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Acumulação primitiva

Predefinição:Sidebar with collapsible lists Acumulação primitiva é um conceito criado por Karl Marx para descrever a gênese histórica do capitalismo. Adam Smith chamava o fenômeno de "previous accumulation".

A chamada Acumulação Primitiva é abordada no capítulo 24 (o penúltimo) do Livro 1 de O Capital. Segundo Marx, a origem do modo de produção capitalista não está ligada a uma pura e simples racionalização da divisão do trabalho social, mas sim a um processo violento de expropriação da produção familiar, artesanal, camponesa, corporativa, etc., que separou o produtor direto dos seus meios de produção e formou enormes massas de indigentes e desocupados, na verdade uma volumosa reserva de força de trabalho livre e disponível para ser comprada, o proletariado; por outro lado, a exploração das colônias ultramarinas através de saques, especulação comercial, tráfico de escravos e monopólios mercantis propiciaram enormes oportunidades de enriquecimento para uma parcela da burguesia.[1] Sendo assim, estes fenômenos históricos geraram as duas classes antagonistas da sociedade industrial capitalista, a burguesia e o proletariado.

Os capitalistas foram favorecidos de formas não tipicas do capitalismo. Havia uma legislação que congelava o valor das terras da nobreza (aquela casta dos outrora poderosos que desapareceram) e assim, passado muitas décadas, a nobreza enfraquecia já que subia o preço do que consumiam enquanto que sua renda continuava a mesma. Assim era expropriados os nobres e seus servos (não confundir com classe trabalhadora livre) que se transformavam em burgueses (classe sem títulos de privilégios, mas de poder baseado na propriedade sobre os meios de produção) ou proletariados (classe trabalhadora livre para negociar, mas também livre, despossuída dos meios de produção). Outra maneira de acumulação primitiva era as atividades econômicas exploradas nas colônias mercantilistas europeias, com vistas no metalismo e na balança comercial favorável.[2][3]

Essa acumulação primitiva dos capitalistas emergentes se deu inclusive sobre outros que também poderiam se tornar capitalistas: nas intrigas entre os artesãos e suas corporações, uns artesãos se enriqueceram a custa de outros artesãos que perdiam seus meios de trabalho. Assim, os que perdiam ficavam apenas com a força de trabalho e viravam empregados, e os que ganhavam conseguiam acumular recursos para novos investimentos, isso se também não fossem perder seus negócios para capitalistas mais poderosos.

Com o advento da Revolução Industrial, a acumulação primitiva torna-se acumulação capitalista.[1]

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 «Acumulação primitiva». Banco de Respostas, Klickeducação. Consultado em 24 jan 2013. Arquivado do original em 12 de março de 2016 
  2. The Oppression of Black People, The Crimes of This System and the Revolution We Need
  3. «The Myth of Human Progress and the Collapse of Complex Societies». Consultado em 4 de junho de 2016. Arquivado do original em 6 de agosto de 2016 

Predefinição:Fraseologia marxista

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