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Mitologia

O termo mitologia pode referir-se tanto ao estudo de mitos ou a um conjunto de mitos[1] Por exemplo, mitologia comparada é o estudo das conexões entre os mitos de diferentes culturas,[2] ao passo que mitologia grega é o conjunto de mitos originários da Grécia Antiga. O termo "mito" é frequentemente utilizado coloquialmente para se referir a uma história falsa,[3][4] mas o uso acadêmico do termo não denota geralmente um julgamento quanto à verdade ou falsidade.[4][5] No estudo de folclore, um mito é uma narrativa sagrada que explica como o mundo e a humanidade vieram a ser da forma que é atualmente.[5][6][7] Muitos estudiosos em outros campos usam o termo "mito" de forma um pouco diferente.[7][8][9] Em um sentido muito amplo, a palavra pode se referir a qualquer história tradicional.[10]

Os mitos são, geralmente, histórias baseadas em tradições e lendas feitas para explicar o universo, a criação do mundo, fenômenos naturais e qualquer outra coisa a que explicações simples não são atribuíveis. Mas nem todos os mitos têm esse propósito explicativo. Em comum, a maioria dos mitos envolvem uma força sobrenatural ou uma divindade, mas alguns são apenas lendas passadas oralmente de geração em geração. Figuras mitológicas são proeminentes na maioria das religiões e a maior parte das mitologias estão atadas a pelo menos uma religião. Alguns usam a palavra mito e mitologia para desacreditar as histórias de uma ou mais religiões.

O termo é frequentemente associado às descrições de religiões fundadas por sociedade antigas como mitologia romana, mitologia grega, mitologia egípcia e a mitologia nórdica, que foram quase extintas, destacando a mitologia cristã que ainda hoje tem muitos devotos pelo mundo. No entanto, é importante ter em mente que enquanto alguns vêem os panteões nórdicos e céltico como meras fábulas, outros os têm como religião (ver Neo paganismo). Alguns religiosos tomam como ofensa a caracterização de sua como um conjunto de mitos, pois isso implicaria em afirmar tacitamente que sua religião não passa de folclore. De qualquer forma, parece haver um consenso que cada religião possui um grupo de mitos que desenvolveram-se em conjunto com suas escrituras. Esse tipo de postura é particularmente recorrente em países cuja maior parte da população adere a uma religião específica, como é o caso do Brasil ou México.

Todas as sociedades têm sua mitologia, ela portanto não se abrevia à mitologia greco-romana e nórdica.

Todas as sociedades têm sua mitologia, ou seja um conjunto de histórias sagradas para explicar a gênese de todas as coisas, o cósmico, fenômenos e a natureza. Parte das mitologias são transmitidas oralmente de geração em geração, outras são registradas em livros sacros ou em livros de caráter científico que ocupam-se desse tema. Nas diversas culturas do mundo há vários mitos e divindades, essas histórias contribuíram para entreter e fascinar as sociedades, inspirar artistas e escritores até a atualidade. Os mitos ajudaram o homem a compreender de modo mais nítido a vida e o mundo que o cercava, os mitos lançavam uma visão sobre diversos aspectos da vida em sociedade como a religião, cultura e os valores cultivados em sociedade.[11]

Natureza dos mitos

Ver artigo principal: Mitologia comparada

Predefinição:Mitologia

Características típicas

Os personagens principais nos mitos são geralmente deuses ou heróis sobrenaturais.[12][13][14] Como histórias sagradas, os mitos, e também podem ser considerados as fábulas, são muitas vezes endossados pelos governantes e sacerdotes e intimamente ligados à religião.[12]Na sociedade em que é divulgado, um mito é geralmente considerado como um relato verdadeiro de um passado remoto.[12][13][15][16] Na verdade, muitas sociedades têm duas categorias de narrativas tradicionais: "histórias verdadeiras" ou mitos, e as "histórias falsas" ou fábulas.[17] Mitos geralmente estão ambientados em uma época antiga, quando o mundo ainda não tinha atingido sua forma atual,[12]e explicam como o mundo atingiu sua forma atual[5][6][7][18] e como os costumes, instituições e tabus foram estabelecidos. Os mitos são também encontrados "in ilo tempore"ou seja, num tempo indefinido e intemporal, ajustando-se assim ao pensamento de qualquer sociedade. [12][18]

