cavalos-marinhos Hippocampus | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||||
| |||||||||||||||
Espécies | |||||||||||||||
Hippocampus é um gênero de peixes ósseos, pertencente à família Syngnathidae, de águas marinhas temperadas e tropicais que engloba as espécies conhecidas pelo nome comum de cavalo-marinho.[2][3][1]
Descrição
Os cavalos-marinhos caracterizam-se por terem uma cabeça alongada, com filamentos que lembram a crina de um cavalo,[2] e por exibirem mimetismo semelhante ao do camaleão, podendo mudar de cor e mexer os olhos independentemente um do outro.[2][3] Nadam com o corpo na vertical, movimentando rapidamente as suas barbatanas.[2] Algumas espécies podem ser confundidas com plantas marinhas, corais ou anêmonas marinhas. Geralmente medem entre 15 e 18 centímetros,[2] mas podem medir desde 13 a 30 centímetros, dependendo da espécie,[3] com peso entre 50 e 100 gramas. Vivem em águas de regiões de clima temperado e tropical.[4][2]
Todas as espécies de cavalos-marinhos estão em perigo de extinção.[2][3] Uma das causas é pesca predatória e a destruição de habitat.[3] Outra causa é o captura frequente deles para serem usados como peça de decoração ou simplesmente serem criados em um aquário.[3]
Existem duas espécies brasileiras de cavalos-marinhos, o Hippocampus erectus e o Hippocampus reidi.[2][3]
Nome científico
Os hipocampos eram seres da mitologia grega (séquitos de Poseidon[5]), que possuíam as partes superiores de seus corpos iguais a de um cavalo, com crina membranosa, guelras e membranas interdigitais nos supostos cascos, e suas partes inferiores eram a de um peixe ou golfinho[6], por isso eram conhecidos como "cavalos-marinhos".[7][8]
Hábitos alimentares
As espécies desse gênero são carnívoras.[4][2] Alimentam-se de pequenos crustáceos,[4][1] moluscos, vermes, [2] e plâncton,[4] que são sugados através de suas bocas tubulares.[2][4] Como eles não tem o costume de irem atrás de alimento, eles comem o que estiver passando por eles. A cauda desses animais é longa e preênsil, o que permite que eles se agarrem às plantas submarinas enquanto se alimentam.[4][2]
Reprodução
A reprodução dos cavalos-marinhos geralmente ocorre na primavera.[2] Para se reproduzirem, as fêmeas dos cavalos-marinhos dão preferência ao macho de maior tamanho corporal e que tenha mais ornamentos em seu corpo.[9] Para que os machos consigam uma fêmea para se reproduzirem, eles também precisam atrair ela fazendo uma dança do acasalamento.[9]
A reprodução inicia quando os ovos da espécie são transferidos da bolsa incubadora da fêmea para a do macho, no momento do acasalamento.[1][4] Os ovos, já na bolsa incubadora do macho, que se localiza na base de sua cauda, são fertilizados por esperma que o próprio macho libera lá dentro.[2][4] Dois meses mais tarde, os ovos se eclodem e o macho realiza violentas contorções para expelir os filhotes, que estão dentro da bolsa incubadora dele.[2]
Os filhotes, quando nascem, são transparentes e medem menos de um centímetro, mas com variações, dependendo da espécie. Eles sobem logo à superfície para encherem suas bexigas natatórias de ar, para poderem se equilibrar na água ao nadarem. Após nascerem, já são totalmente independentes de seus pais, mesmo sendo frágeis. Um cavalo-marinho macho geralmente gera 100 a 500 filhotes por gestação, dependendo da espécie. Geralmente, quase 97% dos filhotes de cavalos-marinhos são mortos por predadores naturais, que são, geralmente, peixes maiores.[2][1][3]
Espécies
Localização
Os cavalos-marinhos são encontrados principalmente em águas rasas tropicais e temperadas em todo o mundo, e preferem viver em áreas abrigadas, tais como leitos de algas marinhas, estuários, recifes de corais ou mangues. Nas águas do Pacífico, da América do Norte à América do Sul, há cerca de quatro espécies. No oceano Atlântico, o Hippocampus erectus varia de Nova Escócia para o Uruguai. Hippocampus zosterae, conhecido como o cavalo-marinho-anão, é encontrado nas Bahamas. Colônias foram encontrados nas águas europeias como o estuário do Tamisa.
Três espécies vivem no mar Mediterrâneo: Hippocampus guttulatus (o cavalo-marinho-de-focinho-longo), o cavalo-marinho-de-focinho-curto e Hippocampus fuscus (o pônei-do-mar). Nessas áreas, os machos ficam dentro de 1 metro quadrado em seu território, enquanto fêmeas variam de cerca de cem vezes isso.
