textos radiofônicos da escritora Caridad Bravo Adams: Una sombra entre los dos e Al pie del altar.[3] O romance produzido pela Televisa e protagonizado por Daniela Castro e Juan Soler foi exibido pelo Canal de las Estrellas entre 6 de maio e 6 de setembro de 1996, totalizando 92 capítulos.[4] O enredo focava na história do casal Julia e Pablo, que cresceram juntos em um povoado no estado mexicano de Veracruz. Quando a mãe dela, Margarita, e o pai dele, Amador, morrem em um acidente, levanta-se a suspeita de que eles fugiram juntos. O rancor das duas famílias acaba separando o casal ainda na infância e difamando Margarita e depois a própria filha. Arrependida, a mãe dele, Josefina, proíbe-o de ver a amiga e o manda para a capital, Xalapa. Doze anos depois, ele volta à cidade natal como noivo da arrogante Gina, e ao reencontrar Julia se dá conta que a ama.[5] No Brasil, o romance foi exibido pela CNT, com estreia em 28 de julho de 1997.[3][6] Em 2001, o Sistema Brasileiro de Televisão assinou um contrato com a Televisa que dava direitos de adaptar folhetins mexicanos em refilmagens brasileiras.[7] Desde então, foram produzidas Pícara Sonhadora, Amor e Ódio, Marisol, Pequena Travessa e Jamais Te Esquecerei.[8]

Produção

Ainda em 2002, com Marisol no ar, o SBT anunciou que produziria uma adaptação de Cañaveral de pasiones. Ela substituiria a outra que estava no ar a partir de outubro daquele ano; no entanto, com Esperança da Rede Globo estreando em 17 de junho[9] e ambas tendo uma temática rural, "a novela do SBT iria parecer uma produção muito pobre em comparação com a da Globo, por isso foi adiada", de acordo com Daniel Castro.[10] Portanto, a emissora lançou em seu lugar Pequena Travessa[11] e depois exibiu Jamais Te Esquecerei.[12] Em 2003, Keila Jimenez noticiou em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo que a rede e a empresa mexicana Televisa estavam próximas de renegociar o acordo formado em 2001, já que este estava próximo de ser cancelado; "como a dívida foi assumida em 2001, em dólar, a alta do câmbio fez a conta do SBT subir além do esperado, levando Silvio Santos a ameaçar encerrar a parceria, caso não houvesse renegociação".[13] Cada capítulo da trama teve um investimento de R$ 90 mil.[14][15] As gravações começaram em agosto de 2003[16] e terminaram em novembro do mesmo ano.[17]

Seleção de elenco e cenário

Os testes para o elenco começaram a ser feitos mesmo sem o contrato renovado, no dia 7 de julho de 2003.[18] Na semana seguinte, o periódico O Globo ventilou possíveis nomes no elenco. Helena Fernandes, segundo o jornal, estaria negociando com a emissora para participar da trama,[19] enquanto Suzana Alves,[19][20] Priscila Borgonovi,[19][21] Patrícia Coelho,[14][19] Bruno de Luca,[14][19] Edward Boggis,[14][19] Igor Cotrim,[19] Quitéria Chagas,[22] Ricardo Macchi,[14][19] e Ellen Roche[14] fizeram testes nos estúdios do canal.[23] Daniela Duarte foi convidada para fazer parte do elenco,[24] e sua mãe acabou por entrar na seleção.[25] No dia 28 de julho, saíram os resultados dos testes.[26] Bianca Castanho foi confirmada como protagonista em agosto.[27][28] O SBT também fechou com Victor Fasano, Oscar Magrini e Cláudia Ohana.[29][30] Depois, Gustavo Haddad foi anunciado como protagonista ao lado de Castanho.[31] Assim, concluiu-se que Canavial de Paixões teria 28 atores.[32]

