Joseph John Thomson
Nasceu em Manchester em 18 de dezembro de 1856. Estudou e se formou, no Trinity College, Cambridge, e se tornou membro dessa instituição pelo resto de sua vida. Foi aí Professor de Física Experimental, de 1884 a 1918, tendo dado grande desenvolvimento ao laboratório Cavendish. Foi também Professor Honorário de Física da Royal Institution e membro da Royal Society em 1884 da qual foi presidente entre 1916 e 1920.
Seus primeiros trabalhos científicos seguiram na trilha aberta por Maxwell, que havia unificado a eletricidade e o magnetismo. Thomson produziu muitos resultados originais nesta direção, além de ter publicado livros didáticos importantes. Após ser nomeado professor de física experimental em Cambridge, em 1884, dedicou-se a estudar as descargas elétricas em gases a baixas pressões. Como resultado de conferências realizadas em Princeton, em 1896, publicou o livro Descarga de Eletricidade através dos Gases (1897). Após essa viagem, desenvolveu seus brilhantes trabalhos sobre os raios catódicos que levaram à descoberta e identificação do elétron.
Depois de 1903, Thomson se dedicou novamente a analisar a estrutura do átomo e fez um modelo de estrutura atômica, estudado já nas aulas de física e química do segundo grau e denominado modelo de Thomson (ou do “bolo de nozes”: o átomo seria constituído de uma carga positiva espalhada (o bolo) e as cargas negativas (os elétrons) seriam as nozes ali espalhadas). Este modelo, embora incorreto, foi um ponto de partida importante para os trabalhos experimentais de Ernest Rutherford que mostraram que a carga positiva está concentrada em um núcleo muito pequeno em relação ao tamanho do átomo e, posteriormente, para o modelo de Bohr.
Thomson esteve sempre ligado a uma visão mecanicista da natureza, dentro da tradição britânica do século XIX, que tinha na construção de modelos mecânicos uma das características de sua abordagem física. Seu o objetivo último, ao longo das primeiras décadas do século XX, era a criação de um quadro unificador dos fenômenos físicos, que englobasse a matéria, o éter, a energia e o eletromagnetismo. Publicou vários livros sobre a estrutura da luz, as propriedades da matéria e sobre o elétron na química. Após 1913, contudo, sua influência científica junto aos físicos, que tinha sido muito grande, ficou bastante diminuída em função de teorias que passou a construir e defender, diferentes das geralmente aceitas. Assim, contrapôs ao modelo atômico de Rutherford-Bohr um modelo no qual os elétrons estavam em equilíbrio com as cargas positivas devido a forças eletrostáticas de atração e repulsão. Entre os químicos, especialmente na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, suas idéias continuaram influentes até o final da década de 20. Neste período, foi também um dos opositores do conceito de fóton, não chegando a aceitar tendo aceitado as novas e “estranhas” idéias da física quântica. Esta resistência às idéias novas por parte de velhos cientistas não é incomum, pelo contrário. Segundo outro grande revolucionário da física deste século, Max Planck, as novas Idéias só se afirmam realmente quando a velha geração desaparece.
Thomson faleceu em 1940, tendo deixado uma interessante autobiografia Recordações e Reflexões, escrita em 1936. Ao longo de sua vida recebeu inúmeros prêmios científicos e condecorações, entre os quais o Prêmio Nobel, em 1906. Em 1908 foi ungido cavalheiro pelo governo inglês e tornou-se Sir J. J. Thomson. Foi agraciado com o título de doutor honoris causa por muitas universidades de todo o mundo, entre as quais Oxford, Columbia, Göttingen, Edinburgh, Sorbonne e Princeton. Mas certamente a grande glória e o imenso prestígio que desfrutou em vida e sua glória após a morte estará para sempre ligada a esta partícula extremamente pequena: o elétron.