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Lei de Murphy

Lei de Murphy é um adágio ou epigrama da cultura ocidental que normalmente é citada como: "Qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível". Ela é comumente citada (ou abreviada) por:[1]

"Se algo pode dar errado, dará."

História

Relatos sobre a Lei de Murphy existem desde o Século XIX, mas a expressão só ganhou esse nome em 1949 oriunda do resultado de um teste de tolerância à gravidade por seres humanos, feito pelo engenheiro aeroespacial americano Edward A. Murphy[2].

Um dos primeiros - se não o primeiro - relato da Lei de Murphy pode ser observada no suplemento do livro "A Budget of Paradoxes" (O Orçamento dos Paradoxos), de 1866, do matemático Augustus De Morgan, que chegou a formulações bem próximas à lei de Murphy. No livro, ele dizia “Tudo o que pode acontecer irá se fizermos testes o suficiente[2].

11 anos mais tarde (1877), a minuta de uma reunião de engenheiros civis em Londres registrou um pronunciamento de Alfred Holt sobre navios a vapor que é um esboço da lei de Murphy: “Verifica-se que qualquer coisa que pode dar errado no mar, geralmente dá errado, mais cedo ou mais tarde”[2].

Em 1908, o ilusionista inglês Nevile Maskelyne escreve, em uma edição da revista para mágicos "The Magic Circular": “É uma experiência comum a todos os homens descobrir que, em uma ocasião especial, tal qual a produção de um efeito mágico pela primeira vez em público, tudo o que pode dar errado dará errado”[2].

Em 1949, finalmente a Lei de Murphy ganhou a alcunha pela qual ficou famosa, oriunda do resultado de um teste de tolerância à gravidade por seres humanos, feito pelo engenheiro aeroespacial norte-americano Edward A. Murphy. Para poder realizar essa aferição, ele construiu um equipamento que registrava os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos. Ele deveria apresentar os resultados do teste; contudo, visto que o técnico responsável instalou o equipamento de forma errada, os sensores que deveriam registrá-lo falharam exatamente na hora. Frustrado, Murphy disse "Se este homem tem algum modo de cometer um erro, ele o fará".[3] Para tirar sarro do colega, seus amigos militares batizaram a assertiva “tudo o que puder dar errado dará” de Lei de Murphy[2].

Somente mais tarde, o teste obteve sucesso.[carece de fontes?]

Durante uma conferência de imprensa, John Stapp,[3] americano nascido no Brasil[4], que havia servido como cobaia para o teste, atribuiu ao fato de que ninguém saiu ferido dos testes por levarem em conta a Lei de Murphy e muito explicou as variáveis que integravam a assertiva, ante ao risco de erro e consequente catástrofe, e enunciou a lei como "Se alguma coisa pode dar errado, ela dará".[3]

Lei de Clark

Outra lei, mas não tão famosa quanto a de Murphy, é um ditado popular da cultura ocidental que afirma que "Murphy era otimista". Lei de cunho mais pessimista e até mais "humorística", ironizando a Lei de Murphy.[carece de fontes?]

Assertivas ligadas à Lei de Murphy

Geralmente o espírito da Lei de Murphy captura a tendência geral de enfatizar as coisas negativas que acontecem na vida. Por conta disso, a Lei de Murphy ficou conhecida como "Lei dos Azarados", e algumas assertivas acabaram sendo ligadas a Lei de Murphy[5].

A explicação disso é que a nossa memória seletiva geralmente lembra apenas dos momentos em que a Lei de Murphy funciona. Quando tudo sai da maneira como deveria ser, nós quase nunca percebemos[5].

O pão cai sempre com a manteiga para baixo

A assertiva "O pão cai sempre com a manteiga para baixo" é associada à Lei de Murphy já que, "se tudo que pode dar errado, dará errado", significa que o lado da manteiga cairá sempre para baixo. A visão tradicional, porém, diz que há uma chance de 50% para cada opção[6].

Com essa premissa em mente, o físico britânico Robert Matthews publicou, em 1995, um tratado sobre o assunto intitulado "A Torrada em Queda - A Lei de Murphy e as Constantes Fundamentais". Amparado por complexos cálculos matemáticos e experimentos científicos, Matthews demonstrou que "sim, a torrada tem de fato uma tendência inerente para cair com a manteiga para baixo". Em seus experimentos, ele verificou que, em 9.821 quedas, 6.101 foram com a manteiga para baixo[7].

