Chico Canta | |||||||
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Álbum de estúdio de Chico Buarque | |||||||
Lançamento | 1973 | ||||||
Gênero(s) | MPB | ||||||
Duração | 30:13 | ||||||
Idioma(s) | Português | ||||||
Formato(s) | LP, CD | ||||||
Gravadora(s) | Phonogram/Philips (Universal Music) | ||||||
Produção | Roberto Menescal | ||||||
Cronologia de Chico Buarque | |||||||
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Predefinição:Críticas profissionais Chico Canta (originalmente lançado como Calabar) é um álbum do músico brasileiro Chico Buarque lançado no ano de 1973.
Álbum
O disco conta com arranjos do músico Edu Lobo e é a trilha sonora da peça Calabar: o Elogio da Traição, de Chico Buarque e do poeta moçambicano Ruy Guerra. O conceito da peça e do disco baseia-se na história de Domingos Calabar, personagem histórico que se aliara aos holandeses contra os portugueses na época do Brasil Holandês.
O nome do disco, a princípio, seria Chico Buarque Canta Calabar, nome que logo foi vetado devido à sigla CCC e sua relação com a organização Comando de Caça aos Comunistas.[1]
Sua primeira tiragem – que seria retirada das lojas por ordem do Regime Militar poucos dias após o lançamento – tinha o título de Calabar e apresentava como capa o nome da peça na parede de um muro.
O trabalho ainda seria lançado pouco tempo depois com uma capa branca, apenas com o nome do cantor, sem qualquer publicidade, obtendo vendagens tímidas. Em virtude de tal fato, a gravadora Philips lançou no ano posterior uma nova e definitiva capa com o rosto do cantor e um novo título, Chico Canta.
O álbum, assim como a peça teatral, teve diversos trechos censurados. Na visão da Censura, Chico (que possui ascendência neerlandesa) e Ruy apresentaram um trabalho provocativo, simpático à colonização batava contra o domínio colonial português, e que, metaforicamente, poderia incitar os brasileiros a se revoltarem contra a ditadura militar dominante no país à época.
Para Chico, Calabar poderia remeter de certa forma a Carlos Lamarca, capitão que em 1969 desertara do Exército Brasileiro e engessara as trincheiras guerrilheiras contra a Ditadura Militar.[2]
Duas canções tiveram as letras integralmente proibidas, “Ana de Amsterdam” e “Vence na Vida Quem Diz Sim”, de modo que acabaram sendo lançadas apenas em seus arranjos instrumentais. “Barbára” teve cortada a frase (“no poço escuro de nós duas”), por abordar uma relação lésbica. “Não Existe Pecado...” teve a frase ("Vamos fazer um pecado safado debaixo do meu cobertor") substituída por ("Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor").
Na canção “Fado Tropical”, que possui um trecho declamado por Ruy Guerra, a frase (“além da sífilis é claro”) foi excluída, ao aludir ao “sangue português” de um dos personagens da peça[3].
Musicalmente, o disco apresenta um vigoroso trabalho de arranjos por Edu Lobo, com a inclusão de novidades como sintetizadores, guitarra elétrica e cordas, e o lançamento de algumas das melhores canções do repertório de Chico Buarque como “Ana de Amsterdam”, “Cala a Boca, Bárbara” e “Não Existe Pecado ao Sul do Equador” (esta última regravada em 1978 pelo cantor Ney Matogrosso para o tema de abertura da telenovela “Pecado Rasgado” da TV Globo).
Faixas
Ficha Técnica
Coordenação Geral: Ruy Guerra
Direção de Produção: Roberto Menescal
Direção de Estúdio: Sérgio M. de Carvalho
Arranjos: Edu Lobo
Regência: Mário Tavares
Capa: Regina Vater
Referências
- ↑ «"Marco da Censura, Calabar faz 40 anos com nova montagem"». oglobo.globo.com. Página acessada em 17 de julho de 2013.
- ↑ «"Calabar e Chico Canta"». ipsislitteris.opsblog.org. Consultado em 11 de agosto de 2013. Arquivado do original em 10 de março de 2013 Página acessada em 4 de agosto de 2013
- ↑ «"A música e a Censura da Ditadura Militar"». virtualia.blogs.sapo.pt Página acessada em 20 de julho de 2013
Ligações externas
- «chicobuarque.com.br» Verifique valor
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