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Igreja

Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre a instituição. Para o tipo de edifício, veja Igreja (edifício). Para outros significados, veja Igreja (desambiguação).

Predefinição:Links ambíguos Igreja no sentido religioso e genérico tem várias acepções ou usos dependendo do contexto: Em primeiro lugar, e mais elementar, se refere ao conjunto, reunião, congregação ou assembleia de cristãos. Segundo, pode designar de forma geral a "igreja universal" composta por todos os cristãos de todos os tempos e lugares. Em terceiro lugar pode designar um conjunto particular de cristãos de uma cidade ou localidade como vemos nas diversas cartas do Novo Testamento escritas para uma igreja em uma localidade. Em quarto pode se referir a uma denominação ou seita cristã onde seus fiéis ou membros formam uma comunidade ligada pelos laços de uma mesma doutrina de e submissos a uma determinada liderança local ou mundial. Por último, e como desdobramento histórico da anterior, pode designa uma instituição organizada formal e civilmente, separada ou não do Estado dependendo do país e época. Todas essas acepções do termo igreja dentro do cristianimos são legítimas e [1]

Etimologia

A palavra portuguesa IGREJA provém do substantivo composta grega ἐκκλησία [Ekklesia] que por sua vez é a combinação da preposição ἐκ [ek] ou εξ [ex] com o verbo καλέω [kaléo], sendo que ek ou ex tem o sentido de "para fora" e kaléo o sentido de "eu chamo" ou "eu convoco". O resultado seria o substantivo ἐκκλησία [Ekklesia] com o sentido etimológico de "chamados para fora" ou "convocados para fora".

Contudo, para se entender o significado corretamente é de extrema importância entender que essa palavra teve origem no contexto da democracia ateniense grega, portanto, uma palavra originalmente de uso político. Originalmente o sentido de "ekklesia" (chamados para fora) era que os cidadãos eram chamados para fora de suas casas particulares para se reunirem publicamente na praça (em grego, ἀγορά [agorá]) para tratarem e deliberarem a administração da cidade --- lembrando que em Atenas a democracia era direta. Os cidadãos que não "saiam para fora de suas casas" para se reunirem na praça eram chamados de ἰδιώτης [idiótes, de onde provém "idiota" em português][2], cujo sentido original era "o de “homem privado”, isto é, metido com seus próprios afazeres, afastado da gestão da coisa pública."[3] Portanto, ekklesia (ou igreja em português) designava simplesmente a assembleia ou congresso público de cidadãos gregos (veja Atos dos Apóstolos 19.32,39,41). A Bíblia usa ekklesia ou igreja no sentido simples geral de: assembleia, congresso, congregação, reunião etc, sem conotações políticas. É importante saber a origem para não se cair em "falácias etimológicas"[4][5] que fazem um malabarismo com a palavra igreja (ekklesia) como a que diz que "o cristão é chamado para fora do mundo"[6], o que é um engano.

Foi nesse sentido que a palavra grega ekklesia foi escolhida pelos tradutores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica ou Antigo Testamento) para traduzir o substantivo hebraico קָהָל [qāhāl][7] usado pelos judeus para designar a congregação ou assembleia geral do "povo do deserto", reunida ao apelo de Moisés.[8]

Portanto, tanto em grego (Septuaginta e Novo Testamento) como em hebraico (Antigo Testamtento), "igreja" tem o significado genérico de assembleia, congregação, reunião etc, podendo ser usada em sentido religioso ou profano/secular de um simples ajuntamento com outras finalidades.

Origem

No contexto bíblico, o termo igreja designa normalmente a reunião do povo de Deus no Antigo ou Novo Testamento. Na Bíblia, encontramos muitas imagens que mostram aspectos complementares do mistério da Igreja. O Antigo Testamento privilegia imagens como: povo (de Deus), rebanho, escolhidos, oliveira; o Novo Testamento usa imagens como: corpo de Cristo na terra, imagem pastoral (aprisco, rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha), de habitação (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mãe, família, filhos).

No Antigo Testamento

Falta descrição da origem da igreja/assembleia (ekklesia) no AT no sentido judaico.

No Novo Testamento

A palavra "Igreja" aparece no Novo Testamento pela primeira vez no livro em [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#16:18|Mateus 16:18]], no evento conhecido como Confissão de Pedro. O termo pode ser a uma certa localidade como, por exemplo, as sete Igrejas do Apocalipse, ou pode se referir à igreja universal (católica) como um todo unificado como em Mateus 18.15-17.

