Predefinição:Info/Unidade Militar A 6.ª Região Militar (6.ª RM) é uma das doze regiões militares do Exército Brasileiro, sediada na cidade de Salvador, com jurisdição sobre os estados da Bahia e Sergipe. Além das atribuições de apoio, controla as forças combatentes na sua área. Seus comandantes já participaram tanto das disputas políticas estaduais quanto dos conflitos armados na região.
Organização
O comando foi conhecido ao longo do tempo como o Comando das Armas da Província da Bahia, de 1821, Comando das Armas da Bahia, de 1830, 3º Distrito Militar, de 1891, e, como região militar, a 7ª, em 1908, 3ª, em 1915, 5ª, de 1919, e 6ª, de 1923. Sua área de jurisdição sempre incluiu a Bahia, chegando a abranger Alagoas e o Espírito Santo em algumas das reorganizações.[1] Como região militar, sua função é de apoio logístico e organizacional, mas ela e a 10ª, sediada no Ceará, também comandam forças combatentes, possuindo alguns batalhões de infantaria. Elas podem atuar à retaguarda do Comando Militar do Nordeste, cujas principais forças combatentes são as brigadas em Pernambuco e no Rio Grande do Norte.[2] O programa Força Terrestre 90 previa a criação de uma 19ª brigada de infantaria motorizada na Bahia, o que não ocorreu.[3]
Organizações subordinadas[4] | ||||
---|---|---|---|---|
Distintivo de Bolso | Organização militar | Designação militar | Sede | Estado |
Companhia de Comando da 6.ª Região Militar | Cia Cmdo/6.ª R M | Salvador | Bahia | |
6º Batalhão de Polícia do Exército | 6º BPE | Salvador | Bahia | |
19º Batalhão de Caçadores | 19º B C | Salvador | Bahia | |
28º Batalhão de Caçadores | 28º B C | Aracaju | Sergipe | |
35º Batalhão de Infantaria | 35º B I | Feira de Santana | Bahia |
Organizações vinculadas | |||
---|---|---|---|
Organização militar | Designação militar | Sede | Estado |
4º Batalhão de Engenharia de Construção | 4º BEC | Barreiras | Bahia |
51º Centro de Telemática | 51º CT | Salvador | Bahia |
Escola de Formação Complementar do Exército / Colégio Militar de Salvador | CMS | Salvador | Bahia |
6ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército | 6ª-ICFEx | Salvador | Bahia |
Tiros de Guerra | |||
---|---|---|---|
Organização militar | Designação militar | Sede | Estado |
TG 06 - 001 - Alagoinhas | TG 06 - 001 | Alagoinhas | Bahia |
TG 06 - 002 - Cachoeira | TG 06-002 | Cachoeira | Bahia |
TG 06 - 003 - Santo Antônio de Jesus | TG 06 - 003 | Santo Antônio de Jesus | Bahia |
TG 06 - 004 - Cruz das Almas | TG 06 - 004 | Cruz das Almas | Bahia |
TG 06 - 005 - Valença | TG 06 - 005 | Valença | Bahia |
TG 06 - 006 - Vitória da Conquista | TG 06 - 006 | Vitória da Conquista | Bahia |
TG 06 - 007 - Itabuna | TG 06 - 007 | Itabuna | Bahia |
TG 06 - 008 - Jacobina | TG 06 - 008 | Jacobina | Bahia |
TG 06 - 009 - Jequié | TG 06 - 009 | Jequié | Bahia |
TG 06 - 011 - Poções | TG 06 - 011 | Poções | Bahia |
TG 06 - 013 - Estância | TG 06 - 013 | Estância | Sergipe |
TG 06 - 014 - Serrinha | TG 06 - 014 | Serrinha | Bahia |
TG 06 - 015 - Lagarto | TG 06 - 015 | Lagarto | Sergipe |
TG 06 - 019 - Muritiba | TG 06 - 019 | Muritiba | Bahia |
TG 06 - 020 - Nazaré | TG 06 - 020 | Nazaré | Bahia |
TG 06 - 023 - Itapetinga | TG 06 - 023 | Itapetinga | Bahia |
