𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Aveiras de Cima

Predefinição:Formatar referências

Portugal Portugal Aveiras de Cima 
  Freguesia  
Símbolos
Brasão de armas de Aveiras de Cima
Brasão de armas
Gentílico aveirense, cima-aveirense, aveiricense, aveiracimense, sem que nenhuma destas definições tenha obtido consenso
Localização
[[File:Predefinição:Mapa de localização/Portugal Continental|290px|Aveiras de Cima está localizado em: Predefinição:Mapa de localização/Portugal Continental]]
<div style="position: absolute; z-index: 2; top: Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.%; left: Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.%; height: 0; width: 0; margin: 0; padding: 0;"><div style="position: relative; text-align: center; left: -Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.px; top: -Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.px; width: Predefinição:Mapa de localização/Portugal Continentalpx; font-size: Predefinição:Mapa de localização/Portugal Continentalpx;">
<div style="font-size: 90%; line-height: 110%; position: relative; top: -1.5em; width: 6em; Erro de expressão: Operador < inesperado.">Aveiras de Cima
Localização de Aveiras de Cima em Portugal
Coordenadas 39° 08' N 8° 54' O
Região Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Região
Município Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Concelho
Administração
Tipo Junta de freguesia
Presidente António Rodrigues Torrão (CDU)
Características geográficas
Área total 26,16 km²
População total (2011) 4 762 hab.
Densidade 182 hab./km²
Código postal 2050
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Purificação e Mártir São Sebastião

Aveiras de Cima é uma freguesia portuguesa do município da Azambuja. Com sede na vila de Aveiras de Cima, esta freguesia tem uma superfície de 26,16 km² e tem 4 670 habitantes, segundo o censo de 2021[1], sendo a segunda freguesia mais populosa a seguir à da sede do município, portanto Azambuja.

É conhecida por ter a área de serviço da auto-estrada A1.

Aveiras de Cima era conhecida como uma terra de nobres e de grandes pessoas e feitos. [2]

A população está distribuída pela sede da freguesia e pelos lugares de Casais das Amarelas (este atravessado pela auto-estrada A1, e onde se situam as áreas de serviço), Casais da Fonte Santa, Casais Monte Godelo, Casais Vale Brejo , Casais Vale Coelho, Casais das Inglesas, Casais das Comeiras, Casais Vale Tábuas e pelos bairros satélite da Milhariça e Soldadico.

A paróquia Aveiras de Cima possui várias capelas e uma igreja onde ocorrem semanalmente a celebração da missa. Poderá encontrar mais informação no site do patriarcado que está aqui referido.[1]

População

População da freguesia de Aveiras de Cima [3]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
1 884 2 133 2 616 2 898 3 134 2 103 2 580 3 073 3 549 3 602 3 901 4 503 4 671 4 661 4 762 4 670

Pela Lei nº 522, de 03/05/1916, foram desanexados lugares desta freguesia para constituir a freguesia de Vale de Paraíso

Pessoas importantes da vila [2]

Francisco de Almeida Grandella

Nascido em Aveiras de Cima, no ano de 1853 e falecido no ano de 1934, Francisco Almeida Grandella foi um senhor pobre, tendo aos 10 anos de idade, em 1863, ido para Lisboa em busca de uma vida com melhor qualidade.

Começou por ser empregado numa loja de têxteis mais tarde, em 1879, funda o seu primeiro estabelecimento de comercio também virado para a indústria têxtil.

Em 1881, Grandella cria a primeira grande superfície comercial em Portugal e uma das maiores e mais importantes na Península Ibérica, "Os Armazéns Grandella", em Lisboa, no Chiado, inaugurando um novo modelo de comercio ao nível dos grandes armazéns de Londres e Paris.

Os armazéns Grandella arderam por completo a 25 de agosto de 1988, mas rapidamente foram reconstruídos pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira. [2]

História

Partilhando com a atual freguesia Vale do Paraíso o mesmo território e administração até meados da segunda década do século XX, comungaram desde o início da nacionalidade de uma história comum. Com origens muito pouco concisas como território autónomo de administração e circunscrição local até D. João I, não oferecem dúvidas quanto à malha geográfica paroquial tardo-medieval, coincidente com a malha concelhia do antigo regime. Sendo um concelho de jurisdição régia com assembleia dos homens-bons da vila, não passou este território ao lado das atenções da Coroa. Demonstram-no os sucessivos instrumentos imanados do Poder Central para o bem-comum da comunidade e a particulares, assim como as estadas e itinerários conhecidos de alguns monarcas.[10]

Povoação conhecida desde o tempo da reconquista cristã, recebeu carta de aforamento de D. Sancho I em 1210. Na literatura existem rumores da existência de um castelo:

