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O Cerco

O Cerco
Portugal Portugal
1970 •  pb •  115 min 
Realização António da Cunha Telles
Argumento António da Cunha Telles
Gizela da Conceição
Carlos Rodrigues
Vasco Pulido Valente
Elenco Maria Cabral
Miguel Franco
Ruy de Carvalho
Género drama
Distribuição Marfilmes
Lançamento 14 de Outubro 1970
Idioma português

O Cerco (1970) é um filme português de António da Cunha Telles, que, como Belarmino (1964), de Fernando Lopes – partilhando ambos as influências que marcaram o Novo Cinema português (o neo-realismo e a Nouvelle Vague) – se identifica na ousadia formal e no retrato, mais íntimo na sua verdade pessoal, mais ao gosto do autor que da doutrina. Esta tendência acentuar-se-ia no documentário. [1] [2]

Ficha sumária

Sinopse

Uma filha da alta burguesia de residência lisboeta, Marta, deixa o marido. Fartou-se. Sabe que há coisas que já não lhe interessam e tenta vida nova. É hospedeira de terra numa companhia de aviação e modelo de uma agência de publicidade. Tem problemas de dinheiro e recorre a Vítor, para melhorar as coisas. Mas tudo piora. Vítor – um contrabandista a quem a vida já tudo ensinou e que já não tem esperança – agrada-lhe, conforta-a, mas não lhe dá nada do que verdadeiramente precisa. Certo dia, ele aparece morto. Culpa sua? Um descuido? E Marta prossegue, sempre de certo modo sozinha, o seu caminho, em busca de qualquer coisa, numa terra que não é bem a sua.

Enquadramento histórico

Quando António da Cunha Telles mete mãos à obra está falido. As suas aventuras como produtor levaram-no a isso. Tem credores à perna e foi posto «de quarentena» pelos seus colegas do CPC, a cooperativa Centro Português de Cinema, que produz obras do Novo Cinema.

Acossado, Cunha Telles enche-se de brios e faz um filme. Com meios reduzidos mas de imaginação bem desperta, descarta-se da aventura com a aventura. O Cerco estará presente na Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes de 1970 e será o grande sucesso do Novo Cinema.

O improviso, neste caso total, sendo um dos princípios da vanguarda francesa, será o motor de alguns filmes que se destacam no movimento. Esta característica, e em particular neste caso, não é alheia ao documentário.

Ficha artística

  • Maria Cabral (Marta)
  • Ruy de Carvalho (Dr. Alves)
  • Miguel Franco (Vítor Lopes)
  • Mário Jacques (Carlos)
  • David Hudson (Bob)
  • Óscar Cruz (Rui)
  • Lia Gama (dona da boutique)
  • Zita Duarte (amiga de Marta)
  • Manuela Maria (Suzette)
  • Armando Cortez (Eng. Machado)
  • Edith Sara (manicura)
  • Osvaldo Medeiros (dono do stand)
  • Luís Capinha (António Hélder)
  • Rui de Matos (encenador)
  • José Guerra e Silva (Chefe Roberto)
  • Mário Rocha (Martins)
  • Ana Maria Lucas
  • Pedro Efe
  • Grupo Cénico da CNN

Ficha técnica

  • Realizador: António da Cunha Telles
  • Assistente de realização: Virgílio Correia
  • Anotadora: Gisela da Conceição
  • Dir. Fotografia: Acácio de Almeida
  • Operador de imagem: Leonel Efe
  • Iluminação: Óscar Cruz
  • Director de som: João Diogo
  • Operador de som: Gonçalves Preto
  • Assistente de som: Filipe Gonçalves
  • Saxofone (solo): Vitor Santos
  • Música: António Victorino de Almeida, Quarteto 1111
  • Sonoplastia: Hugo Ribeiro
  • Montagem: António da Cunha Telles
  • Laboratório de. Imagem: Ulyssea Filme
  • Laboratório de som: Valentim de Carvalho

Festivais

  • Festival de Cannes 1970 - Quinzena dos Realizadores
  • Grande Prémio do SEIT em 1970
  • Prémios do SEIT à Melhor Fotografia (Acácio de Almeida) e Melhor Actriz (Maria Cabral)
  • Prémios da Casa da Imprensa - Melhor Realizador e Melhor Actriz (Maria Cabral)
  • Prémio Plateia à Melhor Actriz (Maria Cabral) - Prémio dos críticos da revista Plateia ao melhor filme

Referências

  1. António da Cunha Telles continuar a viver – texto da Cinemateca Portuguesa na retrospectiva organizada em 2014
  2. O homem que queria ser realizador – artigo de João Lameira, jornal Público, 8 de agosto 2014

Ver também

Ligações externas

  • O Cerco em Amor de Perdição (base de dados)


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