Religião e mitologia

Os termos mito e mitologia são comumente empregados para ilustrar histórias de uma ou mais religiões como algo falso ou duvidoso - e muito embora quase todos os dicionários incluam essa definição, a palavra "mito" nem sempre implica uma história falsa, nem uma história verdadeira. O termo é constantemente utilizado nesse sentido de descrever religiões criadas pelas sociedades antigas, cujos ritos estão quase extintos. Muitas pessoas não consideram as histórias sobre a origem e acontecidos, como contadores de mitos; eles veem seus textos sagrados como possuindo verdades religiosas, inspiradas divinamente, mas não repassadas em linguagens humanas. Outros separam suas crenças de histórias similares de outras culturas e se referem a estas como história. Essas pessoas se opõem ao uso da palavra “mito” para descrever suas crenças.[carece de fontes?]

Templo dedicado à deusa Diana em Évora, Portugal.

Para o propósito desse artigo a palavra mitologia é usada para se referir a histórias, que, enquanto podem ou não serem factuais, revelam verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do frequente uso de arquétipos. Também é necessário frisar que as histórias discutidas expressam pontos de vista e crenças de um país, um período no tempo, cultura e/ou religião a qual lhes deu à luz. Uma pessoa pode falar de mitologia Judaica, mitologia Cristã ou mesmo mitologia Islâmica, onde cada uma descreve os elementos míticos nessas religiões sem se referir à veracidade sobre a sua história.[carece de fontes?] O mito é um elemento basilar em todas as religiões, surge a partir de histórias que abordam crendices ligadas à natureza divina, humana e a relação estabelecida entre ambas, apesar de mito ser um vocábulo cuja semântica fazer alusão a algo fictício, os mitos são um meio de explicar a realidade fundamental das coisas. Os mitos assim como os poemas operam através de metáforas, um exemplo disso é Inana e sua descida ao submundo que pode simbolizar a um leitor moderno a iniciação da mulher no poder feminino.[11]

Mitologia Greco-romana

A mitologia grega é indubitavelmente uma das mais ricas e abrange diversos deuses, os romanos a adotaram e a desenvolveram, escritores gregos e romanos empenharam-se a registrar a relação dos deuses com o cotidiano, valores, cultura, tempo e seu papel no desenvolvimento das cidades-estados. Poetas como Homero autor de a Odisseia e a Ilíada, Hesíodo e seus poemas entre outros poetas registraram importantes aspectos da mitologia tão célebre do mundo clássico.

A Antiga Grécia não era um país, era composta de diversas cidades-estados, que eram emancipadas, cada uma dessas cidades( polis) tinha uma divindade protetora. Atenas protegia a cidade homônima e Ares protegia Esparta, por exemplo. Cada uma dessas cidades erigia templos em honra aos seus deuses, também realizavam festas, concursos de poesia e de dramaturgia, praticavam esportes com lançamento de discos e lutas para agraciar os seus deuses. Os deuses gregos assemelhavam-se aos humanos nos sentimentos, pois sentiam raiva, ódio, tinham vícios. Para apaziguar a ira dos deuses ofereciam sacrifícios aos deuses que despertavam-lhe simpatia.

A mitologia grega possui vários personagens, desde a raça primitiva de gigantes conhecidos como Titãs até os heróis mortais. Haviam inúmeros deuses para todos os aspectos da vida, entretanto os mais importantes eram os deuses que habitavam o Monte Olimpo, a seguir há os nomes das principais deidades greco-romanas( os primeiros nomes são gregos, o segundo são romanos). São eles:

A mitologia romana era fortemente influenciada pela grega, muitos deuses são cultuados desde a ocupação etrusca e adorados de forma sincretizada quando o império expandia-se conquistando novos territórios e ampliando suas relações com outros povos, Júpiter era o deus supremo dos romanos, equivalente a Zeus ( era o deus dos céus e dos trovões), assim como o triunvirato romano, havia em sua semelhança um triunvirato dos deuses composto por Júpiter, Juno e Minerva.Os romanos cultuavam em suas casas a deusa Vesta das lareiras, e cultuavam também os Lares, deuses gêmeos que governavam as casas e guardavam as encruzilhadas.[11]