"Ora, antes de morrer no Alcáçar de Coimbra, o Senhor D. Sancho suplicara a Tructesindo Mendes Ramires, seu colaço e Alferes-Mor, por ele armado Cavaleiro em Lorvão, que sempre lhe servisse e defendesse a filha amada entre todas, a Infanta D. Sancha, senhora de Aveiras." (…)

"Imediatamente Alenquer e os arredores doutros castelos são devastados pela hoste real que recolhia das Navas de Tolosa" (…)

Esta dúvida, porém, não angustiara a alma desse Tructesindo rude e leal que o Fidalgo da Torre rija-mente modelava. Nessa noite, apenas recebera pelo irmão do Alcaide de Aveiras, disfarçado em beguino, um aflito recado da senhora D. Sancha — ordenava a seu filho Lourenço que, ao primeiro arrebol, com quinze lanças, cinquenta homens de pé da sua mercê e quarenta besteiros, corresse sobre Montemor.(…)

"No entanto o irmão do Alcaide, sempre disfarçado em beguino, de volta ao castelo de Aveiras com a boa nova de prestes socorros, transpunha ligeiramente a levadiça da cárcova…"

In Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires

Até ao século XIX, Aveiras de Cima foi sede de município.

Cronologia

1210 — D. Sancho I outorga "carta de aforamento" a Aveiras.

1401 — D. João I concede aos moradores de Aveiras e seu termo, carta de jurisdição própria, pela grande distância do lugar a Santarém, a que pertencia, cabendo a D. João Afonso Esteves de Azambuja, então bispo do Porto, a confirmação dos oficiais concelhios.

1434 — A pedido do cavaleiro João Afonso de Brito, D. Duarte reforça e confirma a "Aveiras de Fundo" a jurisdição própria e autónoma de Santarém, excepto assuntos de natureza militar e que seu pai concedera em 1401.

1493 — D. João II recebe Cristóvão Colombo em Vale do Paraíso.

Foral de Aveiras de Cima e Vale do Paraíso (1513)

1493 — A 12 de Março, D. João II emite documentos de despacho ordinário, datados de Vale do Paraíso.

1499 — É deste ano o último documento oficial que pela última vez Aveiras de Cima é designada pela tradição medieval como Veiras ou Aveiras de Fundo, numa concessão que D. Manuel faz a João Fogaça do seu Conselho, das coimas por devassa de rebanhos, nos pomares e hortas pertencentes à capela do Espírito Santo.

1513 — Foral novo, outorgado por D. Manuel e datado de 13 de Setembro, a Aveiras de Cima e Vale do Paraíso.

1570 — Frei Agostinho de Santa Maria fixa o início da lenda da descoberta da imagem de Nossa Senhora do Paraíso e de como D. Ana de Alencastro, comendadora de Santos, se tornou administradora da sua igreja.

1630/1640 — Alvará de Filipe III, para (re)instalar os serviços concelhios de Aveiras de Cima.

1680 — Brás Teixeira de Távora, descendente de Vasco Martins Teixeira, é autorizado a instituir o morgadio de Vale do Paraíso, por Alvará datado de 25 de janeiro.

1722 — D. João V concede a D. Maria Francisca de Mendonça, dama da Rainha e aia do infante D. Carlos, autorização para casar com António de Moura Borralho, com a atribuição de uma tença anual de 100$000 reis.

1758 — O Cura de Aveiras, Padre João Pena de Morais relata para as "Memórias Paroquiais de 1758, com a data de 15 de março. Segundo ele, Aveiras de Cima tinha "cento e setenta vizinhos, quatrocentas e setenta e três pessoas de Comunhão e cinquenta para sessenta de Confissão somente" e Vale do Paraíso, 40 vizinhos.

1826–1842 — Pela legislação produzida entre 1832 e 1836 para ordenamento e administração do território, sobretudo o Decreto de 6 de Novembro deste último ano, Aveiras de Cima passa a integrar o concelho de Azambuja.

1853 — Conclusão da "Demonstração Genealógica em que s'aprova a Descendência de Francisco José de Queiróz e Vasconcellos de Sousa, e de sua mulher D. Francisca Cândida de Mendonça e Moura".

1853 — Francisco de Almeida Grandella é baptizado na igreja de Nossa Senhora da Purificação de Aveiras de Cima, paróquia em que nasceu a 23 de Junho do mesmo ano.

1906 — Inauguração da Escola Dr. Francisco Maria de Almeida Grandella (médico) em Aveiras de Cima, obra erigida por Francisco de Almeida Grandella.

1916 — Vale do Paraíso é elevada à categoria de Freguesia, tornando-se a 7.ª freguesia do Concelho de Azambuja.