O canavial, a usina de açúcar e uma igreja os quais serviram de cenário localizavam-se em Iracemápolis, no interior de São Paulo.[33] Victor Fasano, que gravou uma participação especial na trama, também usou sua imagem como embaixador e divulgador da novela.[34] Para as gravações, foram reaproveitados cenários de Éramos Seis, Pequena Travessa, Pícara Sonhadora, Marisol, Amor e Ódio e Jamais Te Esquecerei. Os prédios que aparecem nas cenas eram apenas fachadas, e as cenas internas eram filmadas em dois estúdios de reproduziam o interior das casas, cada um com 850 . De acordo com Elena Corrêa, do jornal O Globo, "num começo de tarde em que o dia parece já estar chegando ao fim porque nuvens pretas anunciam que uma chuva torrencial cairá em breve, a sensação é quase a de se estar caminhando por um cenário de filme de suspense. Um coreto abandonado, pincelado por folhas secas e galhos de árvores, ainda espera o momento de ganhar apenas alguns retoques para abrigar novos personagens em uma novela futura".[35]

Enredo

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Jacques Lagôa, diretor[36]

Canavial de Paixões se passa em um pequeno povoado católico chamado São Bento dos Canaviais. A economia da cidade é completamente baseada no plantio de cana-de-açúcar e na produção de açúcar, principalmente do Grupo Usineiro Giácomo.[37] Este é um cenário onde ocorrem encontros, desencontros, intrigas e amores que o tempo não pode apagar.[38] Casada com o poderoso usineiro Amador Giácomo, Teresa sempre suportou os casos extraconjugais do marido.[39] No entanto, nunca permitiu que sua família se aproximasse da família Santos, com medo de que fosse reaceso um amor juvenil que houve entre seu marido e a esposa de Fausto Santos, Débora Feberman.[40] Débora, porém, sempre amou seu esposo. Ainda crianças, Clara, Paulo, João de Deus e Mirela nutrem uma grande amizade, mesmo com as diferenças sociais entre eles. Mas a desconfiança e o preconceito dos adultos fará com que eles sofram até a idade adulta.[41]

Teresa Giácomo impede que seu filho, Paulo, mantenha laços com Clara, filha de Débora, a qual Teresa acha ser amante do seu marido. Ela também não quer que seu filho se aproxime de João de Deus, por este ser um órfão criado pelo padre da paróquia, e nem com Mirela, menina órfã que vive humildemente com a avó curandeira.[42] Paulo também sofre com a crise conjugal de seus pais. Ele procura a curandeira Remédios, que lhe dá um amuleto capaz de reaproximá-los. Sua tentativa fracassa quando sua mãe recusa o amuleto.[43] Clara é quem fica com o talismã, selando misticamente o amor entre ela e Paulo. A mãe de Clara, Débora Feberman, morre em um trágico acidente de carro na tentativa de impedir sua irmã maquiavélica Raquel de fugir com Amador Giácomo. Após a morte da irmã, Raquel se casa com o cunhado, Fausto. Ela faz com que a paternidade da garota Clara seja motivo de desconfiança e faz Fausto rejeitar a filha.[44]

Quinze anos depois, o casamento entre Raquel e Fausto se torna um fiasco. Clara tenta se reaproximar do pai, mas ainda é rejeitada. Mesmo com o passar dos anos, ele ainda desconfia do passado de Débora Feberman e da paternidade de sua filha.[44] João de Deus é responsável pela sobrevivência do canavial de Fausto. A produção de cana é vendida para outra usina, já que o Grupo Usineiro Giácomo não aceita a união dos negócios com a família Santos. Clara tenta negociar com Teresa, mas suas tentativas são em vão. Agenor, braço direito de Teresa, é responsável pelo grupo familiar, que prospera cada vez mais.[45] Inescrupuloso, ele manda e desmanda de acordo com seu humor e interesse de realizar seus planos. Ele substitui o patrão na usina e no coração de Teresa, uma mulher angustiada que não consegue esquecer a humilhação que viveu no passado. Paulo volta para São Bento já formado e reencontra Clara. O amor entre os dois floresce novamente. Teresa fará de tudo para separar os dois, e poderá contar com a ajuda de Regina, noiva de Paulo. Elas agirão em dupla para afastar o rapaz da moça.[46]

