Avgas ou gasolina de aviação é um combustível de alta octanagem usado em aeronaves com motor a pistão ou motor Wankel.[1][2] A Avgas evapora rapidamente e é altamente inflamável.[1][3]
Composição
O principal componente do petróleo usado na mistura da Avgas é o alquilato, que é basicamente uma mistura de isoctano (2,2,4-trimetilpentano) com olefinas. Algumas refinarias usam a reforma catalítica para obter combustíveis de alta octanagem.[4][5]
As misturas aditivas utilizadas atualmente na Avgas foram desenvolvidas ainda entre as décadas de 1950 e 1960. Uma delas é o etil-fluido: uma substância que contém alta porcentagem de tetraetilchumbo, que por sua vez é um antidetonante que eleva a octanagem da Avgas porém é altamente tóxico e cancerígeno,[1] o que inclusive levou à proibição de seu uso em combustíveis automobilísticos.[4] Também por esta razão o uso da Avgas é evitado em grande parte da aviação comercial.[1]
Desde que o tetraetilchumbo começou a se tornar um aditivo caro, apenas uma quantidade mínima desta substância (aproximadamente 0,56%)[3] tem sido adicionada à Avgas para aumentar o índice de octanagem. No entanto, a gasolina de aviação com chumbo infelizmente ainda é um elemento vital para o sistema de segurança de um motor a pistão: aproximadamente 230 000 aeronaves no mundo inteiro dependem da Avgas 100LLPredefinição:Nota de rodapé para uma operação segura. Atualmente, a Avgas 100LL é a única dos Estados Unidos que ainda contém o aditivo tetraetilchumbo.Predefinição:Nota de rodapé A Avgas usada hoje em dia é uma consequência do desenvolvimento de motores aeronáuticos de alta potência, o que foi necessário para possibilitar voos comerciais e militares econômicos e confiáveis. Há décadas o TEL vem sendo usado como um aditivo da Avgas para criar níveis de octanagem elevados o bastante para prevenir a detonação de motor (engine knock). Qualquer operação conduzida sem quantidade adequada desse aditivo pode resultar em falha de motor.[6]
Algumas aeronaves utilizam a gasolina automotiva. A maior parte dessas aeronaves tem motores de baixa compressão com um certificado de originalidade para usar entre 80 / 87 Avgas. Há aeronaves que utilizam a “gasolina regular 87” (nome dado à gasolina comum usada em veículos nos Estados Unidos e Canadá). Dentre os aviões que usam este tipo de combustível estão os populares Cessna 172 e o Piper Cherokee.[carece de fontes]
Os principais consumidores do Avgas são os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Brasil e África do Sul. Na Europa, o preço do Avgas é alto, levando um número grande de aviões a sofrerem a conversão do diesel, que não é tão caro e, além disso, apresenta um número enorme de vantagens de uso em aviação.[carece de fontes]
Para identificar a octanagem da Avgas foi criado um código de cores, cada qual correspondendo a uma faixa de octanagem:
- Entre 80 e 87 Avgas: vermelho
- Entre 100 e 130 Avgas: verde
- Entre 115 e 145 Avgas: roxo
- 100 LL: azul
A maioria dos motores de avião usa combustível entre 80 e 87 Avgas, que tem aproximadamente o mesmo nível de octanagem usado nos carros atuais. Conversões diretas para o combustível automobilístico são bastante comuns. No Brasil, essas modificações devem ser homologadas mediante processos de Certificação Suplementar de Tipo (CST) ou de Homologação Suplementar de Tipo, com a emissão de CHST (Certificado de Homologação de Suplementar de Tipo) pela autoridade competente. [7]
Uma das razões para a dificuldade de utilização da gasolina comum na aviação é a fácil evaporação, que provoca uma "fechadura de vapor" (uma bolha em forma de linha), impedindo que o combustível chegue ao motor. Este não é considerado um obstáculo insuperável mas requer verificação do sistema de combustível, para garantir que haja um "escudo" adequado a altas temperaturas e a manutenção de uma pressão suficiente nos tanques de combustível. Esta é a principal razão pela qual as conversões de combustível, em ambos os motores específicos de aeronaves, precisam obter a devida certificação.[carece de fontes] O Avgas tem uma densidade de 2,727 kg por galão a 15 °C ou 0.72 kg/l . A densidade aumenta para 2,899 kg por galão, quando a temperatura chega a -40 °C.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 FIGUEIREDO, Luiz Alberto Gomes (29 de janeiro de 2013). «Motores e combustíveis de aviação: o impacto do abastecimento no transporte aéreo e a busca por alternativas ao Jet Fuel e à Avgas» 224 ed. São Paulo: Inner. Aeromagazine (1). Consultado em 27 de novembro de 2014
- ↑ «Avgas» (SHTML) (em English). Suíça: Eni. Consultado em 27 de novembro de 2014
- ↑ 3,0 3,1 «Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ): GAV – 100/130» (PDF). Petróleo Brasileiro S.A. 7 de fevereiro de 2014. p. 1;3-4;6. Consultado em 27 de novembro de 2014
- ↑ 4,0 4,1 «Gasolina de Aviação». Petrobrás Distribuidora. Consultado em 27 de novembro de 2014
- ↑ Moreira, Fabrícia de Souza (2006). Alternativas tecnológicas para a maximização da produção de olefinas leves a partir de petróleos pesados (PDF). Rio de Janeiro: Agência Nacional de Petróleo (ANP). p. 43. 126 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2014
- ↑ Unleaded AVGAS Transition Aviation Rulemaking Committee (UAT ARC) (17 de fevereiro de 2012). FAA UAT ARC - Final Report (PDF) (em English). Washington (EUA): Federal Aviation Administration (FAA). p. 8. 99 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2014
- ↑ ANAC. Modificação de Aeronaves