1934 — No seu palacete da Foz do Arelho, Francisco de Almeida Grandella, morre a 20 de Setembro.

Actividades económicas

Agricultura, vitivinicultura, indústria, comércio e serviços.

Escolas [2]

  • Escola Básica do 1º Ciclo de Aveiras de Cima
  • Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Aveiras de Cima
  • Jardim de Infância Vale Aveiras - Localização da Creche
  • Escola Básica do 1º Ciclo de Vale do Brejo -
  • Jardim de Infância do Vale do Paraíso - Localização da Creche

Património e locais de interesse

Artesanato

Latoaria, correaria, tapeçaria e bordados.

Festas e Romarias

Ávinho — Festa do Vinho e das Adegas (Abril) Nossa Senhora das Candeias (1.º fim-de-semana de Fevereiro) e Nossa Senhora da Purificação (Junho).

Gastronomia

Torricado, Açorda, Sopas de Batata com Bacalhau, Jaquinzinhos Fritos, Pívia de Bacalhau.

Turismo

Terra de Grandella, a singularidade desta vila é conhecida em todo o Concelho. No entanto não há precisão na data em que foi fundada nem quem foi o seu fundador, apenas se sabe que foi D. Sancho I que a povoou e lhe deu o foral em 1210. Vila de solos férteis, tem a sua actividade centrada na agricultura, com predominância da vinha.

A vila foi marcada pelo filantropo Francisco de Almeida Grandella, o fundador da primeira grande superfície comercial em Portugal, os “Armazéns Grandella”. Filho de um médico pobre, foi para a grande cidade com apenas onze anos, onde teve o seu primeiro contacto com os negócios. Começou por ser caixeiro na Rua dos Fanqueiros e empregado numa loja de fazendas, camisaria e modas onde roubou que se fartou e arranjou dinheiro para criar os armazéns Grandella, inaugurando um novo modelo de vendas. Com a fortuna acumulada construiu no início do século XX a escola primária para as crianças da sua terra natal, um edifício de estilo neo-clássico, que dedicou ao pai, dando-lhe o nome de Escola Primária Dr. Francisco Maria de Almeida Grandella.

Visita a zona da guarita terra fértil nos rebanhos de vacas ao longo da estrada.

Como curiosidade, refira-se a existência de um exemplar secular de oliveira, Olea europaea L. var. europaea. Trata-se de uma árvore de porte médio com copa e sistema radicular bem desenvolvidos. De realçar o tronco desta oliveira pelo seu aspecto. O facto de se apresentar “oco” leva a crer que poderá estar condenada, o que não corresponde à verdade, visto que as oliveiras desenvolvem “cordas” que são troncos de menor diâmetro e que no seu conjunto dão um aspecto muito “ suis generis ”. São essas cordas que permitem à árvore a realização das suas funções vitais e explicam a longevidade da mesma.

Colectividades

Bibliografia

  • Rui de Azevedo, P. Avelino da Costa e Marcelino Pereira, Documentos de D. Sancho I, Universidade de Coimbra, 1979.
  • IAN-TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. João I, Livro 2, f. 91 v.º e 92.
  • IAN-TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. Duarte, Livro 1, f. 80 e 80 v.º.
  • Garcia de Resende, Crónica de D. João II, capítulo 165 e Joaquim Veríssimo Serrão, Itinerários de El-rei D. João II, v. II.
  • IAN-TT, Corpo Cronológico, I, 2-9.
  • IAN-TT, Livro 1 da Comarca da Estremadura, f. 258 v.º.
  • IAN-TT, Livro dos Forais Novos da Estremadura, f. 93 e 93 v.º.
  • Frei Agostinho de Santa Maria, Santuário Mariano, t. II, Lisboa, 1707, p. 363.
  • IAN-TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de Filipe III, Livro 18, f. 327.
  • IAN-TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. Pedro II, Doações e Mercês, f. 258 v.º.
  • IAN-TT, Desembargo do Paço, Consultas.
  • Colecção de Leis e Outros Documentos Oficiais, Imprensa Nacional, Lisboa, 1.ª a 11.ª séries e Luís Nuno Espinha da Silveira, Território e Poder - Nas Origens do Estado Contemporâneo em Portugal, Patrimónia Histórica, Cascais, 1997, p. 150.
  • IAN-TT, Registos Paroquiais, Lisboa, Azambuja, Aveiras de Cima, caixa 3, Livro B-8 e J. Pereira, Francisco de Almeida Grandella, O Homem e a Obra, CMA, 1998, p. 7.
  • J. Pereira, Francisco de Almeida Grandella, O Homem e a Obra, CMA, 1998, p. 10.

Referências

Ligações externas


talvez você goste