Ver também

Referências

  1. Kirk, p. 8; "myth", Encyclopædia Britannica
  2. Littleton, p. 32
  3. Armstrong, p. 7
  4. 4,0 4,1 Eliade, Myth and Reality, p. 1
  5. 5,0 5,1 5,2 Dundes, Introduction, p. 1
  6. 6,0 6,1 Dundes, "Binary", p. 45
  7. 7,0 7,1 7,2 Dundes, "Madness", p. 147
  8. Doty, p. 11-12
  9. Segal, p. 5
  10. Kirk, "Defining", p. 57; Kirk, Myth, p. 74; Simpson, p. 3
  11. 11,0 11,1 11,2 Neil Philip, Philip Wilkson. Mitologia. Rio de Janeiro: Zahar. pp. p.34–95 
  12. 12,0 12,1 12,2 12,3 12,4 Bascom, p. 9
  13. 13,0 13,1 "myths", A Dictionary of English Folklore
  14. O'Flaherty, p.19: "Acho que é possível eficazmente argumentar como uma questão de princípio que, assim como 'biografia é sobre sujeitos', assim mitologia é sobre deuses".
  15. Eliade, Myths, Dreams and Mysteries, p. 23
  16. Pettazzoni, p. 102
  17. Eliade, Myth and Reality, p. 10-11; Pettazzoni, p. 99-101
  18. 18,0 18,1 Eliade, Myth and Reality, p. 6

Bibliografia

  • Amstrong, Karen. "A Short History of Myth". Knopf Canada, 2006.
  • Bascom, William. "The Forms of Folklore: Prose Narratives". 'Sacred Narrative: Readings in the Theory of Myth. Ed. Alan Dundes. Berkeley: University of California Press, 1984. 5-29.
  • Doty, William. Myth: A Handbook. Westport: Greenwood, 2004.
  • Dundes, Alan. "Binary Opposition in Myth: The Propp/Levi-Strauss Debate in Retrospect". Western Folklore 56 (Winter, 1997): 39-50.
  • Dunes, Alan. "Madness in Method Plus a Plea for Projective Inversion in Myth". Myth and Method. Ed. Laurie Patton and Wendy Doniger. Charlottesville: University of Virginia Press, 1996.
  • Dundes, Alan. Introduction. Sacred Narrative: Readings in the Theory of Myth. Ed. Alan Dundes. Berkeley: University of California Press, 1984. 1-3.
  • Eliade, Mircea. Myths, Dreams and Mysteries. Trans. Philip Mairet. New York: Harper & Row, 1967.
  • Kirk, G.S. Myth: Its Meaning and Functions in Ancient and Other Cultures. Berkeley: Cambridge University Press, 1973.
  • Kirk, G.S. "On Defining Myths". Sacred Narrative: Readings in the Theory of Myth. Ed. Alan Dundes. Berkeley: University of California Press, 1984. 53-61.
  • "myth." Encyclopædia Britannica. 2009. Encyclopædia Britannica Online, 21 de março de 2009
  • "myths". A Dictionary of English Folklore. Jacqueline Simpson and Steve Roud. Oxford University Press, 2000. Oxford Reference Online. Oxford University Press. UC - Berkeley Library. 20 de março de 2009 Oxfordreference.com
  • O'Flaherty, Wendy. Hindu Myths: A Sourcebook. London: Penguin, 1975.
  • Segal, Robert. Myth: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford UP, 2004.
  • Pettazzoni, Raffaele. "The Truth of Myth". Sacred Narrative: Readings in the Theory of Myth. Ed. Alan Dundes. Berkeley: University of California Press, 1984. 98-109.
  • Simpson, Michael. Introduction. Apollodorus. Gods and Heroes of the Greeks. Trad. Michael Simpson. Amherst: University of Massachusetts Press, 1976. 1-9.

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