Exibição

Embora a estreia da telenovela estivesse prevista para 15 de setembro de 2003,[6][47] o primeiro capítulo de Canavial de Paixões foi exibido somente em 13 de outubro de 2003, na faixa das 20h30 pelo Sistema Brasileiro de Televisão, substituindo Jamais Te Esquecerei.[48][49] O romance foi exibido de segunda a sábado.[44] Inicialmente, a novela recebeu a classificação indicativa de imprópria para menores de 12 anos,[50] o que impediria que fosse exibida antes das 20h,[51] mas a emissora recorreu e o Ministério da Justiça reclassificou a obra como livre para todos os públicos.[52] Seu desfecho foi exibido em 22 de março de 2004, totalizando 116 capítulos,[53] sendo substituída pela exibição inédita da mexicana A Outra.[54][55]

Moacyr Franco e a dupla Sérgio e Júnior interpretaram o tema de abertura, "Incêndio no Canavial".[56] Produzida pela emissora, a vinheta de abertura apresenta imagens de um canavial e trabalhadores, e também exibe imagens do elenco principal. No fim, ela retrata cenas de um incêndio, fazendo jus à letra do tema.[57]

Reprises

Foi reprisada pela primeira vez entre 24 de outubro de 2005 e 17 de março de 2006 na faixa das 15 horas sob 105 capítulos,[58] substituindo a exibição inédita da mexicana A Madrasta e sendo substituída pela primeira reprise da mexicana Rubi.[59]

Foi reprisada pela segunda vez entre 17 de agosto a 26 de novembro de 2010 em 87 episódios, substituindo Uma Rosa com Amor[60][61][62] às 20h,[63] sendo substituída pela reprise de A História de Ana Raio e Zé Trovão.[64]

Foi reprisada pela terceira vez entre 20 de agosto de 2012 e 8 de janeiro de 2013, em 96 capítulos, sucedendo a reprise de Marisol e antecedendo a de sua antecessora Jamais Te Esquecerei.[65][66]

Outras mídias

Em 22 de abril de 2022 a novela passou a ser disponibilizada na íntegra pela emissora na plataforma SBT Vídeos, dando continuidade a um processo de resgate das novelas produzidas pelo SBT, que já havia trazido novelas como Amor e Ódio, Marisol e Amigas e Rivais [67].

Elenco

Intérprete Personagem
Bianca Castanho Clara Feberman Santos
Gustavo Haddad Paulo Giácomo
Débora Duarte Teresa Giácomo
Oscar Magrini Agenor Mello
Thierry Figueira João de Deus
Ana Cecília Costa Mirela Belay
Helena Fernandes Raquel Feberman Santos
Jandir Ferrari Fausto Santos
Wanda Stefânia Maria dos Remédios Belay (Remédios)
Bruna Thedy Regina de Almeida
Sidney Sampaio Guilherme de Almeida
Marcelo Médici Oswaldo Dias
Jonas Mello Padre Antônio
Patrícia Novaes Margareth de Deus (Marga)
Walter Cruz Dr. Alexandre Belay
Analu Graci Hilda Belay
Patrícia Mayo Amália Castro
José Steinberg Miguel Castro
Hélio Cícero Carlos de Almeida
Gustavo Wabner Márcio Belay
Débora Gomez Denise Belay
Déo Garcez Vicente
Paula Cohen Lourdes
Teresa Athayde Maria
Fyama Monteiro Rosinha
Vinícius Vommaro Zé Manuel
Rosana Penna Carlota
Camilo Namour Luciano
Wagner Molina Eugênio
Rogério Garcia Abílio
Dionísio Correia Benjamim
Milton Levy Fábio
Rita Mendonça Soraia

Participações especiais

Intérprete Personagem
Cláudia Ohana Débora Febermann Santos
Victor Fasano Amador Giácomo
Ewerton de Castro Bispo
Rayanna Vidal Clara (criança)
Giovanni Delgado Paulo (criança)
Giovanni Forner João (criança)
Bruna Guasco Mirela (criança)
Sérgio Reis ele mesmo

