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[[Ficheiro:Flag of Congo Free State.svg|thumb|direita|Bandeira da Associação Internacional Africana.]]
A '''Associação Internacional Africana''' ('''AIA'''; em [[Língua francesa|francês]]: ''Association Internationale Africaine'') foi uma organização criada por [[Leopoldo II da Bélgica|Leopoldo II]] da [[Bélgica]] com ambições aparentes [[humanitária]]s para a [[África central]] na região que iria se tornar a [[República Democrática do Congo]]. A organização foi criada em [[1876]] durante a [[Conferência Geográfica de Bruxelas]], para a qual Leopoldo II convidara quarenta peritos, geralmente por seus conhecimentos geográficos ou por suas conexões [[filantropia|filantropas]]<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=fZZxDwAAQBAJ&pg=PA173&lpg=PA173&dq=Stengers,+Jean.+%22Sur+l'aventure+congolaise+de+Joseph+Conrad%22&source=bl&ots=QuV3VzyoI9&sig=ACfU3U0Jb28Nl1kpAvQw1TFgJaDKsMRncg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiv88vlzcfjAhVDHrkGHVTCBpMQ6AEwA3oECAkQAQ#v=onepage&q=Stengers,%20Jean.%20%22Sur%20l'aventure%20congolaise%20de%20Joseph%20Conrad%22&f=false|título=A Companion to Modern African Art|ultimo=Salami|primeiro=Gitti|ultimo2=Visona|primeiro2=Monica Blackmun|data=2013-12-16|editora=John Wiley & Sons|lingua=en|isbn=9781444338379}}</ref>.

Eles provinham de diversos países europeus e, no começo, tinham interesses humanitários. Porém a associação se tornou rapidamente dominada por Leopoldo II e por interesses econômicos. Os objetivos originais da associação eram descobrir terras desconhecidas na bacia do [[Rio Congo]] com a a missão de "civilizar" os silvícolas<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.ca/books?id=vYo-DO4tr-gC&lpg=PP1&pg=PA46#v=onepage&q=lesseps&f=false|título=King Leopold's Ghost: A Story of Greed, Terror, and Heroism in Colonial Africa|ultimo=Hochschild|primeiro=Adam|data=1999-09-03|editora=Houghton Mifflin Harcourt|lingua=en|isbn=9780547525730}}</ref>.

Via-se a associação como receptáculo das ideias filantropas das nações europeias presentes na [[Conferência pela África Subsaariana]]. Cada estado estabeleceu, enquanto isso, suas associações, que não prestavam jamais contas de suas ações à AIA. Os interesses econômicos nacionais tomaram rapidamente a frente em relação aos ideais humanistas e civilizadores. Cada um destes comitês realizou expedições nacionais para exploração do interior da África.

De [[1879]] a [[1884]], o explorador [[Henry Morton Stanley]] retornou ao Congo, não desta vez como repórter em busca de [[David Livingstone]], mas como agente de Leopoldo II, devendo, sob a fachada da AIA, estabelecer um estado no Congo. Nesta época, o [[francês]] [[Pierre Savorgnan de Brazza]] explorava a margem ocidental do Rio Congo e içou a [[Bandeira da França|bandeira francesa]] sobre o novo porto batizado de [[Brazzaville]] em [[1881]]. [[Portugal]], que havia igualmente feito reivindicações na região, originadas de seus antigos tratados com o [[Império do Congo]], concluiu um acordo com a [[Inglaterra]] em [[26 de fevereiro]] de 1884 almejando bloquear o acesso ao [[Oceano Atlântico]] da AIA.<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/817223527|título=História geral da África.|ultimo=Unesco.|data=2010|editora=Unesco|local=São Paulo, SP|isbn=9788576521235|oclc=817223527}}</ref>

Na mesma época, vários países europeus tentaram se estabelecer na África. A [[França]] ocupava a [[Tunísia]] e o território da atual [[República do Congo]] em 1881 e a [[Guiné]] a partir de 1884. Em [[1882]], a [[Grã-bretanha]] ocupava o [[Egito]] e penetrava no [[Sudão]] e na [[Somália]]. Em [[1870]] e 1882, a [[Itália]] tomara posse da [[Eritreia]], enquanto que a [[Alemanha]] se estabelecia no [[Togo]], em [[Camarões]] e no [[Sudoeste Africano]] em 1884.<ref name=":0" />

Os interesses nacionais divergentes em relação à África causaram a ruína da AIA enquanto organismo filantropo multinacional. A [[Conferência de Berlim]] em 1884-1885 consagrou o fim desta concepção de associação. A conferência terminou no que ficou conhecido sobre o nome de "[[Partilha da África]]"<ref>{{Citar web|titulo=Partilha da África: divisão do continente africano|url=https://www.todamateria.com.br/partilha-da-africa/|obra=Toda Matéria|acessodata=2019-07-22|lingua=pt-br}}</ref>. Apesar da falência da primeira concepção de associação, a seção belga continuou a promover missões humanitárias na África. A AIA foi rebatizada "Comitê de Estudos Alto-Congo" e depois "[[Associação Internacional do Congo]]" em [[1878]]. O [[coronel]] [[Maximilien Strauch]] presidiu estas duas associações<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=27VHDQAAQBAJ|título=O Olhar Colonial em Eça de Queirós: O continente africano na escrita queirosiana|ultimo=Salvado|primeiro=João António|editora=Edições Vieira da Silva|ano=2016|local=Lisboa|páginas=|lingua=pt|isbn=9789897367038|acessodata=}}</ref>.

A Associação Internacional do Congo tinha orientações econômicas aparentes, mas guardava certas ambições humanitárias da AIA. Leopoldo II começou, enquanto isso, fazer vir ao seio da Associação investidores privados com interesses financeiros. Ele levou pouco a pouco a AIC a se tornar um empreendimento comercial privado. A AIC cedeu seu lugar, em 1885, ao [[Estado Livre do Congo]], que herdou suas estruturas<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/651014973|título=África.|ultimo=Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Fundação Alexandre de Gusmão)|ultimo2=Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional (2nd : 2007 : Rio de Janeiro, Brazil)|data=2008|editora=Fundação Alexandre de Gusmão, Instituto de Pesquisa e Relações Internacionais|local=Brasília|isbn=9788576311027|oclc=651014973}}</ref>.

{{Referências}}
* [https://archives.africamuseum.be/repositories/6/resources/831 Archivo Association Internationale Africaine], Museu real da África central

{{Esboço-história}}

{{DEFAULTSORT:Associacao Internacional Africana}}
[[Categoria:História da República do Congo]]