TG 06 - 024 - Brumado | TG 06 - 024 | Brumado | Bahia |
TG 06 - 025 - Itamaraju | TG 06 - 025 | Itamaraju | Bahia |
TG 06 - 026 - Camaçari | TG 06 - 026 | Camaçari | Bahia |
TG 06 - 027 - Irecê | TG 06 - 027 | Irecê | Bahia |
TG 06 - 030 - Macarani | TG 06 - 030 | Macarani | Bahia |
Atuação histórica
Em 1896 a Força Pública da Bahia e a guarnição federal entraram em conflito com os seguidores de Antônio Conselheiro em Canudos. As três primeiras expedições foram derrotadas. O governador Luís Viana e o general Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, comandante do 3º Distrito Militar, discordavam um do outro sobre a condução da guerra. O governador temia a intervenção federal e conseguiu o afastamento do general.[5]
Em 1912 o general Sotero de Menezes, inspetor da 7ª Região, favoreceu José Joaquim Seabra na disputa política baiana e foi um dos principais atores na intervenção federal no estado. O clima entre o Exército e a Força Pública era tenso em Salvador. Para obrigar o governador interino Aurélio Rodrigues Viana, inimigo dos seabristas, a acatar uma decisão de um juiz federal, o general Menezes ordenou o bombardeio à cidade, danificando edifícios e matando civis. Morreram também soldados do Exército e da Força Pública no confronto.[6]
Na Segunda Guerra Mundial a defesa do litoral foi importante, atraindo unidades novas ou trazidas de outras regiões, muitas das quais foram desativadas ou transferidas de volta após a guerra. Surgiu o 18º Regimento de Infantaria e a artilharia de costa defendeu a Baía de Todos os Santos. O rio São Francisco foi usado para algumas das transferências militares ao Nordeste, evitando os riscos da rota marítima. As maiores contribuições à defesa de Salvador foram feitas pela Marinha. As Forças Armadas dos Estados Unidos também tiveram uma pequena presença na cidade.[7][8][9]
No golpe de Estado de 1964 o comandante, general Manoel Pereira, aderiu prontamente junto com seu superior Joaquim Justino Alves Bastos. As resistências foram evitadas. Seixas Dória, governador do Sergipe, foi deposto pelo Exército. O general Justino ordenou um movimento para o sul da Bahia, para um possível avanço na direção do Rio de Janeiro ou Brasília, o que acabou não sendo necessário.[10] O comandante da região coordenou a repressão política no interior baiano.[11]
Referências
- ↑ 6ª RM. «Histórico». Consultado em 23 de junho de 2022
- ↑ Predefinição:Citar tese. p. 66-69.
- ↑ Predefinição:Citar tese. p. 119.
- ↑ 6ª RM. «Organizações Militares». Consultado em 23 de junho de 2022
- ↑ Nascimento, Luiz Augusto Rocha do (2022). «O Exército Brasileiro na Guerra de Canudos: lições aprendidas». In: Rodrigues, Fernando da Silva; Franchi, Tássio (orgs.). Exército Brasileiro: perspectivas interdisciplinares 1ª ed. Rio de Janeiro: Mauad. p. 97-98.
- ↑ Predefinição:Citar tese
- ↑ Predefinição:Citar tese. p. 6-11.
- ↑ Predefinição:Citar tese. p. 257.
- ↑ Duarte, Paulo de Queiroz (1971). O Nordeste na II Guerra Mundial - Antecedentes e ocupação. Rio de Janeiro: Record
- ↑ D'Aguiar, Hernani (1976). A Revolução por Dentro. São Cristóvão: Artenova. p. 175-176.
- ↑ Zachariadhes, Grimaldo Carneiro (org.) (2009). Ditadura militar na Bahia: novos olhares, novos objetos, novos horizontes. Salvador: EDUFBA. p. 76-78.