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Cálice (canção)

colspan="2" class="topo musica" style="text-align:center; background-color:Predefinição:Info/Canção/cor; font-size:120%; padding:0px;" | "Cálice"
colspan="2" style="text-align:center; text-align:center; line-height:1.3em; background-color:Predefinição:Info/Canção/cor;" | Predefinição:Info/Canção/link de Chico Buarque
do álbum Chico Buarque
Lançamento novembro de 1978
Gênero(s) MPB, folk
Duração 4:00
Gravadora(s) Polygram/Philips
Composição Chico Buarque, Gilberto Gil
Produção Sérgio Carvalho
colspan="2" style="text-align:center; text-align:center; line-height:1.3em; background-color:Predefinição:Info/Canção/cor;" | Faixas de Chico Buarque
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"Feijoada Completa"
(1)
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"Trocando em Miúdos"
(3)
Predefinição:Amostra de áudio

"Cálice" é uma canção escrita e originalmente interpretada pelos compositores brasileiros Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973, mas foi lançada somente em 1978.

Censurada pela ditadura militar, a canção foi liberada cinco anos depois e apareceu pela primeira vez no álbum Chico Buarque, tendo Milton Nascimento nos versos de Gil, e em seguida no álbum Álibi de Maria Bethânia.[1]

História

"Cálice" foi composta para o show Phono 73, que a gravadora Phonogram (atual Universal) organizou no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, em maio de 1973.[2] O evento reuniria em duplas os maiores nomes de seu elenco, onde deveria ter sido cantada por Gil e Chico.[3]

No dia do show, quando os dois começaram a cantar "Cálice" tiveram os microfones desligados.[3] De acordo com Gil, a canção havia sido apresentada à censura e eles foram recomendados a não cantá-la.[3] Os dois haviam decidido, então, cantar apenas a melodia da canção, pontuando-a com a palavra "cálice", mas isto também não foi possível.[2] Segundo o relato do Jornal da Tarde, a Phonogram resolveu cortar o som dos microfones, para evitar que a música, mesmo sem a letra, fosse apresentada.[2] Irritado, Chico tentou os microfones mais próximos, que também foram cortados em seguida.[3]

A canção foi finalmente liberada cinco anos depois, tendo sido lançada em novembro de 1978 no álbum Chico Buarque ao lado de "Apesar de Você", "O Meu Amor", "Tanto Mar" e outras canções censuradas pelo regime.[3] À época, Chico declarou que aquele não era o tipo de canção que estava compondo (estava trabalhando no repertório de Ópera do Malandro), mas que elas deveriam ser registradas, pois a liberação tardia não pagava o prejuízo da proibição.[3] Na gravação, as estrofes de Gil, que estava trocando a PolyGram pela WEA, foram interpretadas por Milton Nascimento, fazendo coro com o MPB4, em dramático arranjo de Magro.[3]

Cálice é uma canção com muitas metáforas nas quais Chico Buarque e Gilberto Gil usaram para contar sobre a situação em que vivia a sociedade durante a ditadura militar. O desejo expresso na canção é o de se livrar das desigualdades sociais no Brasil nesse período. Eles abordaram ainda, a questão do envolvimento de políticos com mortes ocorridas no período, denunciam os métodos de tortura e repressão que eram submetidos às vítimas para conseguir o silencio das mesmas e o desejo de libertar-se das imposições feitas pelo governo militar. Expõe a realidade do regime militar nas entrelinhas.[4]

Composição

Gil havia composto o refrão "Pai, afasta de mim este cálice / de vinho tinto de sangue", uma óbvia alusão à agonia de Jesus Cristo no Calvário, tendo a ambiguidade (cálice / cale-se) sido imediatamente percebida por Chico.[3] Esse elaborado jogo de palavras tinha a intenção de despistar a censura da ditadura militar brasileira. Gil havia composto ainda a primeira estrofe da canção.[3] A partir de dois encontros com Chico, compôs a melodia e as demais estrofes, quatro no total, sendo a primeira e a terceira de Gil e a segunda e a quarta de Chico.[3]

Versões

colspan="2" class="topo musica" style="text-align:center; background-color:Predefinição:Info/Canção/cor; font-size:120%; padding:0px;" | "Cálice"
colspan="2" style="text-align:center; text-align:center; line-height:1.3em; background-color:Predefinição:Info/Canção/cor;" | Predefinição:Info/Canção/link de Maria Bethânia
do álbum Álibi
Lançamento dezembro de 1978
Gênero(s) MPB
Duração 4:00
Gravadora(s) Polygram/Philips
Composição Chico Buarque, Gilberto Gil
colspan="2" style="text-align:center; text-align:center; line-height:1.3em; background-color:Predefinição:Info/Canção/cor;" | Faixas de Álibi
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"De Todas as Maneiras"
(9)
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"Interior"
(11)

Em dezembro do mesmo ano, foi a vez da cantora Maria Bethânia gravar a canção também no seu álbum Álibi. Bethânia interpretou a canção com a força dramática que já era conhecida como sua marca. A teatralidade da cantora adicionou mais significado em cada palavra interpretada por ela. Um clipe com a performance da cantora foi exibido na época pelo programa Fantástico da Rede Globo. Criolo produziu também um Rap mantendo intertextualidade com a música original , no ano de 2007, obtendo um feedback positivo do compositor Chico Buarque.

Referências

  1. @ArquivoBrasil (18 de junho de 2014). «Do acervo do @ArquivoBrasil o parecer de Cálice». Arquivo Nacional. Consultado em 18 de junho de 2014 
  2. 2,0 2,1 2,2 Werneck, Humberto. "Nota sobre Cálice". Site oficial de Chico Buarque. Página visitada em 7 de janeiro de 2010.
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 Severiano, Jairo e Homem de Mello, Zuza. "Nota sobre Cálice". Site oficial de Chico Buarque. Página visitada em 7 de janeiro de 2010.
  4. ANDRÉ, Crislaine (2008). Uma análise das condições de produção musical da época da ditadura. Paraná: Região Sul/Guarapuava. 2008. 

Ligações externas

Predefinição:Gilberto Gil Predefinição:Milton Nascimento Predefinição:Maria Bethânia

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