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Batalhão da Guarda Presidencial

Predefinição:Info/Unidade Militar

O Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), também conhecido como Batalhão Duque de Caxias, é uma unidade do Exército Brasileiro sediada em Brasília e subordinada ao Comando Militar do Planalto. É responsável pela segurança de áreas públicas incluindo o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo federal, juntamente com o 1.º Regimento de Cavalaria de Guardas. Participa constantemente do cerimonial de Estado na capital federal e é empregada no palácio presidencial e outras localidades durante manifestações. Pode também servir como infantaria convencional e já participou de combate real na cidade em 1963, quando derrotou a Revolta dos sargentos.

Funções

Na solenidade de troca da bandeira no Mastro Nacional de Brasília.

O BGP é uma das unidades de “infantaria de guarda”, categoria com semelhanças à Polícia do Exército.Predefinição:Nre É composto por cinco companhias de Infantaria de Guardas, entre as quais a 4ª e 5ª são especializadas na garantia da lei e da ordem, uma Companhia do Cerimonial e uma banda de música.[1]

A guarda e o cerimonial do Presidente da República, chefes de Estado e corpo diplomático estão a cargo do BGP. Suas sentinelas com uniformes históricos, remontando à época do Imperador Dom Pedro I, são presença marcante na Praça dos Três Poderes, onde alternam a cada seis meses a guarda do Palácio do Planalto com o 1º Regimento de Cavalaria de Guarda, os Dragões da Independência.[2][3] A banda de música também participa de solenidades, como a abertura dos trabalhos do Congresso Nacional.[4]

A segurança do Executivo não é apenas cerimonial, pois o batalhão também tem tropa de choque, com a qual pode isolar o Palácio do Planalto durante manifestações.[5][6] Também isola outros prédios federais na capital, como a sede do Ministério da Educação e do Desporto, ocupada em 1997 ante a previsão de tumultos.[7] A unidade pode também servir de infantaria convencional.[1]

História

O BGP e os Dragões da Independência alternam a guarda dos Palácios do Alvorada e do Planalto

O ancestral da atual formação é o “Batalhão do Imperador” formado por D. Pedro I em 1823 durante a Guerra de Independência do Brasil, tendo combatido na Bahia. Em 1825 ele participou também da Guerra da Cisplatina. Após a abdicação do Imperador em 1831, esse batalhão foi abolido. Sua segunda iteração foi o Batalhão de Guardas, criado em 1933 no Rio de Janeiro, então capital federal.[8] Ele já usava seus uniformes solenes nessa época, e combateu a Intentona Comunista de 1935 e o Levante Integralista de 1938.[9] Após a transferência da capital para Brasília em 1960, foi, conforme sua história oficial, também transferido e adotou a denominação atual.[8] Enquanto isso, um decreto criou o 1º Batalhão de Guardas no Rio de Janeiro.[10] Existente até hoje, ele reivindica a mesma genealogia ao Batalhão do Imperador e Batalhão de Guardas, ressaltando que um núcleo foi enviado a Brasília para constituir o BGP.[11]

Na Revolta dos Sargentos de 1963, praças da Marinha e Força Aérea Brasileira tentaram tomar o controle de Brasília. Os revoltosos buscaram a adesão dos sargentos do BGP, mas eles permaneceram leais a seus oficiais, selando o destino da revolta. Sob o coronel Raimundo Côrrea Neto, o batalhão foi a principal força legalista na cidade e conseguiu sufocar a rebelião.[12][13]

No Planalto com equipamento de controle de motim

No golpe de Estado de 1964 estava sob o mesmo comandante, que permaneceu leal ao governo de João Goulart. Seus subordinados descrevem-no em termos respeitosos em seus depoimentos, mas em grande parte queriam aderir, isolando o comandante. O batalhão enviou a 4ª Companhia ao corte do rio São Marcos, na divisa de Goiás com Minas Gerais, para defender Brasília dos revoltosos.[14] As lideranças em Belo Horizonte temeram uma invasão legalista e reforçaram a divisa. A companhia do BGP acabou recuando devido à adesão ao golpe do I e II Exércitos, no Rio de Janeiro e São Paulo.[15] O batalhão dispersou com tiros ao alto uma manifestação contra o golpe na Avenida W3 Sul. O coronel Carlos de Meira Mattos, desembarcando na cidade com seu 16º Batalhão de Caçadores, de Cuiabá, assumiu o comando do batalhão.[16]

Em 1977, quando o presidente Ernesto Geisel demitiu seu ministro do Exército Sílvio Frota, o BGP estava entre as unidades da capital consideradas leais ao ministro pelo general Hugo de Abreu, chefe da Casa Militar. Ele temia uma reação dessas unidades, o que não chegou a ocorrer.[17]

Predefinição:Notas

Referências

  1. 1,0 1,1 «Plano de Gestão do BGP 2015-2016» (PDF). Batalhão da Guarda Presidencial. Julho de 2015. Consultado em 17 de maio de 2022 
  2. Campos, Júlia (7 de setembro de 2017). «Saiba quem está por trás da segurança no Palácio do Planalto». Correio Braziliense. Consultado em 17 de maio de 2022 
  3. Andrade, Hanrrikson de (13 de julho de 2020). «Por rigor do uniforme, guardas presidenciais não usam máscara no Planalto». UOL. Consultado em 17 de maio de 2022 
  4. Melo, Karine (2 de fevereiro de 2022). «Congresso retoma atividades nesta quarta-feira». Agência Brasil. Consultado em 17 de maio de 2022 
  5. Frazão, Felipe (18 de maio de 2017). «Exército ensaia plano contra invasões no Planalto». Veja. Consultado em 17 de maio de 2022 
  6. Lourenço, Luana (17 de junho de 2013). «Segurança é reforçada no Palácio do Planalto para evitar aproximação de manifestantes». Agência Brasil. Consultado em 17 de maio de 2022 
  7. França, William; Mossri, Sônia (17 de abril de 1997). «Medo de ato violento reforça segurança». Folha de S. Paulo. Consultado em 17 de maio de 2022 
  8. 8,0 8,1 «História». Batalhão da Guarda Presidencial. Consultado em 17 de maio de 2022 
  9. Predefinição:Citar tese. p. 31.
  10. Decreto nº 48.058, de 6 de abril de 1960. Cria o 1º Batalhão de Guardas.
  11. «Histórico». 1º Batalhão de Guardas. Consultado em 17 de maio de 2022 
  12. Predefinição:Citar tese
  13. Predefinição:Citar tese. p. 81.
  14. Motta, Aricildes de Morais (coord.) (2003). 1964-31 de março: O movimento revolucionário e sua história. Col: História Oral do Exército. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora . Tomo 15, p. 261-266, Tomo 5, p. 287-293, e Tomo 7, p. 213-217.
  15. Predefinição:Citar tese. p. 189-192.
  16. Motta 2003, p. 264-266, Tomo 15.
  17. Abreu, Hugo de (1979). O outro lado do poder 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira . p. 138.

Ligações externas

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