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Bailundo é uma cidade e município da província do Huambo, em Angola.
Tem 7 065 km² e cerca de 56 mil habitantes. É limitado a norte pelos municípios de Cela e Andulo, a leste pelos municípios de Mungo, Cunhinga e Chinguar, a sul pelos municípios de Cachiungo, Chicala-Choloanga e Huambo, e a oeste pelos municípios de Ecunha, Londuimbale e Cassongue.
O município é constituído pela comuna-sede, correspondente à cidade de Bailundo, e pelas comunas de Lunge, Luvemba, Bimbe e Hengue-Caculo.[1]
Geografia
O território municipal está localizado no Planalto Central Angolano.
História
Fundação da localidade e do reino
A região do Bailundo era, anteriormente à organização política dos ovimbundos, constituída de várias aldeias e ombalas (aldeia principal/cidade). Uma dessas ombalas era a de Halã-Vala, assim denominada pela proximidade ao monte Halavala. Esta ombala é a atual cidade do Bailundo.[2]
Ela tornou-se a cabeça das demais ombalas próximas por influência de Katyavala Bwila I, que, vindo do norte (Cuanza Sul), fundou o Reino Bailundo, o maior, mais poderoso e influente reino da parte central de Angola. Halã-Vala era, assim, a capital do reino.[2]
A cidade de Halã-Vala e o Reino Bailundo mantiveram-se seguros e prósperos até o final do reinado de Ekuikui II, quando seus sucessores entraram em atrito com Portugal.[3]
Queda do Bailundo e domínio colonial
Entre 1891 e 1903 Halã-Vala e o reino foram sucessivamente atacados pelas tropas portuguesas comandadas inicialmente pelo capitão Justino Teixeira da Silva, na Segunda Guerra Luso-Bailundo. O último dos reis que subsistiu independente foi Mutu-ya-Kevela (1902-1903).[3]
Em 1903 Halã-Vala cai definitivamente e, em 16 de julho de 1903, passa a sediar uma guarnição portuguesa, passando a denominar-se Posto do Bimbe-Catapi, data que é considerada a fundação do município; foi o primeiro município a ser fundado a nível da província. Na criação, abrangia, além do próprio Bailundo, o Balombo, o Huambo e o Sambo.[3]
A circunscrição civil do Bailundo foi criada em 1911, ainda permanecendo como vila. A sede municipal só foi elevada a cidade no ano de 1917.[3]
Chegou a ser a capital do distrito do Huambo (predecessor da actual província de mesmo nome) num breve período entre 1911 e 1912, sendo substituída pela vila do Huambo.[4]
A localidade acabou por ser denominada de Teixeira da Silva, em 1928.[3]
Pós-independência nacional
A cidade voltou a chamar-se Bailundo após a independência de Angola, em 1975.[3]
Durante parte da Guerra Civil Angolana esteve instalado no Bailundo um dos quartéis-generais da UNITA.[5]
Referências
- ↑ Comunas. Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado. 2018.
- ↑ 2,0 2,1 Sungo, Marino Leopoldo Manuel. O reino do Mbalundu: identidade e soberania política no contexto do estado nacional angolano atual. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2015.
- ↑ 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 Bailundo (Teixeira da Silva). HPIP. 2020.
- ↑ Huambo (Nova Lisboa). HPIP. 2020.
- ↑ Governo angolano anuncia tomada de redutos da Unita. Folha de Londrina. 19 de outubro de 1999.