Personagens

Bianca Castanho interpreta Clara Feberman Santos,[68] uma garota que reside em São Bento dos Canaviais, um pequeno povoado católico. Quando pequena, ela formou uma grande amizade com Paulo (Gustavo Haddad), João de Deus (Thierry Figueira) e Mirela (Ana Cecília Costa).[69] No entanto, a mãe de Paulo, Teresa (Débora Duarte), sempre impediu que ele se encontrasse com ela, já que ela é filha de Débora (Cláudia Ohana), a qual ela desconfia que seja amante do seu marido, Amador Giácomo (Victor Fasano), dono do Grupo Usineiro Giácomo. Além disso, o garoto também sofre com a crise do casamento dos pais, então procura a curandeira Remédios (Wanda Stephânia), que lhe dá um amuleto que acaba ficando com Clara, selando o amor entre os dois. Débora é casada com Fausto Santos (Jandir Ferrari). Com a morte dela, sua irmã Raquel (Helena Fernandes) se casa com o cunhado e faz com que a paternidade de Clara seja questionada.[70] Quinze anos depois, o casamento entre eles se torna um fiasco. João de Deus fica responsável pelos canaviais enquanto o braço direito de Teresa, Agenor (Oscar Magrini) cuida do grupo familiar.[71]

Na usina, Agenor é rigoroso e severo com o trabalhador Vicente (Déo Garcês), apaixonado por Lourdes (Paula Cohen), namorada de Oswaldo (Marcelo Médici). Padre Antônio (Jonas Mello) é irmão de Teresa e padre da paróquia da cidade.[72] É o orientador espiritual dos personagens, exceto dos vilões. A madrinha de Clara é Amália (Patrícia Mayo), que é casada com Miguel (José Steinberg) e era muito amiga de Débora. Guilherme de Almeida (Sidney Sampaio) é um jovem descolado e envolvente. Irmão de Gina (Bruna Thedy) e filho de Carlos (Hélio Cícero), ele seduz diversas garotas com promessas de casamento. Uma delas é Denise (Débora Gomez).[73] Dr. Belay (Walter Cruz) e Hilda (Analú Graci) são pais de Márcio (Gustavo Wabner), que se forma engenheiro e volta para sua casa. Ele aceita que sua mãe lhe arranje um emprego na usina, mesmo contra a vontade do pai. Por fim, (Patrícia Naves) desempenha Margareth, mãe de João de Deus e uma mulher interesseira, inescrupulosa e dissimulada.[74]

Música

Canavial de Paixões
Canavial de Paixões - Trilha sonora.jpg
Trilha sonora de vários artistas
Lançamento 2003
Gênero(s) Romântico, pop, MPB
Idioma(s) Português
Formato(s) CD
Gravadora(s) SBT, Universal

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O tema de abertura da telenovela, "Incêndio no Canavial", é interpretado por Moacyr Franco e a dupla Sérgio e Júnior. A trilha sonora ainda conta com artistas como Rouge, por "Um anjo veio me falar", Elis Regina por "Atrás da porta" e Sérgio Reis por "Escolta de Vagalumes". Tais canções foram incluídas em um CD lançado paralelamente à trama pela Universal Music.[75]

Predefinição:Lista de faixas

Lançamento e repercussão

Audiência

Exibição original

A meta estipulada para a novela foi de 15 pontos.[32][76] A estreia alcançou 11 pontos com picos de 16, ante 50 de Celebridade na Rede Globo.[77]Predefinição:Nota de rodapé[78][79] Com a mudança para a segunda fase, a novela estabilizou-se em médias entre 11 e 15 pontos.[80][81] O seu recorde foi de 21 pontos, contra 30 da novela concorrente.[82] Teve média geral de 12 pontos.[82]

Reprises

Em sua reprise em 2010, a trama manteve uma média de 4 pontos.[83] A reexibição em 2012 garantiu índices de até 3 pontos, perdendo para o Programa da Tarde e derrubando os índices da emissora.[84][85]Predefinição:Nota de rodapé