Em [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#18:15|Mateus 18:15-17]], no chamado "Discurso sobre a Igreja", encontramos as seguintes palavras de Jesus:

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Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.

História

Ver artigo principal: Cristianismo primitivo

Inicialmente, a organização das comunidades locais é centrada principalmente nos ancião, diáconos, a serviço da caridade, e o bispos, embora os contornos das várias funções sejam difíceis de rastrear com precisão. [9] Em 325, no Primeiro Concílio de Niceia, uma estrutura hierárquica aparece com um bispo à frente de uma província que tem presbíteros (sacerdotes o pastores), e diáconos.[10]

Definição

Catolicismo

Em afresco de Pietro Perugino (1481-82) na Capela Sistina, Jesus entrega as chaves do Reino de Deus à Igreja, que é liderada pelo Apóstolo São Pedro,[11] e, consequentemente, a todos os Papas e bispos, que são os sucessores dos doze Apóstolos.[12]

No Catolicismo, a Igreja Católica Romana, com uma administração centralizada no Vaticano, é a representação da Igreja. [13] A Igreja é "o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da Terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros do Corpo de Cristo e templo do Espírito Santo" [14]. Os católicos acreditam que a única Igreja fundada e encabeçada por Jesus Cristo [15], "como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele" [16]. Segundo a Tradição Católica, a Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar que "sobre esta pedra (do grego "petros") edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (cf. Mt 16, 17-20) [11].

A Igreja Católica afirma ser a detentora na plenitude dos sete sacramentos e dos outros meios necessários para a salvação, dados por Jesus à Igreja. Tudo isto para reunir, santificar, purificar e salvar toda a humanidade e para antecipar a realização do Reino de Deus, cuja semente é necessariamente a Igreja.[17] Por esta razão, a Igreja, guiada e protegida pelo Espírito Santo, insiste na sua missão de anunciar o Evangelho a todo o mundo, sendo aliás ordenada pelo próprio Cristo: "ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19) [18]. A Igreja, mediante os sacramentos do Batismo e da Reconciliação, tem, também, a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o próprio Cristo lho conferiu".[19]

No Credo niceno-constantinopolitano, são atribuídas, à Igreja, as propriedades de una, santa, católica e apostólica.[20] Além disto, ela é, também, chamada de Esposa de Cristo [21], Templo do Espírito Santo [22] e Corpo de Cristo, sendo este último revestido de um significado importante e especial para a Igreja. Este último nome assenta na crença de que a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo inquebrável, através da fé e do sacramento do Batismo. Este nome é assente também na crença de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo por meio do Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia.[23][24]

Cristianismo Ortodoxo

No Cristianismo Ortodoxo, a Igreja Ortodoxa reúne as Igrejas Autocefálicas que escolhem seu próprio primata.[25] Por causa de sua influência ou importância histórica, uma Igreja autocefalia pode ostentar o título de patriarcado ou de arcebispado e, portanto, ser liderada por um patriarca ou um arcebispo. [26] As igrejas autônomas têm um arcebispo.

Protestantismo

No Protestantismo, a Igreja Católica (Universal) é representada pelas igrejas locais, paróquias e sínodos, afiliados às igrejas nacionais e às organizações internacionais, ou seja, entre os principais, a Comunhão Anglicana, a Federação Luterana Mundial e a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas.[27] O Governo da Igreja é assegurado pelo Magistério que é composto principalmente de Pastores (Bispos), Presbíteros, Diáconos e Evangelistas. [28]

Cristianismo evangélico

No Cristianismo evangélico, a Igreja evangélica local é a organização que representa a Igreja Católica e é vista pelos evangélicos como o Corpo de Cristo. [29] O Governo da Igreja é assegurado pelo Magistério (ou Ministério) que é composto principalmente de Pastores (Bispos), Presbíteros, Diáconos e Evangelistas. [30] Ela é responsável pelo Ensino e pelos Sacramentos (também chamados de Ordenanças), a saber, o Batismo e a Santa Ceia (Eucaristia).[31] Muitas igrejas são afiliadas a evangélicas denominações cristãs e aderem a uma Confissão de Fé e regulamentos comuns.[32][33]Todas as igrejas evangélicas legítimas tem em comum os Credos Universais (Apostólico, Niceno, Niceno-Constantinopolitano, Atanasiano e o de Calcedônia), compartilhando das mesmas Doutrinas Fundamentais. [34] Certas denominações são afiliadas às 129 alianças nacionais de igrejas da Aliança Evangélica Mundial. [35]

Definição na Arquitetura

Igreja utiliza-se para descrever não apenas uma comunidade religiosa cristã mas também a construção, a Igreja (edifício), usada para serviços religiosos públicos, geralmente se dedicando aos do culto cristão.

