Brandos Costumes | |
---|---|
Portugal 1974 • cor • 72 min | |
Realização | Alberto Seixas Santos |
Argumento | Alberto Seixas Santos Luísa Neto Jorge Nuno Júdice |
Elenco | Luís Santos Dalila Rocha Isabel de Castro Sofia de Carvalho Cremilda Gil Constança Navarro |
Género | drama |
Distribuição | Marfilmes |
Lançamento | 18 de Setembro de 1975 |
Idioma | português |
Brandos Costumes (1974) é um filme português de Alberto Seixas Santos, que, inscrevendo-se no movimento do Novo Cinema – influenciado pelo neo-realismo cinematográfico e pela vanguarda francesa –, se assume como obra marcada sobretudo pela Nouvelle Vague. É o fruto mais tardio entre os primeiros do movimento. Acaba por ver a luz do dia em 1975, quando o regime ditatorial que retrata, o do Estado Novo, já tinha dado o último suspiro.
O filme estreou no cinema Londres, em Lisboa, a 18 de Setembro de 1975.
Ficha sumária
- Argumento: Alberto Seixas Santos, Luísa Neto Jorge, Nuno Júdice
- Realização: Alberto Seixas Santos
- Produção: Centro Português de Cinema (CPC) e Tóbis Portuguesa
- Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian
- Rodagem: Março de 1972, Outubro de 1973, acabamentos em 1974
- Materiais de arquivo: Cinemateca Nacional, Emissora Nacional
- Extractos de filmes: A Revolução de Maio, Chaimite
- Formato: 35mm p/b
- Género: ficção (drama social)
- Duração: 72’
- Comprimento: 1978 metros
- Distribuidor: Marfilmes (actualmente), Filmes Castelo Lopes (na estreia)
- Estreia: Cinema Londres, em Lisboa, a 18 de Setembro de 1975
Sinopse
«Cenas da vida doméstica duma família da média burguesia, alternadas de "actualidades" sobre a ascensão, glória e queda do Estado Novo, traçando um paralelo entre a figura do pai tradicional e do ditador Salazar. Os conflitos e as frustrações das filhas (correspondendo a duas gerações) surgem representados dialecticamente nas suas relações com os progenitores, a avó e a criada. Estes acontecimentos da esfera privada são postos em confronto com os da história colectiva do país»[1].
Enquadramento histórico
Como filme em linha de rotura, Brandos Costumes caracteriza-se menos pela presença de traços estéticos de vanguarda, pelo recurso a uma narrativa ágil, pela ousadia formal – ao invés de Belarmino, de Fernando Lopes ou de O Cerco, de António da Cunha Telles – que pela postura ideológica de esquerda, fazendo retratos de classe social, e pelo sentido de crítica social e política que nele transparecem.
Determinadas características dos filmes da nova geração, inconformada com o estado das coisas e empenhada em denunciar as injustiças sociais, em atitude crítica, estão bem presentes em Brandos Costumes. O forte enquadramento teatral desta obra, o estilo estático e verboso da representação, o seu jeito de alegoria mundana da vida doméstica da burguesia citadina permitem que a obra seja antes integrada na tradição que Manoel de Oliveira (O Passado e o Presente – 1971) explora e explorará e que outros discípulos seguirão, como o próprio Seixas Santos ou João Botelho. A secura ideológica, o radicalismo político, motivos de facto próximos dos de Jean-Marie Straub ou dos de Robert Kramer, são aquilo que mais marca a obra.
Ficha artística
- Luís Santos (pai)
- Dalila Rocha (mãe)
- Isabel de Castro (filha mais velha)
- Sofia de Carvalho (filha mais nova)
- Constança Navarro (avó)
- Cremilde Gil (criada)
Ficha técnica
- Realizador Alberto Seixas Santos
- Director de produção: Henrique Espírito Santo e Jorge Silva Melo
- Director de fotografia: Acácio de Almeida
- Operador de imagem: Francisco Silva
- Assistentes de imagem: Pedro Efe e Octávio Espírito Santo
- Iluminação: João de Almeida, Manuel Carlos e Joaquim Alves
- Montagem: Solveig Nordlund
- Director de som: João Diogo
- Música: Jorge Peixinho
- Laboratório de imagem: Tobis Portuguesa
- Laboratório de som: Valentim de Carvalho
Referências
- ↑ José de Matos-Cruz em Cais do Olhar, ed. Cinemateca Portuguesa, 1999.
Ver também
Ligações externas
- Brandos Costumes em Amor de Perdição (base de dados)
- Brandos Costumes. no IMDb.