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Aermacchi MB-326

Predefinição:Info/Aeronave

O Aermacchi MB-326 é uma aeronave monomotora a jato para o treinamento militar, desenvolvida pela companhia italiana Aermacchi, tendo seu primeiro voo ocorrido em 10 de dezembro de 1957.

Vários modelos de caças supersônicos entravam em operação em todo mundo, quando a Aermacchi percebeu o potencial de mercado para uma aeronave de treinamento a jato, a fim de fazer a conversão operacional dos pilotos.

Concorreu com o Cessna T-37 e o BAC Jet Provost. Foram construídas 778 unidades do MB-326, para treze países.

Fabricado sob licença na Austrália, Brasil e África do Sul, o MB-326 alcançou sucesso por seu baixo custo de produção e operação, sendo uma aeronave versátil, ágil e manobrável. Por estas qualidades, foram também desenvolvidas versões para ataque ao solo.

Foi utilizado pela Força Aérea Italiana até 1981, até ser substituído pelo Aermacchi MB-339.[1]

Projeto

O primeiro protótipo do MB-326 era equipado com um turbojato Piaggio Rolls-Royce Bristol Siddeley Viper 8, com apenas 785 kgf de potência. Era uma aeronave de asa baixa e desenho convencional. O segundo protótipo recebeu uma turbina Viper 11 de 1.134 kgf.

Muitas modificações foram aplicadas ao projeto inicial de acordo com as necessidades dos operadores.[2]

Variantes

Aeronave Xavante da Força Aérea Brasileira.
  • MB-326 – aeronave de treinamento avançado com dois assentos em tandem.
  • MB-326A – versão com alterações nos aviônicos. 12 aeronaves foram produzidas para a Itália.
  • MB-326B – aeronave de treinamento e caça de ataque leve, seis pontos de fixação de armamentos. Produzido para a Tunisia.
  • MB-326C – versão especialmente projetada para a transição operacional para o Lockheed 104 Starfighter, que não chegou a ser montada.
  • MB-326D – versão de treinamento para a aviação civil. Quatro aeronaves construídas para a Aeritalia.
  • MB-326E – aeronave de treinamento e caça de ataque leve semelhante a MB-326-B. Seis construídas para a Itália.
  • MB-326F – aeronave de treinamento e caça de ataque leve semelhante a MB-326-B para exportação. Nove construídas para Gana.
  • MB-326G – aeronave de treinamento e caça de ataque ao solo com maiores alterações. Maior ênfase nas capacidades de ataque. Possui uma turbina Viper 20 Mk 540 e célula modificada. Serviu de base para diversas outras versões.
    • MB-326GB – versão de produção do MB-326G. Oito vendidas para a Marinha Argentina, 17 para o Zaire e 22 para a Zâmbia.
    • MB-326GC – variante do MB-326GB produzida pela Embraer no Brasil. 182 aeronaves produzidas.
  • MB-326H – aeronave de treinamento para a Austrália. Utiliza a turbina Viper 11. Construída sob licença na Austrália pela Commonwealth Aircraft. Designado pela empresa como CA-30.
  • MB-326K – aeronave monoposta de ataque ao solo baseada na estrutura do MB-326GB, mas com a turbina Viper Mk 642-43. Foram feitos apenas dois protótipos.
    • MB-326KC – aeronave monoposta de ataque ao solo fabricado sob licença pela Atlas Aircraft na África do Sul como Impala II. Ao contrário do MB-326K, usa a turbina Viper 20 Mk 540, também usado no Impala I.
    • MB-326KB – aeronave monoposta de ataque ao solo para o Zaire. Seis construídas.
    • MB-326KD – aeronave monoposta de ataque ao solo para os Emirados Árabes. Três construídas.
    • MB-326 kg – aeronave monoposta de ataque ao solo para Gana. Quatro construídas.
    • MB-326KT – aeronave monoposta de ataque ao solo para Tunisia. Sete construídas.
  • MB-326L – Aeronave biposta de treinamento desenvolvida a partir do MB-326K.
    • MB-326LD – aeronave de treinamento para os Emirados Árabes. Duas construídas.
    • MB-326LT – aeronave de treinamento para a Tunisia. Quatro construídas.
  • MB-326M – aeronave biposta de treinamento desenvolvida a partir do MB-326B, mas com a turbina Viper 20 Mk 540. Construída sob licença pela Atlas na África do Sul com a designação Impala I.
  • MB-326RM – cinco aeronaves italianas convertidas para aeronaves de contra-medidas eletrônicas.