Avaliação em retrospecto

Amélia Gonzalez do periódico O Globo considerou que o elenco é bom, mas o texto e o cenário não: "Débora Duarte (Tereza) tem agregado valor, assim como Victor Fasano (Amador), Claudia Ohana (Débora), Helena Fernandes (Raquel). Só que o texto não ajuda nada Canavial de Paixões. [...] Os personagens repetem a mesma coisa várias vezes, a câmera fica horas focando um olhar, um gesto. E nada acontece de verdade. Mas é preciso que se diga: não é só o texto que dá à trama [...] um jeito de novela démodé. O figurino também contribui, e muito. Certamente nem lá no México mulheres usariam salto agulha e vestidos finos (de gosto duvidoso) para irem a uma festa ao ar livre comemorar a boa safra de cana-de-açúcar do canavial".[86]

O colunista Xico Sá da Folha de S.Paulo comparou-a com a trama concorrente, Celebridade: "Enquanto Gilberto Braga fazia um espalhafato no primeiro capítulo da novela Celebridade, [...] com direito ao pior sequestro da superprodução da TV brasileira, o SBT entrava com o seu bailinho na roça. Era Canavial de Paixões. Uma trama rural mexicana transposta para o mundo caipira de São Paulo". Segundo ele, "o teledrama de Silvio Santos completa o da Globo. Não por tratar do mesmo tema, a inveja, como quase todas as novelas do mundo. Mas por mostrar como funciona na vida real a indústria da fama. O SBT reaproveita atores que o Projac já explorou e depois escanteou, como Victor Fasano, Claudia Ohana, Débora Duarte e Oscar Magrini, nem melhores nem piores do que muitos globais com estabilidade no emprego". Por fim, ele comentou os aspectos da história: "o enredo de Canavial não tem nada de mexicano. É Shakespeare mesmo. Um Romeu e Julieta agro-industrial, com os filhos de usineiros e canavieiros herdando uma pendenga familiar que trava o amor".[87] Uma analista do mesmo jornal, Bia Abramo, notou que a novela não tenta fazer referências ao "mundo de fora", "[não apresenta uma tentativa de] representar o Brasil que marca boa parte das novelas da Globo". "Pelo contrário: em Canavial de Paixões, por exemplo, a história se desenvolve sem muita referência ao mundo fora da novela. Não que devesse, na verdade. A teledramaturgia, para funcionar, prescinde da pretensão de ser um retrato do que quer que seja. Vejam aí o exemplo das sitcoms norte-americanas que têm, sim, um compromisso com verossimilhança, mas não com a tarefa de construir uma imagem da sociedade norte-americana".[88]

Marina Monzillo da IstoÉ Gente disse que "[o folhetim] mostra que [a] emissora está se aperfeiçoando na arte da teledramaturgia". Consoante ela, "o nome da novela é brega, o tema de abertura, mais ainda, sem falar nos diálogos, que nunca se livram do tom mexicano, mas a teledramaturgia do SBT melhora a cada tentativa". Monzillo concluiu que "Silvio Santos tem investido no filão, e suas tramas estão com um ar mais profissional, interpretações bem razoáveis e cuidado com a fotografia. Com um elenco recheado de ex-globais, o folhetim pode não possuir a riqueza de cenários e figurinos da concorrente, porém em alguns momentos consegue deixar o espectador com a impressão de estar vendo uma cena de uma novela das seis da Globo. Pode ser um começo, mas não a solução. O SBT tem tudo para criar sua própria linguagem em teledramaturgia, como fez a finada Manchete, com Pantanal, nos anos 90. Pode dar um bom caldo".[89]

Prêmios e Indicações

A obra foi indicada em duas categorias no 6º Prêmio Contigo! de TV. O texto foi indicado na categoria de "Melhor novela ou minissérie", mas perdeu para Mulheres Apaixonadas. Por fim, Bianca Castanho e Gustavo Haddad foram indicados em "Melhor par romântico".[90][91] O troféu Imprensa é uma premiação anual que avalia a televisão e a música conforme a escolha de dez formadores de opinião. Na entrega de 2004, Canavial de Paixões foi indicada à categoria de melhor novela, mas saiu de mãos vazias.[92]

Ver também

Bibliografia

Predefinição:Notas

Referências

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  11. Monzillo, Marina. «Pequena Travessa». IstoÉ Gente. Consultado em 10 de maio de 2014 
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