Por conta desse estudo, Robert Matthews foi agraciado com um Prêmio IgNobel, que tem como objetivo recompensar as pesquisas que primeiro fazem rir e depois fazem pensar[8].

A fila do lado sempre anda mais rápido

O ser humano sempre tem a impressão de estar que a fila do lado está andando mais rápido, por isso essa assertiva é ligada á Lei de Murhy[9]. A explicação científica para isso é: 1) a fila mais lenta é, em geral, a que tem mais gente e, consequentemente, é a fila em que é mais provável que estejamos[9];
2) se só escolhermos uma fila e há, por exemplo quatro, há 75% de possibilidades de que pelo menos uma das outras filas seja mais rápida que a nossa. Portanto, a maior parte das vezes haverá pelo menos outra fila que seja mais rápida[9].

Outra explicação é por conta do chamado "Principia Marsupia", que diz que passamos mais tempo na pista lenta precisamente porque é a mais lenta e além disso passamos mais tempo sendo ultrapassados que ultrapassando[10].

A informação mais importante de qualquer mapa está na dobra ou na margem

Há uma impressão de que a informação importante de uma rota ou destino se perde em uma dobra ou na margem do mapa, o que obriga a pessoa a ficar virando a página para se orientar. Conforme o exemplo extraído do livro "Why Do Buses Come in Threes", de Rob Eastaway e Jeremy Wyndham, é possível perceber que a margem de um mapa de apenas um centímetro representa 28% da área total do mesmo[8].

Por esse motivo os bons guias rodoviários e mapas de cidades repetem pelo menos 30% da informação de cada página[8].

As meias sempre entram na máquina de lavar de duas em duas, e saem de uma em uma

Outra assertiva liga a Lei de Murphy diz que "as meias sempre entram na máquina de lavar de duas em duas, e saem de uma em uma".

Segundo o estatístico Victor Niederhoffer, se perdermos mais de uma meia de uma vez só, o mais fácil é que sejam de pares diferentes. Segundo ele: “se tiver 20 meias – 10 pares diferentes –, depois de perder a primeira meia, as possibilidades de a segunda meia perdida pertencer a outro par são de 18 em 19, frente a 1 em 19 de que seja uma meia do mesmo par”[11].

A explicação plausível para as perdas das meias foi dada em um artigo científico do cientista PhD biotecnólogo Brian J. Reardon, que afirmou que as meias somem devido à física quântica. Para ele, após a lavagem na máquina, as roupas, que possuem eletricidade estática em suas superfícies, são atraídas umas às outras e podem vir a grudar, já que os materiais mais fáceis de grudar são o poliéster e a lã[12].

Ver também

Referências

  1. BLOCH, Arthur. A completa lei de Murphy. [S.l.]: RECORD. ISBN 9788501041395 
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 super.abril.com.br/ O que é a lei de Murphy?
  3. 3,0 3,1 3,2 «NASA Marshall Propulsion Academy». propulsion.msfc.nasa.gov. Consultado em 16 de abril de 2012 
  4. «International Space Hall of Fame». nmspacemuseum.org. Consultado em 29 de dezembro de 2012 
  5. 5,0 5,1 canaltech.com.br/ Afinal, o que é a terrível Lei de Murphy? Entenda de onde vem essa expressão
  6. folha.uol.com.br/ Lei de Murphy afeta queda das torradas
  7. gshow.globo.com/ A origem: saiba quem foi Murphy e conheça a história da descoberta da lei
  8. 8,0 8,1 8,2 brasil.elpais.com/ Oito leis de Murphy que têm base científica
  9. 9,0 9,1 9,2 verne.elpais.com/ Por qué siempre te toca la cola más lenta (em castelhano)
  10. principiamarsupia.com/ Por qué siempre elegimos el carril más lento en un atasco (em castelhano)
  11. dailyspeculations.com/ Socks, Stocks and Bundles of Trouble, by Victor Niederhoffer (em inglês)
  12. almanaquesos.com/ “Para onde vão as meias que somem?” – Finalmente revelaram o mistério!

Ligações externas

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