Estilos de igreja

Ver também

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Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 915.
  2. «Termo "idiota"». Dicionário Etimológico. 2020. Consultado em 16 de maio de 2020 
  3. RODRIGUES, Sergio (2012). «O idiota nem sempre foi estúpido». Revista Veja. Consultado em 16 de maio de 2020 
  4. CARSON, D.A. (2ª edição 2008). Os Perigos da Interpretação Bíblica: a exegese e suas falácias. São Paulo: Vida Nova  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  5. CARA, Robert J. (2014). «Cuidado com o Significado Oculto da Raiz de uma Palavra». Ministério Fiel. Consultado em 16 de maio de 2020 
  6. PIMENTEL, Vinícius Musselman (2O14). «Igreja/Eclésia significa "chamados para fora" no Novo Testamento?». Voltemos ao Evangelho. Consultado em 16 de maio de 2020  Verifique data em: |data= (ajuda)
  7. VANGEMEREN (Org.), Willem A. (2011). Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento (5 Volumes). São Paulo: Cultura Cristã. p. 1129 
  8. KOEHLER, Ludwig; et al. The Hebrew and Aramaic lexicon of the Old Testament (HALOT). lEIDEN: Koninkliijke Brill NV. p. 1079 
  9. Geoffrey W. Bromiley, The International Standard Bible Encyclopedia, Volume 1, Wm. B. Eerdmans Publishing, USA, 1979, p. 696
  10. Everett Ferguson, Encyclopedia of Early Christianity, Routledge, USA, 2013, p. 185
  11. 11,0 11,1 Catecismo da Igreja Católica (CIC), n. 881
  12. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC); n. 174, 176 e 182
  13. William J. Collinge, Historical Dictionary of Catholicism, Scarecrow Press, USA, 2012, p. 100
  14. Ibidem, n. 153
  15. CCIC, n. 161
  16. Ibidem, n. 162
  17. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC), n. 150, 152 e 153
  18. Ibidem, n. 172
  19. Ibidem, n. 201
  20. Ibidem; n. 161, 165, 166 e 174
  21. Ibidem, n. 158
  22. Ibidem, n. 159
  23. CIC; n. 790, 792 e 795
  24. CCIC; n. 156, 157, 274 e 282
  25. Encyclopaedia Britannica, Encyclopedia of World Religions, Encyclopaedia Britannica, USA, 2008, p. 309
  26. Erwin Fahlbusch, Geoffrey William Bromiley, The Encyclopedia of Christianity, Volume 4, Wm. B. Eerdmans Publishing, USA, 2005, p. 88
  27. J. Gordon Melton, Encyclopedia of Protestantism, Infobase Publishing, USA, 2005, p. 603, 706
  28. J. Gordon Melton, Encyclopedia of Protestantism, Infobase Publishing, USA, 2005, p. 91
  29. Robert Paul Lightner, Handbook of Evangelical Theology, Kregel Academic, USA, 1995, p. 228
  30. Walter A. Elwell, Evangelical Dictionary of Theology, Baker Academic, USA, 2001, p. 778
  31. Robert Paul Lightner, Handbook of Evangelical Theology, Kregel Academic, USA, 1995, p. 234
  32. Timothy J. Demy Ph.D., Paul R. Shockley Ph.D., Evangelical America: An Encyclopedia of Contemporary American Religious Culture, ABC-CLIO, USA, 2017, p. 105
  33. Brad Christerson, Richard Flory, The Rise of Network Christianity, Oxford University Press, USA, 2017, p. 58
  34. Brad Christerson, Richard Flory, The Rise of Network Christianity, Oxford University Press, USA, 2017, p. 58
  35. Brian Stiller, Evangelicals Around the World: A Global Handbook for the 21st Century, Thomas Nelson, USA, 2015, p. 210
  36. «"Sesquicentenário da Igreja Presbiteriana"». Consultado em 17 Fev. 2012 
  37. «"Catedral Presbiteriana do Rio completa 150 anos de existência"». Consultado em 17 Fev. 2012 
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