Experiência em combate

Na África do Sul, o Impala operou em missões de penetração ao território angolano na Guerra da Namíbia, atuando contra aeronaves de origem soviética.

No Brasil

Xavantes

Embraer AT-26 Xavante da Força Aérea Brasileira.

Junto com a compra de uma nova aeronave supersônica, que viria a ser o Mirage III, havia a necessidade de selecionar uma aeronave de treinamento para a conversão operacional. Com recursos disponíveis e a vontade de desenvolver uma indústria aeronáutica no Brasil, a FAB procurou uma aeronave adequada e que oferecesse condições contratuais vantajosas que permitissem a sua construção no país. A escolha recaiu sobre o Aermacchi MB-326. Essa encomenda e a fabricação do Bandeirante possibilitaram o início da Embraer. A versão brasileira do MB-326GB foi denominada EMB-326 Xavante pela Embraer e AT-26 pela FAB, indicando sua dupla função de ataque e treinamento.

Os Xavantes entraram em operação em 1972 e continuaram em produção até 1981. Foi o primeiro avião a reação construído em série no Brasil. 166 unidades foram destinadas à Força Aérea Brasileira, sendo as demais exportadas para o Togo (6 unidades) e o Paraguai (10 unidades). Onze aeronaves usadas foram doadas para a Marinha da Argentina, para repor as perdas decorrentes da Guerra das Malvinas.

O número de aeronaves adquiridas permitiu equipar vários esquadrões de ataque da FAB, além de sua função na formação de pilotos. Com o tempo, o número de aeronaves disponíveis diminuiu, estando todas as restantes integradas ao 1º/4º Gav, cuja função é ministrar o curso de líder de esquadrilha.[3]

Impalas

Diante do alto custo dos treinadores avançados modernos, a FAB optou por estender a vida operacional de sua frota de Xavantes. Para tanto, adquiriu peças de reposição, motores e até aeronaves (para servirem como fonte de peças) da África do Sul.O biposto Xavante e o monoposto Impala II utilizam o mesmo motor.

As aeronaves recebidas estavam em excelente estado, e a FAB resolveu colocar em operação 11 das 14 adquiridas, que foram designadas pela FAB como AT-26A.

Ao contrário da versão brasileira, o Impala II está equipado com metralhadoras fixas (os Xavantes precisam usar casulos de metralhadoras) e equipamentos de auto-defesa (chafts, flares e detecção de iluminação por radar). O Impala II tinha a capacidade de lançar alguns tipos de mísseis sul-africanos, como o V3-B, mas estes já foram retirados de operação.

Desativação

No dia 2 de dezembro de 2010 houve a desativação de dez aviões Xavantes pela FAB durante cerimônia presidida pelo Comandante da Aeronáutica (FAB), Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito.[4]

Em abril de 2013 os últimos quatro Xavantes restantes no estoque da FAB foram retirados dos cursos de formação e treinamento, conduzidos pelo Grupo Especial de Ensaios em Voo. Em setembro do mesmo ano a aeronave foi aposentada definitivamente pela FAB, sendo substituída pelo EMB-314 - Super Tucano.[5]

Operadores

Três vistas do Aermacchi MB-326

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Aermacchi MB-326

Predefinição:Notas

Referências

  1. Paes, 1S. «Impala II - AERMACCHI MB-326 KC (AT-26A) | Atlas Aircraft - MUSAL». www2.fab.mil.br. Consultado em 6 de agosto de 2017 
  2. «AT-26 XAVANTE». www.pabloaerobrasil.net. Consultado em 6 de agosto de 2017 
  3. «Rudnei Cunha - História do Xavante». 6 de agosto de 2017. Consultado em 6 de agosto de 2017 
  4. Despedida do Xavante: emoções e lembranças sob o som do guerreiro alado, FAB, consultado em 13 de março de 2013, cópia arquivada em 11 de janeiro de 2011 .
  5. «FAB aposenta Xavante na formação de pilotos - Airway Online». airway.com.br. Consultado em 5 de agosto de 2017 

Bibliografia

  • Taylor, John W.R., ed. Jane's All The World's Aircraft 1969–70. London: Jane's Yearbooks, 1969.

Ligações externas

Predefinição:Aviões da Embraer Predefinição:Aviões da Aermacchi Predefinição:Aeronaves da Atlas/Denel Predefinição:Aeronaves da Commonwealth Aircraft Corporation

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