Lista de espécies
- Hippocampus algiricus
- Hippocampus angustus
- Hippocampus barbouri
- Hippocampus borboniensis
- Hippocampus breviceps
- Hippocampus camelopardalis
- Hippocampus capensis
- Hippocampus comes
- Hippocampus coronatus
- Hippocampus denise
- Hippocampus erectus
- Hippocampus fisheri
- Hippocampus fuscus
- Hippocampus guttulatus
- Hippocampus hippocampus
- Hippocampus ingens
- Hippocampus jayakari
- Hippocampus kelloggi
- Hippocampus kuda
- Hippocampus lichtensteinii
- Hippocampus minotaur
- Hippocampus mohnikei
- Hippocampus patagonicus
- Hippocampus reidi
- Hippocampus sindonis
- Hippocampus spinosissimus
- Hippocampus subelongatus
- Hippocampus trimaculatus
- Hippocampus whitei
- Hippocampus zebra
- Hippocampus zosterae
Cavalos-marinhos pigmeus
Cavalos-marinhos pigmeus tem menos do que 15 milímetros (0,59 in) de altura e 17 milímetros (0,67 in) de largura. Anteriormente, o termo foi aplicado exclusivamente para a espécie H. bargibanti. Mas, desde 1997, as descobertas fizeram este termo obsoleto. As espécies H. minotauro, H. denise, H. colemani, H. pontohi, H. severnsi e H. satomiae têm sido descritas assim. Outras espécies, que ainda não foram classificadas, também têm sido relatadas em livros, revistas de mergulho e na internet. Eles podem ser distinguidos de outras espécies de cavalos-marinhos pelos seus anéis de tronco 12, baixo número de anéis de cauda em comparação com os cavalos-marinhos normais (26-29), a localização na qual jovens são postos na região do tronco dos machos e seu tamanho extremamente pequeno. A análise molecular (de RNA ribossômico) de 32 espécies Hippocampus descobriram que H. bargibanti pertence a um clado separado de outros membros do gênero e, portanto, que as espécies divergiram das outras espécies em um passado "antigo". Cavalos-marinhos pigmeus são melhor camuflados e vivem em estreita associação com outros organismos, incluindo hidrozoários coloniais (Lytocarpus e Antennellopsis), algas coralíneas (Halimeda) fãs do mar (Muricella, Annella, Acanthogorgia). Isto, combinado com seu pequeno porte, explica por que a maioria das espécies só foram notadas e classificadas a partir de 2001.
Na medicina tradicional
As populações de cavalos-marinhos estão sendo ameaçadas nos últimos anos pela pesca excessiva e a destruição de habitat. As espécies de cavalos-marinhos são usadas na medicina tradicional chinesa e aproximadamente 20 milhões são capturados a cada ano e vendidos para esta finalidade. Cavalos-marinhos não são facilmente criados em cativeiro pois são muito suscetíveis à doença e acredita-se que os "selvagens" têm melhores propriedades medicinais comparadas a cavalos-marinhos de aquário. Os cavalos-marinhos são também utilizados como medicamentos pelos indonésios, filipinos e muitos outros grupos étnicos. Importação e exportação de cavalos-marinhos tem sido controlada pela CITES desde 15 de maio de 2004. No entanto, Indonésia, Japão, Noruega e Coreia do Sul decidiram optar por sair das regras comerciais estabelecidos pela CITES. O problema pode ser exacerbado pelo crescimento de comprimidos e cápsulas como o método preferido de ingerir a medicação à base de cavalos-marinhos. Eles são mais baratos e acessíveis do que os tradicionais e o conteúdo é mais difícil de rastrear. Os cavalos-marinhos devem ter de um certo tamanho e qualidade antes de serem aceites pelos praticantes da medicina tradicional chinesa (MTC) e consumidores. O declínio da disponibilidade e da preferência aos de grande porte torna possível para os comerciantes da MTC venderem os mais jovens, o que não era comum anteriormente. Hoje, quase um terço dos cavalos-marinhos vendidos na China são pré-embalados, aumentando a pressão sobre as espécies.
Ligações externas
- Vimeo.com, Vídeo de espécies de cavalos-marinhos diversos no Monterey Bay Aquarium.
- Arkive (Em Ingles),imagens e filmes do cavalo-marinho-pigmeu (bargibanti Hippocampus) (Em Ingles)
- Cavalo - Marinho (Em Ingles) na Enciclopédia da Vida.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 «Seahorses - Hippocampus - Overview - Encyclopedia of Life». EoL.org. Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- ↑ 2,00 2,01 2,02 2,03 2,04 2,05 2,06 2,07 2,08 2,09 2,10 2,11 2,12 2,13 2,14 2,15 Thais Pacievitch. «Cavalo Marinho - InfoEscola». InfoEscola.com. Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- ↑ 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 3,7 Vanessa dos Santos. «Cavalo-marinho. Curiosidades sobre o cavalo-marinho - Escola Kids». EscolaKids.uol.com.br. Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- ↑ 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 4,7 «Seahorses, Seahorse Pictures, Seahorse Facts - National Geographic (em inglês)». Animals.NationalGeographic.com. Consultado em 8 de Março de 2016
- ↑ 5 monstros e criaturas fantásticas da mitologia grega Revista Super-Interessante - acessado em 12 de junho de 2019
- ↑ A maior comunidade de cavalos-marinhos do mundo vive na Ria Formosa National Geographic Portugal - acessado em 12 de junho de 2019
- ↑ «Yizre'el Valley silver hoard - Israel Antiquities Authority». Antiquities.org.il. Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- ↑ «Hippocampus - Define Hippocampus at Dictionary.com». Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- ↑ 9,0 9,1 Melissa Hogenboom (7 de setembro de 2015). «Cavalo-marinho 'grávido' se comporta como gestante humana, diz estudo - BBC Brasil». BBC.com. Consultado em 27 de fevereiro de 2016